Série O Que Aprendi: no Grupo Pão de Açúcar. E as empresas d
Por: Diego D.
19 de Junho de 2017

Série O Que Aprendi: no Grupo Pão de Açúcar. E as empresas d

Administração Gestão Financeira Marketing Gestão de Pessoas Vendas Gestão de Estoques Gestão Pessoas Valor Online Varejo MBA Desenvolvimento de Líderes Estratégia Empresarial

Série O Que Aprendi: no Grupo Pão de Açúcar. E as empresas deviam copiar.

 

Idealizador at Movimento Estrela-do-Mar

 

Durante alguns anos foi professor em um programa de desenvolvimento de líderes na ViaVarejo, do Grupo Pão de Açúcar - GPA. Foi um tempo de ensino e aprendizado intenso.

Sempre que dou um treinamento em uma empresa, acabo por aprender mais do que ensino. Primeiro por que, durante a preparação, pesquiso profundamente a empresa e o mercado no qual ela atua. Sempre peço para ir para o campo, a rua, a loja, a frente de batalha, pois só assim posso entender as dificuldades e oportunidades da equipe a ser treinada.

E depois por que, durante o treinamento, instigo os alunos a falar, contar histórias, relatar suas experiências. E aprendo com isso.

O primeiro aprendizado que tive com a ViaVarejo foi na verdade uma epifania. Uma revelação que tive ao visitar a fábrica de móveis Bartira, em São Caetano, SP.

Pouco conhecida do público, a Bartira é uma das empresas do GPA, que produz os moveis vendidos nas Casas Bahia e no Ponto Frio, as duas redes de lojas da ViaVarejo.

São aqueles guarda-roupas, jogos de cozinha, estantes e sofás que vemos anunciados todos os dias na TV a preços bem convidativos.

A Bartira é a maior fábrica de móveis do Brasil, com 112 mil metros quadrados de área. Para trazer isso para uma medida muito usada no Brasil, é o equivalente a uns 16 campos de futebol lado a lado.

E minha epifania aconteceu quando vi o interior da fábrica a partir da janela da área de treinamento.

Aquela empresa enorme era apenas uma pequena parte de uma empresa maior, chamada Casas Bahia, que junto com outra empresa tão grande quanto, o Ponto Frio, compõem uma empresa maior chamada ViaVarejo, a maior empresa de varejo de móveis do Brasil.

É importante salientar que a área de vendas online das lojas Casas Bahia e do Ponto Frio é outra empresa, chamada CNova. A ViaVarejo engloba apenas as lojas físicas. Somente em 2016 as duas operações foram unidas.

A ViaVarejo e a CNova fazem parte de uma empresa maior, chamada Grupo Pão de Açucar, composta por empresas como Extra Hipermercados, Supermercados Pão de Açucar, Assai e outras marcas.

Por sua vez, o GPA faz parte de uma empresa maior, chamada Casino, de origem francesa.

O tamanho de uma empresa como essa é difícil de entender. Fiquei tão impressionado com esse insight que fui pesquisar mais sobre o assunto e conheci o trabalho de Glattfelder, que publiquei no artigo Nessa palestra fantástica do TED 2012, James Glattfelder responde, usando Big Data, quem comanda o mundo

O segundo grande aprendizado que tive na ViaVarejo foi o próprio programa de desenvolvimento de líderes, chamado Líderes do Futuro.

A estratégia da empresa, naquele momento, era crescer de forma rápida, aproveitando o momento econômico positivo. E o GPA entendeu que o gargalo não estava em capacidade de investimento para a abertura de lojas: o que poderia prejudicar o sucesso da estratégia seria a falta de gestores preparados para assumir as novas lojas.

O Lideres do Futuro era um programa de formação de gestores com duração de um ano. A cada três meses, os gerentes participavam de uma semana de treinamentos teóricos, dados por consultorias especializadas em temas tão diversos como Gestão de pessoas, marketing, visual merchandising, gestão de estoques, gestão financeira. Um verdadeiro MBA.

Mas o grande valor do programa estava na parte prática. A cada trimestre os gerentes eram transferidos de loja, passando, durante o ano, por 4 filiais em estados diferentes, cidades de tamanhos diferentes e lojas com características de público e de localização diferentes.

Assim, aprendiam na prática que o cliente do sul é diferente do cliente do norte. Que a equipe que trabalha em uma loja de shopping se motiva de uma forma diferente da equipe de uma loja de rua. Que gerenciar uma loja grande é bem diferente de uma loja pequena.

Ao final do programa, a empresa havia desenvolvido, todos os anos, cerca de 100 novos gestores realmente preparados para gerenciar uma loja.

Em muitas empresas que trabalhei, os novos líderes eram promovidos pelos motivos errados, não recebiam treinamento e preparação como líderes e eram jogados na cova dos leões. Muitos, depois de algum tempo, acabam sendo demitidos, e o que se ouve nos corredores são frases do tipo: “ele não era competente”, “deixou o sucesso subir à cabeça” ou “sabia que isso ia acontecer”.

O que aprendi com o GPA é que se a estratégia é crescer, é preciso ter uma equipe preparada para isso.

Por que mais caro que treinar e depois perder um funcionário, é não treiná-lo e ele permanecer na empresa. O prejuízo de um gestor não preparado é bem maior que qualquer custo necessário para desenvolvê-lo.

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Diego D.
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