
Desenvolvimento da Competência Comunicativa em Inglês

em 28 de Julho de 2025
Este artigo discute como o uso de músicas no ensino de inglês pode melhorar significativamente a pronúncia dos alunos. A partir da análise de estudos e observações práticas em sala de aula, investigamos de que maneira o ritmo, a melodia e a repetição presentes nas canções contribuem para o desenvolvimento fonológico, especialmente na aquisição de padrões de entonação, ligação entre palavras e acento tônico.
Aprender a pronúncia de uma nova língua é um desafio para muitos alunos, especialmente quando a língua-alvo apresenta sons inexistentes na língua materna. No caso do inglês, a variação de entonação, o ritmo da fala e o uso de reduções sonoras (como o “connected speech”) tornam o aprendizado fonético uma etapa fundamental. Nesse cenário, a música surge como uma aliada poderosa para reforçar padrões sonoros e entonacionais de forma natural e envolvente.
Ao cantar, os alunos internalizam a sonoridade do idioma. Canções possuem padrões rítmicos e melódicos que guiam a pronúncia de maneira intuitiva. Em vez de estudar fonética de forma isolada, o aluno repete palavras e frases no contexto da música, o que facilita a memorização dos sons e sua reprodução correta. Canções com refrões repetitivos e linguagem cotidiana, como “Someone Like You” de Adele ou “Perfect” de Ed Sheeran, ajudam os alunos a perceber e praticar estruturas comuns da fala inglesa.
Estudos revisados por Hui e Jamaludin (2024) demonstram que alunos que praticam canções regularmente apresentam melhora significativa na pronúncia de vogais longas e curtas, na entonação ascendente e descendente de perguntas e afirmações, e na fluência geral da fala. O ritmo da música favorece a percepção de sílabas tônicas e a organização do discurso oral, contribuindo para um inglês mais natural.
Além disso, o canto em grupo estimula a autoconfiança. Muitos alunos tímidos sentem-se mais seguros ao cantar do que ao falar individualmente. A prática frequente leva à redução da ansiedade ao falar e ao aumento da espontaneidade na comunicação.
Observações em escolas de idiomas mostraram que turmas que iniciam as aulas com uma música relacionada ao conteúdo do dia tendem a apresentar maior concentração e envolvimento. Professores relataram que músicas que trabalham contrações, como “I’m gonna”, “I don’t wanna”, ajudam os alunos a compreender melhor o inglês falado e a abandonar a rigidez da pronúncia silábica do português.
Portanto, integrar músicas às práticas de ensino não é apenas uma forma lúdica de manter os alunos engajados, mas também uma estratégia eficaz para aprimorar a pronúncia e outras habilidades orais, de maneira natural, afetiva e motivadora.
Referências Bibliográficas:
Hui, N. L., & Jamaludin, S. (2024). The Use of Songs in English Language Teaching: A Systematic Review. International Journal of Academic Research in Progressive Education and Development.
Fonseca-Mora, M. C. (2011). Enhancing English pronunciation through music. Language Teaching Journal.
Graham, C. (1980). Jazz Chants: Rhythms of American English for Students of English as a Second Language. Oxford University Press.
Murphey, T. (1992). Music and Song. Oxford University Press.