Funcionalismo
Por: Leonardo H.
18 de Junho de 2021

Funcionalismo

O Desdenho do Desejo Brasileiro

Relações Internacionais Política Internacional HPEB Teoria das Relações Internacionais Historia Orientação monográfica

Imagine se pudéssemos aproveitar cada melhoria que evolui e se mostra funcional, que com a implementação e os mecanismos necessários possam vir até nós em nosso dia a dia, causando-nos o bem-estar que todos desejamos como um direito inviolável. Antes de mais nada, é necessário que expliquemos de que Funcionalismo estamos tratando nesse texto em questão, já que o termo tomou outros significados com o passar do tempo, principalmente no âmbito político. O Funcionalismo em questão é o termo que foi criado e usado no período dos anos 70, tendo sido utilizando por Internacionalistas que estiveram no debate dos Neos-Neos. O Funcionalismo será a grande base para que nas Relações Internacionais surjam as teorias Neoliberais e seus conceitos acerca de como se relacionar com os países em um mundo interdependente. A nossa intenção nesse momento é demonstrar como os conceitos Funcionais pode auxiliar para entender como sairmos não somente de uma crise Internacionalista, mas também de uma crise Política e Econômica em nosso país.

A Teoria Funcional tem como principal pensador o britânico David Miltrany, que irá nos colocar uma problemática bastante simplificada das formas em que lidamos com nossos desafios e dificuldades que eles trazem. Para Miltrany todos os países possuem problemas em comum, normalmente problemas que envolvem os Estados e pode ser considerado como um denominador comum entre eles, isso significaria que o que tornam esses agentes considerados como lógicos é o fato de cooperarem para que possam chegar a conclusão desses problemas com o mínimo de custos possível. Essa cooperação deveria se necessária, pois a maioria desses problemas tem sido no âmbito técnico das questões, o que significaria que seria preciso a atuação de um especialista para que chegasse a uma solução dessa mazela. Miltrany acreditava que essa cooperação técnica deveria ser feita dentro do Sistema Internacional, para que assim a integração entre os países fosse maior e esse tipo de resolução dos problemas se tornasse cada vez mais transbordado para outros setores a ponto de alcançar a esfera social e os menos privilegiados.

O adendo que gostaríamos de fazer nessa análise é: o funcionalismo é apenas plausível em um sistema de cooperação internacional ou pode ser colocado no campo de estudo de nossas políticas públicas nacionais? Se vivemos em um sistema de cooperação, a divergência política e econômica deve ser colocada como prioridade em uma análise técnica? Por que o pensamento deve partir de “deve ser” e não de um “realmente é”? Essas são questões que irão fazer com que surjam outros autores que irão dar início ao Neo-funcionalismo.

Essa nova evolução do pensamento faz com que possamos tomar alguns pressupostos mais embasados para aplicarmos esse pensamento no âmbito nacional, mudanças como a consideração dos processos nacionais internos e regionais, ao invés de considerarmos os burocratas, técnicos e especialistas, temos a valorização da atuação dos governos nacionais, partidos políticos, grupos de interesse e elites. Apenas desconsiderar a existência dessas classes iria fazer com que as análises partissem de suposições erradas e chegaria a conclusões errôneas de como chegar a solução dos problemas. Autores como Nye, Haas e Keohane irão aparece para levar em conta todos esses fatores e demonstração como a cooperação ainda é a melhor forma de se chegar a conclusão dessas problemáticas.

Tendo em mente esse acervo acerca de alguns pensamentos Funcionalistas e Neo-Funcionalistas é possível e bastante plausível analisarmos como funciona as metodologias de comportamento dentro de nossa política interna, de nossa Economia e das relações sociais que participamos ou temos notícia. Esse transbordamento que as relações técnicas nos trazem deve seguir a progressividade e a melhora continua das formas de se relacionar e chegar a conclusões. Os 3 poderes nos quais estamos à mercê graças ao contrato social que consentimos, dando esse poder ao Estado, parte de um compilado de juristas, burocratas e políticos que veem nessa relação com o povo não como uma relação de cooperação e a melhora continua do bem-estar. A realidade é que alguns autores Funcionalistas e Neo-Funcionalistas explicam o porquê dessa disparidade entre os extremos. Segundo Miltrany e Haas, essa cooperação irá fazer com que os Estados-Nações percam força para as organizações privadas, pois aquele que mais conseguir fazer melhorias para a população, será o que conseguirá soberania para atingir seus objetivos.

Com as diversas notícias que decorrem e nos mostra as estratégias do Estado representado podemos ver um caminhar que se distancia da cooperação e dos mecanismos técnicos para os problemas que nosso Estado ainda se mostra deficitário. Existe muita critica referente ao Funcionalismo e seu subsequente pensamento o Neo-Funcionalismo, principalmente o que se depara com a ingenuidade de acreditar em uma separação entre a técnica e a política, o que não se pode perder de vista é a relação que o povo tem ao entender que existem mecanismo que possam fazer com sua bem-estar possa ser cada vez mais priorizado sem perder a conexão com a realidade.

Na relação econômica que temos com nossos cooperadores, podem ser uma relação internacional para as grandes empresas ou no âmbito nacional para as medias e pequenas, fica claro como as empresas privadas, quando não precisam lidar com um monopólio de proporções monumentais, se filiem a esse pensamento Funcionalista e Neo-Funcionalista. A cooperação resulta em um bem-estar entre eles com um custo baixo em relação a outras formas de alcançar seus objetivos. Com as motivações econômicas cada vez mais hierárquicas nas tomadas de decisões dos Estados, fica clara a necessidade de se ter um bom relacionamento, já que as estratégias Realistas não faziam mais sentido para com os sistemas que estão a sua frente. No Brasil ainda não é possível uma liberdade de cooperação tão grande quanto gostaríamos, talvez pelo receio de atingir a níveis de independência que supram a necessidade de Estado paternal, a analise em questão não traz à tona questões utópicas como Anarcocapitalismo, mas o fato do Estado adentrar de formas diretas na Economia com empresas estatais, por exemplo.

A interdependência das organizações com o Estado é cada vez mais clara dentro das relações, e a necessidade de haver uma relação empática e cooperativa entre elas se faz cada vez mais necessário para que possamos evoluir enquanto país e lidar com as dificuldades que ainda são básicas. É preciso que mudemos o contexto de interação entre os agentes e identificarmos interesses em comum para que substituamos as velhas formas de governar para aquelas que se demonstraram ser mais eficazes.

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