O quinto dedo
Por: Daniel P.
21 de Novembro de 2020

O quinto dedo

Piano Iniciante Intermediário Avançado Erudito

“Cante mais”, “destaque mais a voz superior”, “o quinto dedo está apagado” ou “você precisa fortalecer o quinto dedo”. Essas são algumas das frases que já ouvi de inúmeros professores em aulas particulares ou em masterclasses. Acredito que a maioria dos pianistas já ouviu algo sobre o quinto dedo em algum momento. O piano é um instrumento que permite um tipo de escrita bem rica onde as possibilidades são infinitas. Além da melodia, podemos executar a harmonia como acompanhamento, mais de uma melodia ao mesmo tempo em peças contrapontísticas, polirritmia e politonalidade, enfim, existe uma vasto número de obras da literatura com peças que exploram mais e mais as possibilidades do instrumento e do pianista. 

Mas e o quinto dedo? O quinto dedo, às vezes em conjunto com o quarto e talvez o terceiro, é o dedo responsável pela parte aguda do instrumento e geralmente, é a parte que tentamos destacar mais na hora de tocar, é o dedo que toca a nota mais aguda do acorde ou quando em conjunto com o quarto fica responsável pela linha do soprano enquanto os demais fazem parte do acompanhamento.

Mas o que “destacar” o quinto dedo significa?  O primeiro impulso do aluno ao ouvir do professor que precisa destacar mais a voz superior, é tentar forçar o dedo ou adicionar mais peso gerando um ataque forçado, às vezes com pressão do braço que pode gerar dores no pulso. Como disse anteriormente, o piano é um instrumento rico em possibilidades, mas como todos os instrumentos, ele possui suas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens estão a ressonância e a variedade de cores que podemos criar através do toque. Em geral, quando precisamos destacar algum trecho é menos trabalhoso usarmos um toque rápido que permita que o piano ressoe, que aquela nota brilhe. Um ataque forçado e tenso não tem o mesmo efeito que um ataque brilhante.

Tentar apertar, ou atacar a tecla com mais força usando o quinto dedo sozinho pode até funcionar dependendo do repertório e da mão de cada pianista, mas a longo prazo vai gerando mais e mais tensão à medida que o repertório vai ficando mais difícil. O resultado sonoro também não é o mesmo, soa parecido, e “dá para enganar”, mas ouvidos treinados e pianistas mais experientes sabem distinguir um som forçado “amassado”, de um som brilhante e redondo. O segredo é não deixar o quinto dedo sozinho e fornecer suporte da mão e braço como um todo. Pode haver articulação do dedo em si, mas o auxílio do braço como um todo vai facilitar na hora de “cantar”.

Se você leu até aqui, obrigado!

Sugestões e dúvidas são sempre bem vindas.

Daniel

 

Texto original em: https://danielpadovanpiano.wordpress.com/2020/11/21/o-quinto-dedo/

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