A análise de um projeto de investimento pode ser realizada a partir de vários métodos. Os dois principais métodos são a análise da TIR (Taxa Interna de Retorno) e análise do VPL (Valor Presente Líquido). Mas qual é o melhor deles?
O método da TIR consiste em encontrar a taxa de juros que torna os fluxos de caixa do projeto equivalentes. Ou seja, os fluxos de caixa positivos gerados pelo projeto seriam equivalentes ao investimento e necessidades de capital exigidas por este mesmo projeto, quando todas as entradas e saídas estejam submetidas a essa mesma taxa de juros, a Taxa Interna de Retorno. Desse modo, investir no projeto seria equivalente a investir em outra aplicação, com mesmo nível de risco, que lhe rendesse uma taxa de juros igual à TIR. Se a TIR encontrada é maior do que as outras opções de investimento, então o projeto é atrativo. A grande vantagem do método é encontrar uma taxa de juros que torne possível comparar o projeto de investimento sob análise com outras alternativas cuja taxa de remuneração já é conhecida.
Porém, é necessário um cuidado na análise dos resultados da TIR. Isso ocorre pois o método considera que todos os fluxos de retorno podem ser aplicados a uma taxa de juros igual à TIR, o que nem sempre poderá ser conseguido. Imagine um projeto que precise de um investimento de $ 100.000,00 no ano 0 (zero) e que gere fluxos de caixa uniformes de R$ 50.000,00 durante os cinco anos de sua operação. Calculando a TIR, iremos obter uma taxa de 41% ao ano. Porém, para termos de fato essa rentabilidade ao final dos cinco anos, teríamos que ter a possibilidade de reaplicar cada um dos retornos intermediários (retorno do ano 1, ano 2, ano 3 e ano 4) em um outro investimento que também remunere a essa mesma taxa de 41% ao ano. Difícil de acontecer, não é? Portanto, na realidade, ao final do projeto teríamos uma taxa de rentabilidade do investimento diferente (menor) da TIR calculada no início.
O método do VPL é considerado um método mais robusto de análise, e consiste na atualização de todos os fluxos de caixa do projeto a valor presente, submetidos a uma taxa de desconto arbitrada. Essa taxa de desconto, normalmente chamada de Taxa Mínima de Atratividade (TMA), é obtida a partir da soma da melhor alternativa de retorno livre de risco (um título público de renda fixa, por exemplo) e de um prêmio de risco (pois todo empreendimento tem um risco, ou seja, os fluxos de caixa projetados podem não se verificar na realidade). A escolha adequada da taxa para descontar o fluxo de caixa é um passo fundamental para a correção do método do VPL e é neste passo que se encontra a sua robustez. Com uma TMA adequada, se o valor presente líquido for positivo (VPL > 0), o projeto é atrativo. Por outro lado, se o valor presente líquido do projeto for negativo (VPL < 0), então o projeto não possui atratividade.
Resumindo, o método da TIR requer alguns cuidados na sua interpretação, mas é válido por resultar em um número que pode ser facilmente comparado com outras rentabilidades. Já o método do VPL é mais robusto e mais indicado para se analisar a viabilidade intrínseca do projeto.
É isso!
Abraços,
Estéfano