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Coisas que pode fazer com o Skype e você não sabia
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em 19 de Janeiro de 2020
Misturar estudantes de diversos níveis de conhecimento e competências comunicativas em uma mesma sala de aula para se ensinar uma língua estrangeira parece estranho, não é? Isso é o que alguns cursos no Brasil oferecem e denominam “aulas multiníveis”, método de ensino conhecido pelo nome em inglês multi-level classes.
Nesse método, o foco está na capacidade comunicativa: estudantes de diferentes níveis de conhecimento na língua estrangeira estudam juntos na mesma sala de aula; estudantes de nível básico têm a oportunidade de interagir com estudantes de níveis intermediário e avançado, e isso faz com que todos troquem conhecimento e se esforcem para adquirir fluência, tornando-se autoconfiantes para se comunicarem nas mais diversas situações do dia a dia.
O conceito de multi-level classes está bastante ligado à aprendizagem de inglês na modalidade ESL (English as a Second Language), ou seja, aprender inglês como uma segunda língua, que significa aprender inglês em um país onde se fala esse idioma como língua materna. Podemos usar como exemplo um estudante que vai aos Estados Unidos ou à Inglaterra estudar inglês. Nesse caso, a sala de aula representa uma extensão do lugar onde, no momento, os alunos vivem, pois, eles ficarão em contato com o idioma praticamente todo o tempo.
No Brasil, os alunos estudam inglês na modalidade EFL (English as a Foreign Language), que significa aprender inglês como língua estrangeira em um país onde se fala o português como língua materna. Ou seja, ao sair da aula de língua inglesa, o estudante não terá mais a necessidade de praticar o inglês, pois só se comunicará em português. Nesse caso, o tempo que se leva para aprender inglês é diferente do tempo que se leva quando se vive em um país onde o inglês é a língua nativa.
Pela análise do exposto sobre essas duas modalidades, ESL e EFL, é possível presumir que o sistema multi-level classes não seja adequado ao estudante que está aprendendo o idioma em um país cuja língua materna não é o inglês.
Além disso, deve ser levada em consideração outra análise sob a ótica de um aluno que não possui conhecimento do idioma e de um aluno de nível avançado de conhecimento do idioma interagindo em uma mesma sala de aula.
Por um lado, podemos imaginar um aluno que não possui qualquer conhecimento do idioma vendo-se obrigado a interagir, em uma sala de aula, com outro aluno que praticamente domina esse idioma. Estimulante? Nem um pouco, não é verdade? Esse aluno provavelmente ficará inibido e falará menos do que o de nível mais avançado. E, por outro lado, podemos imaginar um aluno de nível avançado tendo de interagir com um aluno de nível iniciante. Desmotivador, não é? Naturalmente, o aluno de nível mais avançado percebe que está “perdendo tempo”, pois, o professor provavelmente terá de ensinar aos alunos iniciantes regras gramaticais já conhecidas por ele.
Para concluir essa análise, é importante salientar que a maioria das instituições oferece cursos de idiomas reunindo alunos adequadamente nivelados de acordo com as competências similares e que compartilham de um conhecimento de língua inglesa semelhante, sem diferenças exageradas entre os níveis de conhecimento. A experiência mostra que isso estimula o interesse pela língua estrangeira e não inibe o desempenho dos estudantes com menos proficiência.
Como comentário final vale ressaltar que, por vezes, você poderá se deparar com cursos que estão somente preocupados em promover a abertura de turmas, colocando o máximo de alunos possível sem qualquer nivelamento ou critério. Por isso, preste muita atenção e, antes de se matricular em qualquer curso, pergunte, questione, certifique-se de que a metodologia oferecida está adequada às suas necessidades.