Às vezes tenho a sensação de estar rodopiando num ciclone. Até que esses dias me deparei com uma técnica de meditação muito profunda adaptada pelo Osho, inspirada no sufismo, que eu fiz poucas vezes na vida. Se chama Giro Sufi, em português.
Quando comecei a girar, já nos primeiros minutos, me arrependi amargamente daquela escolha. Senti a tensão do corpo inteiro, tentando controlar tudo, bamboleando para não cair. Senti enjoo, a cabeça doer, me perguntei que por*a eu tava fazendo ali umas mil vezes.
Passei os primeiros 15 minutos da meditação preocupada em tropeçar numa pedra e cair de cara no chão. E sabe o que é mais incrível? Eu não conseguia sair de perto dela! A pedra estava sempre ali no meu campo de visão.
O problema é que quando eu decido uma coisa, eu vou, nem que seja pela honra! Mas chegou um momento que eu não aguentava mais aquela tensão toda, só pensei: solta. Se eu tropeçar, então que se foda! Vou cair e é isso, do chão não passa.
A partir dali, não vi mais a pedra.
Eu não estava mais preocupada com ela. Ali no centro do ciclone habita o silêncio. Exatamente no centro, ali já não existe o ciclone.
Ali, como quando era crianças pequena, girando, brincando, explorando o próprio corpo, é possível sentir alegria, é possível ser leve. Ali era somente eu… no centro do ciclone.
