Guerras mundiais e o mundo bruxo

2a Guerra Mundial

De Nuremberg a Azkaban: as referências do mundo bruxo a Segunda Guerra mundial

Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas apresentam um pouco de história. O sucesso alcançado pela obra de J.K Rowling não é novidade pra mais ninguém, mas talvez nem todos tenham notado as referências históricas presentes na obra. Desde o nome de personagens, como Salazar Slytherin, que foi batizado em referência ao ex-ditador nacionalista português António de Oliveira Salazar, muito provavelmente durante o período em que a autora esteve em terras lusitanas, até as semelhanças entre os bruxos das trevas e um certo austríaco de bigode que não deve ser nomeado. Nesse texto trataremos do segundo, mas vamos mergulhar um pouco no mundo bruxo para isso. 

 

 A nova fase do universo apresentada na saga de Newt Scamander nos trouxe mais do que novos personagens tão interessantes quanto os da saga principal. O grande vilão da obra, o bruxo Grindewald é um paralelo direto a ascensão do partido de Adolf Hitler na Alemanha dos anos 30. No universo mágico, o bruxo formado em Dusmstrang começa a conquistar seguidores após as leis sobre convivência entre os bruxos e os trouxas, que o mesmo considera injustas com os bruxos, que o mesmo considerava superiores, e que não deviam se esconder, mas, se revelar aos trouxas, assumindo o comando da sociedade e guiando o mundo da forma correta, segundo ele é claro. Isso te lembra uma certa ideia de raça pura, dominando as demais ? É, as semelhanças não param por aí. 

 

 Na sequência vemos a apropriação do símbolo das relíquias da morte, que assim como a suástica, símbolo antigo e que ainda pode ser visto em templos budistas, teve um novo significado após as façanhas tanto de Hitler quanto de Grindewald. Seu lema “para o bem maior", visto nas placas da sua enorme fortaleza, podem ser vistos como uma referência à famosa inscrição “o trabalho liberta", fixada desde os portões de Auschwitz até Dachau. Ainda sobre a fortaleza, Nurmengard, pelo nome não fica difícil entender a referência à cidade alemã de Nuremberg. O motivo? Bom a cidade alemã foi marcante tanto para ascensão quanto para a queda do partido nazista. Desde a chegada de Hitler ao poder em 1933, era em Nuremberg que ocorriam as reuniões anuais do partido, até 1938. Eventos cheios de espetáculo e propaganda da causa dos nazistas, que utilizavam de todos os efeitos teatrais, bem como do aparato militar, para vender a imagem de salvador germânico ao pequeno austríaco Adolf. Quis o destino que o local também seria o palco dos julgamentos e condenações dos mesmos que anteriormente desfilavam pelas ruas. Assim como no mundo real, Grindewald teve o mesmo destino, sendo preso na fortaleza que construiu para seus inimigos, após a derrota no duelo com Dumbledore.

 

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 E pra quem acha que as referências se resumem a Grindewald, a possível “sátira” representada por Voldemort, não poderia ser deixada de lado. Assim como o líder nazista, a figura de Tom já é um contraponto à sua própria ideologia. Um garoto mestiço, que luta pelo domínio dos puro sangue, assim como o baixinho austríaco de cabelos escuros, que pregava a supremacia dos arianos, loiros e altos. Bastante controverso, não? Mas fora a sátira, Voldemort, assim como Hitler  são provas de que o poder do convencimento aliado à uma boa propaganda, podem mascarar tudo, inclusive o mais óbvio. O historiador Peter Burke, em sua mais famosa frase, diz que, “A função do historiador é lembrar a sociedade do que ela quer esquecer “. Estou usando esse texto para cumprir com essa tal função. Que, mesmo através de uma obra de ficção, não esqueçamos e nem nos deixemos levar por oratória ou propaganda, não acabarmos no lado errado, acreditando estar fazendo tudo por um “bem maior”.

 

 

 

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