Força ou Energia
em 18 de Fevereiro de 2015
A Caminho Do Cosmos Geocêntrico
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA
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O estudo dos astros – ou seja, a astronomia – foi a atividade que abriu as portas do mundo da ciência para os seres humanos. No firmamento, os primeiros homens e mulheres, ainda na pré-história, perceberam a existência de mecanismos e ciclos específicos que se refletiam em suas atividades terrenas e eram marcados pela posição das estrelas.
O Sol, a cada dia, criava a divisão entre o dia e a noite. A Lua, a cada volta dada ao redor da Terra, marcava o período conhecido como mês. A posição de determinados agrupamentos de estrelas ao longo do tempo parecia indicar os melhores períodos para plantio e colheita – pistas fundamentais para a sobrevivência dos primeiros agricultores, dezenas de milhares de anos atrás. Finalmente, alguns astros pareciam não seguir o mesmo movimento dos demais, surgindo em variadas posições a cada momento – às vezes até pareciam caminhar para trás durante algumas noites, para depois seguir sua trajetória normal.
O céu era – e é – bem movimentado, mas, ainda assim, inspirava uma certa noção de ordem, de mecanicismo. Não é à toa que deu à luz a percepção de que o mundo podia evoluir a partir de certas regras pré-determinadas – leis da natureza, por assim dizer. Partindo dessa premissa, os antigos puderam travar seu primeiro contato coma noção de ciência. Ainda que de maneira primitiva, esse processo exigia a combinação de observação e criação de hipóteses, fornecendo as bases para o desenvolvimento científico moderno(a despeito dos percalçoscontraessaformadeinterpretaromundodurantetodoocaminhodesdeaIdadeAntiga).Ao se colocar na base da ciência, a astronomia fez sentir sua influência em praticamente todos os ramos do conhecimento científico. Mas, com a crescente repartição do saber em gavetas estanques(como,porexemplo,asdisciplinaslecionadasseparadamenteemtodasasescolas),asnoçõesastronômicastambémforamdiluídas,esuaimportânciaaparentenoensinodecresceudeformaextremada.Não é difícil perceber os efeitos desse processo. Basta notar que as noções básicas sobre o Sistema Solar são dadas nas aulas de geografia, as leis de movimentos dos planetas estão no curso de física, o andamento da corrida espacial no século 20 está na disciplina de e as descobertas mais sofisticadas sobre a origem do universo, pasme, não estão em lugar algum.Com essa diluição, não só perde o ensino da astronomia, mas também o próprio professor ,que se vê sem uma poderosa ferramenta de ensino. Uma das coisas que desmotivam os alunos é o fato de que a são transferidas indiscriminadamente imensas doses de conhecimentos, mas pouco se fala sobre o porquê de tudo aquilo. O que levou uma considerável parcela das pessoas mais inteligentes do mundo em todos os tempos a desenvolver todas aquelas ideias, hoje transmitidas de forma pouco atraente em sala de aula? Quais as motivações? “Para que serve isso?”, é uma pergunta que pode aparecer com frequência entre os alunos.