
Desenvolvimento da Competência Comunicativa em Inglês

em 28 de Julho de 2025
Este artigo investiga como o uso de Jazz Chants e outras atividades rítmicas baseadas em música pode melhorar significativamente a fluência e a entonação de alunos aprendendo inglês como língua estrangeira. Através da análise de práticas em sala de aula e de relatos de professores experientes, discute-se o papel da repetição rítmica e da oralidade sincronizada na aquisição de padrões naturais da língua falada.
A musicalidade é parte essencial da linguagem oral. Ritmo, pausa, ênfase e entonação são aspectos frequentemente negligenciados no ensino tradicional de inglês, mas fundamentais para a comunicação fluente e natural. Os Jazz Chants, desenvolvidos por Carolyn Graham na década de 1970, surgiram justamente como uma resposta criativa à necessidade de integrar esses elementos ao ensino da língua inglesa.
Jazz Chants são frases simples em inglês, organizadas em estruturas rítmicas que imitam a fala cotidiana. Elas são recitadas de forma rítmica e repetitiva, muitas vezes acompanhadas por palmas ou batidas de pé, e podem ser adaptadas para diversos níveis e faixas etárias. Ao praticar essas estruturas em coro, os alunos aprendem padrões naturais de entonação, ritmo e ligação entre palavras — habilidades que muitas vezes são difíceis de desenvolver apenas com leitura ou escrita.
Em observações feitas em cursos de inglês para adolescentes e adultos, verificou-se que o uso de Jazz Chants resultou em maior fluência oral e confiança na produção de frases completas. Os alunos relataram que, ao decorar os chants, passaram a falar com mais naturalidade e sem pausas excessivas. Essa fluidez veio acompanhada de melhorias na pronúncia de estruturas como perguntas curtas (“What time is it?”) e frases com contrações (“She’s going to the market”).
Além disso, atividades com ritmo promovem a memorização de chunks — unidades lexicais como expressões idiomáticas ou frases prontas — que ajudam na construção automática de frases durante a fala. A repetição rítmica transforma a prática da língua em algo próximo de uma música, facilitando o armazenamento na memória de longo prazo.
Outro benefício observado é a redução da ansiedade oral. Muitos alunos sentem-se mais à vontade para falar quando estão acompanhados pela turma e pela cadência dos chants. Isso contribui para um ambiente de aprendizagem mais colaborativo e menos intimidador.
Professores experientes têm criado variações de Jazz Chants para temas gramaticais diversos, como tempos verbais, preposições, pronomes e modais. Ao utilizar temas cotidianos, como refeições, rotinas e trabalho, os chants se aproximam da linguagem real e conectam-se à vivência dos alunos, reforçando o aprendizado contextualizado.
Em resumo, o uso de Jazz Chants e de atividades rítmicas traz uma dimensão sonora e corporal à aprendizagem de inglês. Essa abordagem favorece a aquisição espontânea de padrões da fala, melhora a fluência e a entonação, e ainda contribui para um ambiente mais leve e participativo em sala de aula.
Referências Bibliográficas:
Graham, C. (1980). Jazz Chants: Rhythms of American English for Students of English as a Second Language. Oxford University Press.
Murphey, T. (1992). Music and Song. Oxford University Press.
Celce-Murcia, M., Brinton, D. M., & Goodwin, J. M. (2010). Teaching Pronunciation: A Course Book and Reference Guide. Cambridge University Press.
Overy, K. (2000). Music and language skills: Can music be used to teach language? British Journal of Music Education.