América, Ásia e África no Império Português

As Grandes Navegações Européias foram lideradas por Espanha e Portugal. O que possibilitou essa liderança foi a tecnologia dos barcos à vela e as armas que eram mais leves do que nunca antes, com canhões em navios que podiam viajar pelos oceanos em tempo recorde.

Os reinos de Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Tordesilhas em 1498, acordo mediado pelo Papa que dividia as 'descobertas' de novas terras e sua exploração, mostrando a força política que essas nações ibéricas tinham na época.

O Império Português

O Império Português tinha um forte caráter comercial. Seu modus operanti consistia em estabelecer acordos com elites locais, para monopolizar o comércio de produtos que seriam lucrativos, como temperos indianos, tecidos, porcelanas, pedras preciosas e, em pouco tempo, escravos. As caravelas portuguesas interligaram, pela primeira vez, América, África e Ásia por meio do comércio e da exploração de seus recursos, mas nem sempre envolvia o país europeu fisicamente.

O tráfico de escravizados africanos para o Brasil

O tráfico de escravizados para o Brasil mostra como América, África e Ásia se tornaram parte de um percurso que não incluíam necessariamente a Europa. 

Os comerciantes de escravizados os compravam no continente africano com produtos, não com dinheiro. Os produtos podiam ser tecidos indianos ou cachaça fabricada na colônia do Brasil. Daí, os escravizados eram levados para serem vendidos no Brasil. Muitos comerciantes portugueses eram baseados no Rio de Janeiro e trabalhavam com empreendimentos de todo tipo. O navio que trazia produtos asiáticos para serem comprados por traficantes de escravos, podia pertencer a um 'empresário' colonial, que também financiava a própria viagem para adquirir escravos. O navio que faria a viagem podia ser o mesmo, se convertendo em navio negreiro. Esse mesmo, 'empresário' podia possuir uma fazenda e comprar escravos. De fato, a escravidão era vista como essencial para o comércio entre América, Ásia e África.