
O que é Coaching?

em 07 de Janeiro de 2015
Costumamos referir-nos ao estudo como se só houvesse uma modalidade. Entretanto, existe o estudo vivo e o estudo morto. Parece estranho, mas vou esclarecer o que isso significa. Aprender por aprender é estudo morto, enquanto aprender algo para ser utilizado na sociedade é estudo vivo. O estudo para pesquisar a Verdade é diferente, e muito importante. Mas, vejamos, em primeiro lugar, o que é estudo.
Atualmente, nas escolas primárias, secundárias e superiores, utilizam-se os livros didáticos, ou melhor, a teoria, como linha vertical; o que é ensinado pelo professor, constitui a linha horizontal. Esse método de ensino foi elaborado após grandes esforços e inúmeras experiências feitas por didatas. Logicamente, novas descobertas e novas teorias surgiram e desapareceram; algumas surgiram e foram ultrapassadas por outras mais recentes, as quais aproveitaram daquelas apenas o que tinha validade para ser incorporado. Aquilo que em outra época era considerado verdade e respeitado como regra de ouro, foi desaparecendo sem deixar nenhum vestígio, na medida em que aparecia algo que o superava. Existem, contudo, algumas teorias descobertas que se mantêm vivas até hoje, concorrendo para tornar a sociedade mais feliz.
É o tempo que determina o valor de todas as coisas. Por esse motivo, embora tenhamos plena certeza de que uma teoria seja absolutamente verdadeira, inalterável e eterna, não podemos saber quando aparecerá outra que a destrua, nem quem o fará. Vários exemplos podem ser citados, desde tempos antigos. Quando aparecem novas descobertas, é natural que elas não se encaixem nos moldes das tradicionais; quanto menos se encaixam, maiores são os seus valores. Resumindo, é uma ruptura das formas enraizadas; na medida em que for mais intensa, maior a sua validade. Desse modo, é evidente que as velhas teorias são afastadas devido ao aparecimento de teorias novas, superiores a elas. Se a verdade em que acreditávamos é ultrapassada, é porque surgiu outra de maior Luz. É assim que se processa o desenvolvimento cultural.
Analisemos mais profundamente. O ensino tradicional foi sedimentando-se através dos anos, mas o progresso cultural faz com que ele se dissocie dessa forma estática numa rapidez incrível. Um dia destes, ouvi do presidente de uma empresa o seguinte comentário: "Embora seja muito inteligente, uma pessoa que saiu da universidade há mais de dez anos não consegue situar-se, em face dos problemas reais do presente. Isso acontece por não haver correspondência entre o que ela aprendeu naquela época e o tempo atual, especialmente no que se refere aos técnicos." Essas palavras vêm ao encontro daquilo que eu explanava, porque, pela sua própria natureza, os conteúdos das matérias estudadas devem se referir à época do estudo, mas, se eles não acompanharem o progresso cultural, fatalmente o estudo perderá sua validade.
Exemplifiquemos.
Dizem que os políticos contemporâneos tornaram-se muito "pequenos", o que significa dizer que é difícil encontrar políticos de grande envergadura. Os ministros de hoje não são nada hábeis; o máximo que eles conseguem é resolver problemas do momento. Isso ocorre porque, na atualidade, os estadistas de nível ministerial são formados pelas Universidades Federais e deixam-se levar facilmente pelas velhas teorias aprendidas. Racionais em tudo, eles não sabem que existe algo além da lógica. É a mesma coisa que utilizar o cavalo como meio de transporte numa rodovia, ou aprender a dirigir charrete ao invés de carro.
O estudo destina-se ao desenvolvimento do cérebro humano. É para edificar uma base, como se fosse o alicerce de uma casa. Sobre essa base, precisamos fazer uma nova construção, ou seja, utilizar o estudo, desenvolvê-lo e com ele criar coisas novas. Isso significa ajustar os passos ao contínuo progresso cultural. E não é só isso. O verdadeiro estudo vivo é aquele que avança ainda mais, desempenhando a função de orientar a cultura. (...)
Meishu-Sama em 25 de junho de 1949
Extraído do livro "Alicerce do Paraíso" – vol. 1 (trechos)