Cosa unisce la pizza più famosa e un ottimo dolce natalizio?
em 23 de Dezembro de 2021
O "torrone" é um dos doces mais amados pelos italianos, sobretudo no tempo de Natal. A receita tradicional prevê uma massa feita à base de mel, clara de ovo e amêndoas. Existem, no entanto, variações que preveem a utilização de outros tipos de fruta seca, como as avelãs ou, especialmente na Sícilia, os pistaches. Trata-se de uma especialidade apreciada há séculos em muitas regiões da Itália, mas também em outros países europeus.
As origens desta iguaria se perdem na noite dos tempos e existem diversas cidades italianas que reivindicam a sua paternidade; nos limitamos em mencionar as duas histórias mais notáveis
De acordo com um conto lendário, o torrone, ou alguma coisa de muito similar a este, teria sido inventado pelos "Sanniti", povo de orgulhosos guerreiros, por muito tempo rivais dos Romanos no sul da península. O poeta latino Marziale, no I séc. d.C., aponta com efeito a "cupedia" (coisa/objeto desejado/a), doce tradicional similar ao atual torrone, mas desprovido da característica forma de paralelepípedo à qual estamos acostumados, entre os produtos típicos de Benvento, capital do "Sannio".
Aqueles que sustentam uma origem tão antiga desta guloseima, afirmam que o nome "torrone" è originário do verbo latino "torrere", que faz alusão ao processo de torrefação ao qual são submetidas as amêndoas ou as avelãs.
Uma outra hipótese, completamente diferente, mas com bases históricas talvez mais sólidas, é aquela que sustenta a origem árabe do torrone. À época da grande expansão islâmica, que leva os muçulmanos a ocupar boa parte da Espanha, a obter o pleno controle da Sicília e a ter continuas relações, frequentemente conflituosas, com o sul da Itália, os árabes teriam difundido a "qubbat" deles na bacia do mediterrâneo. Isto explicaria a sua difusão contemporânea na Espanha e no sul da Itália. O nome "qubbat" derivaria do fato que a massa, muito densa, era espalhada sobre uma tabua de madeira, onde se solidificava rapidamente e assumia espontaneamente a forma de uma cúpula. A partir deste nome árabe, e não do latim "cupedia", derivariam as atuais formas "cupéta" em Benevento e "cubaita" na Sicília, onde, de modo peculiar em Caltanisetta, a sua produção tem uma longa tradição.
Qualquer que seja a verdadeira origem desta gulodice, fato é que a mesma se difundiu, partindo provavelmente do sul da Itália, em toda a península, também ao norte, Com efeito, é na Lombardia, em Cremona, que se vangloria pelo título de Capital Mundial do Torrone, que a antiga receita teria encontrado a sua completa definição. Narra-se então que no dia 25 de outubro de 1441, por ocasião da celebração das núpcias entre Francesco Sforza e Bianca Maria Visconti, os confeiteiros "cremonesi" tenham preparado, como sobremesa para o banquete nupcial, um doce à base de mel, clara de ovo e amêndoas, ao qual foi dada a forma de uma torre, para imitar o "Torrazo" famoso campanário da cidade. A partir deste momento, este doce, de origem tão incerta, teria assumido, e conservado até os dias de hoje, a carcterística forma de paralelepípedo que se assemelha àquela de uma torre.
Um conselho aos amigos brasileiros que em um fúturo próximo voltarão a visitar a Itália: para evitar alimentar ciúmes, não entrem na disputa e apreciem um pouco de torrone em todas as cidade italianas, de Cremona, até Benevento, até Caltanisetta etc. que reivindicam com orgulho a sua paternidade. Certamente vocês farão muitas amizades e o prazer para o vosso paladar será garantido.
Um grande abraço e até a próxima!
Ilario
Obs. : a imagem da capa foi tirada do site radiocl1.it