Força ou Energia
em 18 de Fevereiro de 2015
Transversalmente neste ensaio, meu amigo leitor , venho apresentar as minhas idéias sobre o escritor Machado de Assis e sua extensa obra literária . O sarcasmo é quem sabe o predicado que mais aprecio em um escritor. Não o sarcasmo acerbo que muitos alastram sobre o diverso e a história, mas a ironia afetuosa que descobre as nossas próprias covardias e do mesmo modo em nosso imediato ou, o que talvez seja o próprio fato, as pusilanimidade das diferenças em nós próprios.
Somam um século que Machado de Assis se foi , mas parece que foi ontem , ou melhor alvitre que ele nem se foi .
Leitor , meu amigo , o dialeto e a escrita são as páginas da vida e por isso é que podemos obter uma complexidade das realidades humanas dentro do contexto literário, apoiadas no real , na compaixão e na troça ..
Em nenhum momento , meu leitor , Machado de Assis depreciou a capacidade de compreensão de seus leitores a sua vasta obra literária , pelo contrario , ele falava ao escrever como se seu dialeto e sua grafia fossem parte de um só espetáculo; onde o leitor caminhasse junto a si. Mas a reflexão é por conta de quem lê , embutidos na historia de seus personagens.
Podemos observar na obra de sua OBRA um aspecto ilustrativo, uma forma rica e detalhada para tecer o texto e tecer a vida de seus personagens com a vida do Real . Em toda a OBRA , meu leitor , saímos em busca de uma referência na relação familiar e social . Machado nunca teve a intenção de nos levar para outro mundo e sim nos deixar , exatamente , aonde estamos : NESTE MUNDO . Busca a simplicidade , pensando no que precisa para zombar o cotidiano universal deste mundo .
Assim, torna o ato da escrita uma ação através da ficção, como moldura para expressar seu imaginário e o nosso Real, imaginário este que não escapa de sua linguagem irônica e sarcástica .
A critica social é o ponto de desfeita, o estrear de seus contos.Talvez , bem como, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, onde o preconceito e a tortura social sofrida por ser filho,legitimo , de Joaquim Maria Machado de Assis ,brasileiro, carioca, descendente de negros alforriados, pintor e dourador e da lavadeira Maria Leopoldina Machado de Assis (portuguesa da ilha de São Miguel, Açores), no Morro do Livramento, Rio de Janeiro; cedo, na infância perde a mãe e a irmã única.E é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
De saúde grácil, epilético, taramelo, e os dados são insuficientes sobre a sua infância e início da juventude.
Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando. Como vê , leitor amigo , o labor serviu para moldar seu espírito de escritor .
O cargo publico que ocupou durante toda a vida , deu-lhe a tranqüilidade para escrever . O casamento (18 de novembro) com Carolina Augusta Xavier de Novais, portuguesa recém-chegada à Corte, irmã mais nova do poeta Faustino Xavier de Novais; ela, 32 anos, ele, 27; a família opusera-se em vão às núpcias, por causa da cor do noivo e, talvez, de comentários acerca da sua epilepsia, mas de nada adiantou . Foi imensamente feliz em sua união com Carolina , mulher culta , mais venha , sem filhos . O soneto Carolina a celebrizou após a sua morte .
Logo , ele se tornou um poeta com a pena irônica irrigada na aquarela da depressão, preleção de um bruxo .
As conversas de Machado... Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo?
"As botas apertadas são uma das maiores venturas da natureza", diz Machado. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo?
Este é o estilo de nossa grande homem-rã , pena suspensa, todo ele reservado, demonstra impassibilidade, porque desde cedo, mulato e pobre, aprendera a dissimular as emoções. Por dentro, ferve. É a ocasião. Tem de agarrá-la e nela firmar-se. A sorte é um único ganhador que passa diante de si. Machado, aos 22 anos, quer ser único a ganhar . A ascensão de passar de aprendiz de tipógrafo a redator de jornal, o sisudo homem- jovem passa a assinar crônica semanal. O titular daquele palmo de prosa demitiu-se, por motivos pessoais, e o redator-chefe, agoniado, há de ter passeado os olhos pela sala. Os olhos detêm-se em Machado. "Este é o homem “, pensa, com certeza, o chefe de redação.
9-Machado não precisa de musa , seus leitores são a sua inspiração com a sua conversa informal , franca , pura .
10-Cronista consciente , aproveita da vida comum para dela tirar seu alento . E que alento diz de passagem !!!. Intoxicado pelo pessimismo e pela descrença na raça humana .
Pode , você leitor , pode achar que estou sendo mais critica que todos os críticos , mas sabe , eu não sou.Considero o pessimismo machadiano mais fidedigno, porquanto, a despeito de apontar a contradição essencial da natureza humana, concepção religiosa e social para a qual o homem é atraído pelos dois infinitos do bem e do mau , assim como amam a Deus e temem o demônio e nada para o absoluto. Claro que acreditamos que o homem possa , ainda , amar o seus semelhantes como a ele próprio e alimentamos uma grande esperança otimista na vida futura. Ao “passo que Machado não acredita no homem, não ama a vida, nem espera nenhuma beatitude futura. No leito de morte, lúcido, abdica o aconchego da fé. Desde os seus primeiros escritos ficcionais ele demonstra seu desinteresse pela fé , apesar de amar e ter amado a sua esposa e sua madrasta : : "O que distingue o homem do cão é a faculdade de fazer com que uma noite não se pareça com outra".
Para ele, cronista e historiógrafo andam de mãos dadas. "Um contador de histórias", escreve numa crônica, "é justamente o contrário de um historiador, não sendo o historiador, afinal de contas, mais que um contador de histórias. Por que essa diferença? Simples, leitor, nada mais simples. O historiador foi inventado por ti, homem culto, letrado, humanista; o contador de histórias foi inventado pelo povo, que nunca leu Tio Lívido, e entende que contar o que se passou é só fantasiar".
Para ele , não são as coisas bonitas que marcam nossas vidas , mas sim as vidas das pessoas que tem o dom de jamais serem esquecidas ! .E ele espelhava no leitor amigo , como a uma espelho mesmo , um reflexo de suas idéias , seus sonhos e sua inspiração , por isso que a aceitação deste leitor era importante ,
A sua amizade é muito importante pra mim!
Perguntei ao Sol
Qual o segredo
Para sempre iluminar
Ele respondeu:
Perca o medo
Deixe seu coração falar
10- Machado julgou todo um sistema político da época , do Segundo reinado a Primeira Republica , abordando um universo de anti-heróis ou super-heróis sob um temática mais adulta e cruel .