DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE GÊNERO N
Por: Cristiane T.
13 de Março de 2021

DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE GÊNERO N

Ciências Sociais Ciências Sociais Diversidade

Não há diferença se menina veste azul e menino, rosa. Mas ainda é difícil romper os estereótipos de gênero e educar igualmente os educandos. A sociedade brasileira apresenta alguns problemas em relação a aceitação de que alguns cargos, esportes, entre outros, sejam ocupados por mulheres. 

Essa produção textual tem o objetivo de refletir a respeito da diversidade e igualdade de gênero no espaço escolar. Não é um assunto fácil de comentar na sala de aula, por inúmeros motivos, entre eles o medo de não dar conta de conduzir um debate crítico reflexivo acerca do tema.

Observando a SGA proposta, é possível compreender a importância de um debate com os professores inicialmente, para depois ser passado para os alunos, uma vez que primeiramente quem ensina deve acreditar no que está ensinando. Por exemplo, como um professor ira conscientizar um aluno a respeito da igualdade de gênero, se nem ele mesmo acredita e respeita isso. 

Portanto é um trabalho árduo, que engloba todo o corpo docente, para juntos compreenderem a necessidade desse debate, e chegarem a um consenso para causar reflexão nos alunos. 

Inicialmente, o indicado é reunir os professores para uma discussão com base em notícias, que relatam as desigualdades de gênero presentes na sociedade, um exemplo forte é a diferença salarial entre homens e mulheres. Através dessa discussão é possível que ocorra uma reflexão sobre como as disparidades se refletem na cultura escolar. 

Por se tratar de um processo cultural, as relações de gênero são reproduzidas pelas instituições sociais, entre elas a escola. Mudar a visão a respeito dessas relações, é um trabalho que envolve a construção de um novo olhar sobre a identidade de homens e mulheres. 

Caso ocorra, ainda, alguma resistência é correto e essencial apresentar a Resolução/CD/FNDE nº 66, de 13 de dezembro de 2007, que estabelece orientações para a apresentação, a seleção e o apoio financeiro a projetos de instituições públicas de educação superior e de instituições federais de educação profissional e tecnológica para a formação de profissionais da educação da rede pública de educação básica voltados para a promoção, no contexto escolar, da igualdade de gênero, da diversidade sexual, o enfrentamento ao sexismo e à homofobia e a defesa dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de jovens e adolescentes.

O próximo passo para mudar essa visão é reconhecer que essa desigualdade existe em todas as modalidades e etapas educativas. Todos devem ter acesso igual aos direitos à educação para a igualdade, pois, além de abordar os direitos que todos temos, também ajuda na reflexão sobre os papéis e os estereótipos atribuídos aos gêneros em nossa sociedade. Discutindo isso, somos capazes de promover, por meio da educação, o aprendizado por meio da livre expressão, provocando o autoconhecimento e reconhecimento da identidade dos educandos.  

É essencial que o professor seja capaz de inserir dentro do contexto de estudo esses assuntos de maneira natural. Durante as aulas de História, por exemplo, é possível aprender e discutir a origem do Dia da Mulher, buscando entender o papel e o tratamento dado às mulheres em diferentes partes do mundo. 

É importante também o apoio dos pais ou responsáveis do aluno nesse momento, uma vez que a família pode apresentar resistência em relação ao trabalho sobre o tema por falta de informação. O ideal é que os educandos forneçam formações integradas (família/ professores), para discutir o tema, e buscar sugestões de como trabalhar e amenizar essas desigualdades. 

Por ser tratar de um trabalho que deve englobar desde os anos iniciais até um curso superior, este trabalho traz algumas sugestões de trabalhos a serem realizados para conscientizar toda a escola. 

 Educação Infantil: Através do “Faz de conta”, promover com as crianças brincadeiras como limpar a casa, trabalhar ou dirigir. Todos devem assumir o papel que quiserem, sem distinção, o educador pode mostrar que essas funções podem ser feitas por qualquer pessoa. 

Outro meio, é através dos brinquedos, que infelizmente são “separados” os que julgam ser de meninos, e de meninas. O professor pode disponibilizar todos os tipos de brinquedos para as crianças, sem distinção. 

Ensino Fundamental: O professor pode discutir algumas características associadas às mulheres (como a fragilidade) e aos homens (como a força). Que não necessariamente é assim, e estender o debate para tirar dúvidas, dialogando sobre a importância de cada um para superar a desigualdade de gênero, fazendo questionamentos como: “o que é possível fazer na escola? ” “Em que situações vocês já viram a desigualdade acontecer? ”

Ensino Médio: Por serem adolescentes e já entenderem diversos assuntos o professor pode questionar a respeito dos relacionamentos, onde muitas vezes as meninas são proibidas de usarem determinadas roupas. 

A questão de família também pode ser discutida, perguntando como é a família de cada um, as funções que cada um tem pensamentos, se há diferença de responsabilidade entre os meninos e meninas, etc. 

Esse tema é de extrema importância para a formação de cidadãos mais críticos-reflexivos, capazes de respeitar de maneira igualitária todos. 

Devemos ampliar nossa visão e acabar com os estereótipos que estão “enraizados” na sociedade. Não existe papel de “homem” ou de “mulher”, não existe brinquedo de “menina” ou de “menino”, são apenas brinquedos, de criança, e todos podem brincar se for de sua vontade. 

Assim também como é essencial mostrar que não existe esporte para homem ou para mulher, existe apenas ESPORTE, que pode ser praticado por pessoas que gostam, e buscam uma vida mais saudável. Se a igualdade for trabalhada desde a educação infantil, implantando jogos para as crianças brincarem juntas, sem separar, já estaremos formando cidadãos com outra visão.

Referências 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 

BRASIL. Lei n° 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996. (e atualizações complementares posteriores)

BRASIL. Lei n° 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Fixa as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 de agosto de 1961.

CARVALHO, R.T. Discursos pela interculturalidade no campo curricular da Educação de Jovens e Adultos no Brasil nos anos 90. Recife: NUPEP/UFPE, Edições Bagaço, 2004.

LINS, Beatriz Accioly; MACHADO, Bernando Fonseca; ESCOURA, Michele. Entre o azul e o cor-de-rosa: normas de gênero. In:______ (Orgs.) Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Editora Reviravolta, 2016. 

 

 

 

 

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Cristiane T.
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Cristiane T.
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Professora de português, história e ensino fundamental. Método simples e objetivo. Ajudo você professor iniciante a preparar sua primeira semana.
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