Gestão financeira nas cooperativas
A sociedade cooperativa, assim com a sociedade de capital, necessita de recursos financeiros para sobreviver e expandir suas atividades. O maior desafio é superar, em muitos dos casos, sua pouca habilidade em evoluir, transformando-se de uma organização originalmente defensiva em suas estratégias para uma empresa com atuação mais agressiva no mercado, fazendo frente as demais sociedades de capital, empresas privadas e multinacionais.
É necessário revisar suas estratégias e sua estrutura, adaptando-as à nova realidade competitiva, e em muitos casos, as adaptações deverão ser acompanhadas de novos investimentos e fontes alternativas de capital. É justamente sobre o aspecto das dificuldades de capitalização e financiamento das cooperativas agropecuárias, que pretendo expor.
Nesse sentido o acesso ao crédito é fundamental para o crescimento das sociedades cooperativas. O fato de se buscar o crédito não significa pouca saúde financeira, mas sim uma ferramenta que apoia (quando bem gestada) as estratégias de crescimento de uma sociedade cooperativa. Nem de longe a busca por dinheiro no mercado é a forma mais barata. Entretanto ela existe e precisa ser usufruída, desde que com prudência.
Pelo fato de as cooperativas inserirem-se no contexto do regime de mercado em que atuam e se deparam com os mesmos desafios e problemas que afetam a capitalização e o financiamento das sociedades de capital, os recursos financeiros tornam-se indispensáveis para o pleno êxito de suas estratégias.
Assim existem algumas alternativas de capitalização de uma cooperativa de forma a suprir as suas necessidades financeiras, as quais destacaria:
- Integralização de cotas-parte;
- Capitalização por parte do cooperado de acordo com a sua movimentação;
- Retenção de sobras e criação de novos fundos;
Esses três fatores, além de serem os recursos financeiros mais baratos em se capitalizar uma cooperativa, é uma obrigação por parte do cooperado (leia-se sócio) fomentar o crescimento da cooperativa ao qual faz parte.
Quando isso não ocorre, ai sim restam-se as cooperativas de crédito e demais bancos para se buscar recursos… mas ai paga-se o preço do dinheiro.
Produzido e organizado por: Inácio Pereira, economista especialista em gestão e cooperativismo.