A fé sob medida. A religião vista de forma mercantilista.
Por: Diego D.
13 de Fevereiro de 2016

A fé sob medida. A religião vista de forma mercantilista.

Administração Marketing Organizações Geral Ética Técnicas Ajuda Problemas

fonte: http://revistadaespm.espm.br/?p=194

 

A religião sendo vista de uma forma mais mercantil, natural é que sejam utilizadas por parte dos seus “gestores” técnicas e práticas para uma melhor eficiência na troca com seus consumidores.

 

Se a palavra marketing sozinha já é capaz de despertar uma série de associações negativas, como engodo, propaganda enganosa e manipulação, quando junto com a palavra religioso, estas percepções acabam sendo reforçadas. É como se o profano estivesse sendo colocado lado a lado com o sagrado.

O marketing religioso pode ser justificado a partir das publicações que vêm chamando a atenção para a crescente mercantilização religiosa. São trabalhos que estão sendo publicados com o intuito de compreender, em especial, a transformação da espiritualidade em produto de consumo. Como se de um lado da troca se buscasse “empregos, equilíbrio financeiro, harmonia familiar, felicidade conjugal, fartura, soluções de problemas de saúde e alivio de sofrimentos humanos em geral” (Storni & Estima, 2010) e de outro se entregasse conforto espiritual e bençãos divinas. Muitas vezes, inclusive, esta transação sendo consolidada com o uso de moeda, através das doações, esmolas, contribuições e, de forma mais evidente, da cobrança dos dízimos.

Alguns estudos mostram a forte relação existente entre o fenômeno do consumo do mundo moderno e a ética religiosa, principalmente nos países que participaram da Reforma Protestante na Europa. Lima (2001 apud Storni & Estima, 2010) inclusive sugere que “há várias datas de estímulo ao consumo que são marcadas pela religiosidade, como é o caso da comemoração do nascimento de Cristo que, para o capitalismo, tornou-se o maior evento de distribuição de presentes”.

A própria discussão acerca do processo de trocas simbólicas que ganhou mais força a partir da segunda metade do século XX (Berger, Bordieu, entre outros) ajuda a formar a ideia e a fomentar a possibilidade de se desenvolver técnicas para influenciar o comportamento também nestes tipos de mercados. Assim, o campo religioso também passa a ser encarado como um mercado. Ora, a religião sendo vista de uma forma mais mercantil, natural é que sejam utilizadas por parte dos seus “gestores” técnicas e práticas para uma melhor eficiência na troca com seus consumidores. Aqui, denominados respectivamente, igrejas e fiéis.

Outro fator que justificaria a existência de um marketing religioso é o aumento do número de organizações religiosas, uma proliferação de igrejas, seitas e outras formas de religiosidade em geral. Em reportagem produzida pelo SBT (2009) constatou-se que em São Paulo surge um templo a cada dois dias. Muitos deles são iniciativas quase que caseiras, que não evoluem (e com curiosos nomes de marca: Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse, Igreja Pentecostal do Pastor Sassá, Igreja Pentecostal Cuspe de Cristo, Igreja Pentecostal Jesus Vem Você Fica, Igreja ETQB – Eu Também Quero a Benção), mas outras se tornam grandes organizações inclusive com expansão internacional. A Igreja Universal do Reino de Deus é um exemplo muito estudado porque assume uma postura e estilo essencialmente empresariais na conduta de conquista e retenção de fiéis, na forma e quantidade de arrecadação e no massivo investimento em comunicação. Para alguns autores como Ribeiro (2001), “o pentecostalismo e, mais particularmente, a Igreja Universal do Reino de Deus foi quem introduziu no campo religioso a linguagem do marketing e da televisão. Até então, ela era utilizada de uma forma muito reduzida e não sistemática”.

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