Análise do Capital de Giro em uma empresa
Por: Alexandre C.
04 de Novembro de 2020

Análise do Capital de Giro em uma empresa

Tópicos sobre NKG (necessidade de capital de giro)

Administração Análise do Capital de Giro em uma empresa Administração Financeira finanças de curto prazo

Toda empresa, regra geral, tem seu giro esquematizado em: compras, produção e vendas. São sequências repetitivas no contexto empresarial de qualquer empresa. Cada operação tem seu encadeamento em outra, e uma quebra deste encadeamento pode ser fatal para a empresa.

Há prazos nas compras de mercadorias, referentes à estocagem; assim como há que se considerar os prazos financeiros obtidos junto aos fornecedores de forma similar ou até superior aos prazos concedidos aos clientes. Desde a compra da matéria-prima até sua venda e efetivo recebimento monetário do cliente, temos o ciclo operacional da empresa. Cada empresa, dependendo do seu ramo, tem certamente seu ciclo.

Há 2 tipos de fluxos nessa identidade: o fluxo real e o fluxo financeiro. O fluxo real tem início na compra de matérias primas enquanto o fluxo financeiro envolve as operações de encaixe e desencaixe. Cada vez que esse ciclo acelera, ele requer maiores volumes financeiros para dar o devido suporte a ele, gerando uma NKG (necessidade de capital de giro) maior.

Há que se ter em mente como obter o valor do ciclo financeiro de uma empresa, que é dado pela soma de valores a receber de curto prazo, mais estoques, menos contas a pagar (CP), tudo isso dividido pela receita bruta. Quanto maior essa receita bruta, menor é esse ciclo financeiro e maior sua necessidade de ser “alimentado” com recursos de curto prazo. Assim, sempre que se aumentam vendas, mais se requer recursos para dar o suporte financeiro necessário a esse novo giro, que precisa se retroalimentar. Até mesmo a inflação afeta esse ciclo, gerando um aumento constante de necessidades financeiras. Um aumento desmesurado no ciclo financeiro da empresa pode trazer sérios desequilíbrios para ela.

Há que se questionar a forma ótima de se financiar esse ciclo, sendo possivelmente parte com recursos de terceiros e parte com aumento do capital de giro da empresa. Há uma regra que diz que “o autofinanciamento gerado pela empresa deverá ser no mínimo suficiente para financiar suas necessidades de recursos ligadas ao ciclo operacional”. Assim, quando a evolução do capital de giro de uma empresa não acompanha sua NKG ligada ao ciclo operacional, o financiamento acaba sendo por recursos de tesouraria, ou seja, recursos de curto prazo.

É isso o que se denomina “efeito tesoura”, um efeito de proporções geralmente catastróficas, gerando instabilidade financeira e crescente dependência de recursos de curto prazo.

Uma má administração do capital de giro de uma empresa pode causar efeitos nocivos, que resultam este efeito - conceito criado pelo professor francês Michel Fleuriet em 1978.

Mas, analisando mais a fundo, seria na verdade a inversão de duas funções importantes na gerência de caixa de uma empresa: enquanto a necessidade de capital de giro (NKG) aumenta, o saldo de caixa tende a ser menor. O gráfico que demonstra essa relação lembra muito uma tesoura aberta, por isso o nome.

Um crescimento desproporcional no volume de vendas com empréstimos desmedidos podem gerar esse efeito. Via de regra, aconselha-se que a empresa tenha um ciclo de vendas equivalentes aos prazos e taxas dos empréstimos, que acarretam o pagamento de despesas financeiras afetando não somente o resultado, mas também o fluxo de caixa e a liquidez da empresa. É óbvio também que reduções nas vendas são causas disso, pois os estoques se mantém altos, mantendo-se igualmente alta a NKG.

Com prejuízos sucessivos, o saldo de caixa realmente tende a ficar negativo no médio prazo. Nem sempre o aumento de vendas é algo positivo. Mas a pergunta que faremos é: um aumento de vendas decorrente de que? Da opção de contrair novos empréstimos ou utilizando o reinvestimento do lucro no próprio negócio? Pois nem sempre os efeitos da alavancagem financeira são benéficos.

A alavancagem financeira é o uso de recursos de terceiros, com decorrente assunção de encargos financeiros regulares que afetam o resultado, mas que podem, por outro lado, remunerar mais os capitais próprios. Isso naturalmente é um risco, contudo, também uma oportunidade, tendo a certeza que o incremento de vendas proporcionará acréscimos tais aos lucros, que possam, além de cumprir as obrigações financeiras, remunerar o capital próprio.

Reconhecer o fluxo de caixa da empresa é fundamental, uma vez que ele tem ligação direta com a gestão do capital de giro. Fluxos longos requerem capital de giro maior. Financiar o giro de uma empresa com recursos próprios, preferivelmente a partir do lucro líquido é a tônica, portanto. Aumentar vendas, pode ser a solução, sim, mas sem diminuir o saldo de caixa.

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Alexandre C.
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em 4 de novembro de 2020

Importante avaliação sobre NKG e seu possíveis efeitos no giro de uma empresa.

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