Quem decora, sai da escola, mas e daí?
Por: Edson J.
07 de Setembro de 2015

Quem decora, sai da escola, mas e daí?

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Jo Boaler, especialista em didática da matemática, professora na Universidade de Stanford, publicou em maio uma análise do desempenho dos Estados Unidos nos testes do Pisa. (O Pisa é um teste que uma organização internacional aplica a jovens de 15 anos em 64 países.) A última edição ocorreu em 2012, e os americanos estão preocupados com as notas de seus jovens: os EUA ficaram em 31º lugar em matemática, atrás de seus principais competidores. (O Brasil ficou em 57º.)

“Os estudantes de melhor desempenho”, diz Jo a respeito do que revelam os dados de 13 milhões de estudantes do mundo todo, “veem a matemática como um conjunto de grandes ideias, todas com muitas conexões entre si. Os de pior desempenho, ao contrário, são aqueles que recorrem a táticas da memorização.”

Jo faz parte de um grupo de especialistas famosos que tem trabalhado com o governo americano e feito campanha para mudar o modo como os EUA ensinam matemática a seus jovens. Entre eles, estão Keith Devlin, Phil Daro, Bill Jacob, Conrad Wolfram. Mas, por razões históricas, muitos professores americanos incentivam bastante um tipo específico de estudante: o que facilmente memoriza métodos e procedimentos, e que realiza cálculos aritméticos rapidamente.

Cientistas já sabem que a maioria das pessoas não é assim. Laurent Schwartz, o matemático francês que ganhou a medalha Fields em 1950, contava como se sentia estúpido durante as aulas de matemática na escola básica, pois era talvez o aluno mais lento da classe. Se o professor ensina matemática no estilo “vamos achar bem depressa a resposta certa deste enunciado de uma questão do vestibular”, gente como Laurent acaba acreditando que não tem cabeça para a matemática. “Mais tarde”, disse Laurent uma vez, “fui entender que a coisa mais importante na matemática é compreender profundamente uma ideia e sua relação com outras ideias.

O fato de ser rápido ou lento não tem relevância nenhuma.”

Mas, nos EUA, os pais têm pressa; querem que seus filhos montem, antes dos 18 anos, um currículo cheio de cursos avançados de matemática, pois desejam que tenham a chance de entrar numa ótima universidade, e com bolsa de estudos. “Não há nenhum problema em permitir que um jovem estude cedo algum assunto da matemática universitária”, diz Jo a certa altura da análise. “Mas é importante que ele o explore devagar, profundamente.

Não precisamos de alunos capazes de fazer contas rapidamente, mas capazes de investigar, elaborar perguntas, comunicar seus resultados de várias maneiras, interligar ideias aparentemente desconexas, produzir gráficos e infográficos, trabalhar em equipe.”

 

(Texto retirado da Revista Cálculo)

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