Vias de administação medicamentos
Por: Maria O.
28 de Dezembro de 2015

Vias de administação medicamentos

Enfermagem Cuidados de enfermagem Técnico Concurso Profissional Concurso Público Introdução

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Oral

 

A absorção de fármacos dados via oral é regulada por fatores do paciente como superfície de absorção e fluxo sangüíneo no local de absorção e por características da droga como estado físico, solubilidade e concentração no local de absorção.

Fármacos que são ácidos fracos são mais bem absorvidos a partir do estômago (pH 1-2) que do intestino alto (pH 3-6) e vice-versa para fármacos que são bases fracas. No entanto, independentemente do pKa do fármaco, ele será sempre melhor absorvido a partir do intestino delgado devido à sua grande superfície de absorção (± 200 m2). Assim, qualquer fator que facilitar o esvaziamento gástrico, aumentará a absorção, e vice-versa.

As formas farmacêuticas orais encontradas incluem soluções, suspensões, cápsulas, comprimidos e drágeas. O fornecimento dos fármacos costuma ser mais rápido no caso de soluções e mais lento no caso de drágeas.

 

Soluções. As fórmulas líquidas, como soluções e suspensões, são úteis na administração de fármacos a crianças ou outros pacientes que não queiram ou não possam ingerir drágeas ou cápsulas. É a forma mais rápida de fornecimento de fármacos via oral porque as etapas iniciais de liberação do fármaco (desintegração e dissolução) são desnecessárias. A absorção de um fármaco é mais rápida no intestino proximal, e a etapa que limita a velocidade de absorção global de um fármaco em solução é o esvaziamento gástrico. Nem todos os fármacos são solúveis em água, devendo, pois, ser convertidos em uma forma solúvel (como um sal) ou acrescidos de um co-solvente como álcool. Um inconveniente é que alguns fármacos possuem sabor desagradável quando em solução.

 

Suspensões. São dispersões de partículas relativamente grosseiras geralmente em veículo aquoso. Também são úteis em pacientes incapazes de tolerar apresentações sólidas. Possuem uma vantagem em relação às soluções por poderem conter a dose de uma substância em um volume menor. Os agentes de suspensão evitam a sedimentação seja por aumento na viscosidade do meio, ou por redução das forças de atração entre as partículas. As suspensões apresentam uma disponibilidade imediata para absorção. Além disso, como tornam desnecessária a desintegração, a etapa limitante em sua velocidade de absorção é a dissolução.

Cápsulas. Uma cápsula é um invólucro duro de gelatina e, para garantir a estabilidade física, usam-se compactantes como a lactose para preencher a cápsula. Usam-se, também, desintegrantes como o amido que, após o início da dissolução da cápsula e em contato com o meio aquoso, intumescem e causam a ruptura da cápsula.

As cápsulas de invólucro mole podem conter líquidos. Com isso, fármacos de baixa solubilidade podem ser solubilizados, aumentando sua absorção. A absorção é igual ou maior do que a obtida pela administração de uma solução de fármaco.

 

Comprimidos. É o meio mais usado para administração de fármacos. A compressão do fármaco e excipientes faz dele uma apresentação conveniente e eficaz. A dissolução e, conseqüentemente, a solubilidade poderiam limitar a velocidade do fornecimento de um fármaco para a circulação sistêmica.

 

Drágeas. Pode-se, ainda, acrescentar um revestimento adicional para melhorar o gosto, aspecto ou estabilidade físico-química. Contudo, a destruição de tal revestimento pode limitar a velocidade global de absorção. O revestimento entérico é projetado para retardar a desintegração até que a formulação atinja o intestino delgado. Isso pode ser feito seja para proteger o fármaco do meio ácido do estômago, seja para proteger o estômago do fármaco.

 

Sublingual

 

Os fármacos que são destruídos pelos líquidos gastrintestinais ou os que ficam sujeitos a uma degradação pré-sistêmica importante, podem ser administrados sob a forma de comprimidos a serem colocados na cavidade bucal sob a língua. Os comprimidos orais são projetados para se dissolver lentamente. Os comprimidos sublinguais são pequenos e se dissolvem rapidamente. Essas formulações permitem ao fármaco difundir-se para a trama capilar mucosa e, daí, para a circulação sistêmica. Há a vantagem de se evitar o intestino e o fígado. Logo, o fármaco foge a seus metabolismos. A absorção da nitroglicerina (trinitrato de glicerila) é eficaz via sublingual porque ela é lipossolúvel e não-iônica. Assim, sua absorção é muito rápida. Como a drenagem venosa da boca se faz para a veia cava superior, o fármaco fica protegido do metabolismo hepático, que é suficiente para inativá-lo totalmente quando este fármaco é dado via oral.

 

Retal

 

Aproximadamente 50% da drenagem da região retal contorna a circulação porta, minimizando, assim, a biotransformação hepática. A via retal também evita que o fármaco seja destruído por enzimas digestivas ou pelo pH baixo do estômago. Fármacos são administrados via retal para tratamento de afecções locais como hemorróidas ou para atingir absorção sistêmica.

É, também, útil quando se deseja evitar o vômito, sendo usada para antieméticos (gr. emeo, vômito). Os fármacos costumam ser administrados por via retal sob a forma de supositórios com bases que variam de manteiga de cacau a derivados de polietileno. O principal fator determinante da extensão de absorção por esta via é o intervalo entre a aplicação e a evacuação. A administração prévia de um clister (injeção de água ou líquido medicamentoso no reto) pode melhorar a absorção.

Adequa-se a pacientes que não são capazes ou não querem tolerar a medicação oral, tratando-se de uma alternativa à administração parenteral ([gr. para, ao lado + enteron, intestinal], que se efetua por uma via que não a digestiva; também chamada injetável – embora muitos considerem apenas as intravenosa e intra-arterial).

 

Intravenosa

 

É a via parenteral mais comum, sendo usada para fármacos de difícil absorção por via oral ou que são destruídos pelo trato gastrintestinal (p. ex., insulina). O fármaco não sofre o metabolismo de primeira passagem no fígado, permitindo, portanto, um grau máximo de controle quanto aos níveis circulantes do fármaco. A administração via intravenosa do fármaco é, dessa forma, indicada quando há a necessidade de um controle cuidadoso da concentração do fármaco no sangue. Uma administração intravenosa lenta do fármaco evita concentrações transitórias excessivamente elevadas e minimiza uma precipitação súbita de fármacos insolúveis, reduzindo a formação de êmbolos. É útil em casos de fármacos com estreito índice terapêutico (ver Quadro 2.2) pois uma infusão venosa lenta e contínua propicia concentrações sangüíneas controladas e persistentes. É especialmente adequada para fármacos de meia-vida curta (ver Cap. 7).

Certas soluções irritantes só podem ser administradas desta maneira porque as paredes dos vasos são relativamente insensíveis. Além disso, a injeção lenta do fármaco faz com que ele seja bastante difundido pelo sangue.

Assim como existem vantagens no uso desta via, há, também, inconvenientes. Os fármacos não podem ser removidos por manobras como provocação de vômitos ou ligação a carvão ativado. Também pode introduzir bactérias por contaminação ou causar hemólise ou outras reações devido à alta velocidade de chegada do fármaco no plasma e tecidos. Dessa forma, a velocidade de infusão deve ser cuidadosamente controlada. Podem ser atingidas altas concentrações de fármacos nos tecidos, resultando em reações desfavoráveis pois não existe recuperação depois que o fármaco é injetado.

As injeções intravenosas repetidas dependem da capacidade de se manter uma veia pérvia. Fármacos presentes em veículo oleoso e aqueles que precipitam os componentes do sangue ou lisam os eritrócitos não devem ser administrados intravenosamente. De maneira geral, a injeção intravenosa deve ser feita lentamente e com monitorização constante das respostas do paciente.

 

Intra-arterial

 

É usada especialmente na administração de agentes antineoplásicos. O local de injeção costuma ser uma pequena arteríola com fluxo sangüíneo relativamente lento e situada próxima ao tumor. É possível atingir concentrações elevadas do fármaco no órgão alvo, minimizando a exposição corporal total. A injeção intra-arterial requer grande cuidado e deve ser reservada para os especialistas.

 

Intramuscular

 

O músculo estriado é dotado de elevada vascularização, sendo, em contrapartida, não muito inervado por fibras sensitivas. Estas duas características conferem-lhe facilidade na absorção medicamentosa e, simultaneamente, uma possibilidade de administração menos dolorosa para fármacos irritantes. Contudo, algumas injeções intramusculares são dolorosas, pelo que é freqüente incluir na sua fórmula anestésicos locais que sejam conservantes ao mesmo tempo (p. ex., álcool benzílico). Além disso, a dor concomitante ou subseqüente à injeção não depende exclusivamente das características físico-químicas da fórmula, mas pode estar ligada à ação do próprio fármaco. A penicilina, por exemplo, é dolorosa, ao contrário da estreptomicina, embora o pH e tonicidade da solução sejam muito próximos dos valores ideais.

Pelo fato de possuir uma ação rápida, esta via é utilizada em quadros de reação anafilática, mediante administração intramuscular de betametazona ou dexametasona, como conduta emergencial.

As injeções intramusculares são contra-indicadas em pacientes com mecanismo de coagulação prejudicados, doença vascular periférica oclusiva, edema e choque. Além de não serem administrado em locais inflamados, edemaciados, irritados ou ainda em locais com manchas de nascença, tecido cicatrizado ou outras lesões.

As preparações para administração intramuscular podem apresentar-se sob a forma de soluções aquosas, oleosas ou suspensões.

Soluções aquosas. São, em geral, isotônicas ao soro sangüíneo. Contudo, pequenos desvios são permitidos no sentido da hipotonia e, em alguns casos, é até aconselhável uma ligeira hipertonicidade, uma vez que provoca um leve derrame local dos fluídos tissulares, o que pode originar uma absorção uniforme.

Soluções “oleosas”. Soluções cujo veículo não é a água – embora não seja necessariamente um óleo. Trata-se de compostos que, embora anidros, conseguem se misturar à água. São exemplos, alguns álcoois como os glicóis (p. ex., etileno glicol) que, de um modo geral, apresentam elevada viscosidade (podem ser dolorosos).

A absorção do fármaco é mais rápida se o solvente escolhido for miscível com a água. É com base neste princípio que se fundamenta o emprego de formas medicamentosas de ação prolongada destinadas à via intramuscular. Com efeito, se um fármaco insolúvel em água se dissolver num veículo hidromiscível, ele precipitará no seio do músculo ao proceder-se a injeção. Essa precipitação in situ ocorre pois a água do tecido muscular mistura-se com o solvente injetado, diminuindo o coeficiente de solubilidade do fármaco (visto que este tem baixa ou nula solubilidade em água). Este tipo de injetáveis proporcionará a obtenção de um verdadeiro depósito do fármaco no seio da massa muscular, de onde irá ser absorvido muito lentamente. Exemplo característico são os hormônios sexuais; fármacos insolúveis na água, mas miscíveis com o trietilenoglicol (hidrossolúvel).

 

Suspensões. A absorção do fármaco em suspensão processa-se lentamente. A penicilina procaínica, por exemplo, é solúvel na proporção de 800 U/ml de água, enquanto que a penicilina benzatínica dissolve-se no mesmo volume, mas apenas numa quantidade correspondente a 200 U. O coeficiente de solubilidade dos dois antibióticos ocasiona o diferente comportamento dos dois injetáveis. Embora aplicando-se ambos em suspensão intramuscular aquosa, a penicilina procaínica é mensurável no sangue apenas até cerca de 24 horas após a injeção, enquanto que a penicilina benzatínica ainda é evidenciável mesmo decorridos 10 a 15 dias. Vê-se, pois, que a velocidade de absorção do fármaco suspenso depende, fundamentalmente, de suas características de solubilidade na água.

 

Subcutânea (ou hipodérmica)

 

Depois de injetada por baixo da pele, a droga alcança os pequenos vasos e é transportada pela corrente sangüínea. É uma via mais lenta que a intravenosa e seus riscos são menores. Costuma ser usada para medicamentos protéicos que poderiam ser digeridas pelo trato gastrintestinal. Cápsulas sólidas de contraceptivos e bombas mecânicas programáveis de insulina são exemplos de fármacos utilizados dessa forma. É importante lembrar que os locais de injeção devem ser alternados para se evitar reações.

A adrenalina, por seus efeitos vasoconstritores, pode ser administrada pela via subcutânea para limitar a área de atuação de outro fármaco, como o anestésico local lidocaína (ver Cap. 14).

 

Tópica

 

  1. A medicação administrada por via transdérmica entra no organismo através da pele, podendo ser administrada sob a forma de cremes ou pomadas. É utilizada quando se quer uma liberação lenta e constante do fármaco pois é limitada pela velocidade com que a substância atravessa a pele,. Apenas medicamentos que devem ser administrados em doses diárias relativamente pequenas podem ser dados por essa via. Alguns exemplos são: nitroglicerina (para angina), escopolamina (contra o enjôo de viagem – ver Cap. 12), nicotina (para a cessação do fumo), clonidina (contra a hipertensão) e fentanil (para o alívio da dor).

Não obstante, poucos fármacos penetram de forma rápida a pele íntegra. A absorção daqueles que o fazem é proporcional à área de superfície aplicada e à sua lipossolubilidade, uma vez que a pele comporta-se como uma barreira lipídica. No entanto, a derme é livremente permeável a muitos solutos, o que faz com que a absorção sistêmica de fármacos seja muito maior quando a pele está escoriada, queimada etc. Além disso, a inflamação, por aumentar o fluxo sangüíneo cutâneo, também potencializa a absorção. Algumas vezes, a absorção de substâncias altamente lipossolúveis pela pele, como inseticidas dissolvidos em solventes orgânicos, causa efeitos tóxicos. A absorção pela pele pode ser potencializada suspendendo-se o fármaco em um veículo oleoso e friccionando-se a suspensão na pele.

Mucosas. Os fármacos são aplicados nas mucosas da conjuntiva, nasofaringe, orofaringe, vagina, cólon, uretra e bexiga para efeitos principalmente locais. Algumas vezes, o objetivo é a absorção sistêmica, como na aplicação de hormônio antidiurético na mucosa nasal. A absorção pelas mucosas é rápida e, algumas vezes, anestésicos locais causam efeitos sistêmicos.

 

Olho. Utilizada quando se quer um efeito local (p. ex., creme ou atropina no globo ocular). A absorção sistêmica pelo canal nasolacrimal é, geralmente, um efeito indesejado e o fármaco absorvido dessa forma não sofrerá o efeito de primeira passagem. Assim, colírios que contêm fármacos b-adrenérgicos podem causar efeitos sistêmicos indesejáveis (ver Cap. 9). Os efeitos locais, em geral, precisam da absorção pela córnea. Quando esta estiver danificada, a absorção será maior. A descoberta recente de implantes oculares permitiu a liberação contínua de pequenas quantidades de fármaco com pouca perda pela drenagem nasolacrimal e, conseqüentemente, poucos efeitos sistêmicos.

 

Intratecal

 

A barreira hematoencefálica – formada por uma camada contínua de células endoteliais unidas por junções firmes (tight junctions) – geralmente impede ou retarda a entrada de fármacos no sistema nervoso central (SNC). Apenas os fármacos com alta lipossolubilidade conseguem transpor essa barreira íntegra (inflamações, p. ex., podem rompê-la). Essa barreira faz com que, algumas vezes, se injetem fármacos diretamente no espaço subaracnóideo vertebral quando se desejam efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cerebromedular, como na raquianestesia ou em infecções agudas do SNC.

 

Intraperitoneal

A cavidade peritoneal oferece uma grande superfície de absorção a partir da qual os fármacos entram rapidamente na circulação, em especial, através da veia porta. Dessa forma, ocorrem perdas pelo efeito de primeira passagem no fígado. A injeção intraperitoneal é um procedimento laboratorial comum, mas raramente empregado na clínica por perigo de infecção.

Pulmonar

 

Os fármacos gasosos e voláteis podem ser inalados e absorvidos pelo epitélio pulmonar e pelas mucosas do trato respiratório. O acesso à circulação é rápido por essa via porque a área de superfície é muito grande. Além disso, soluções de fármacos podem ser atomizadas e as finas gotículas suspensas no aerossol, inaladas. As vantagens são a absorção quase instantânea do fármaco para o sangue, a eliminação da perda pela primeira passagem hepática e, no caso de enfermidades como a asma, a aplicação do fármaco no local desejado. As principais desvantagens são a pequena capacidade de ajustar a dose, métodos de administração trabalhosos e a irritação do epitélio pulmonar.

 

REABSORÇÃO ÊNTERO-HEPÁTICA

 

Refere-se à reabsorção de um fármaco ou metabólito ativo a partir do intestino após ser excretado pelo fígado. Fármacos podem ser excretados inalterados pelo fígado ou este pode gerar metabólitos ativos que são, então, excretados na bile. Como a bile é reabsorvida durante a digestão, o fármaco ou metabólito ativo é reabsorvido também, o que resulta num aumento em sua duração de ação.

 A administração de medicamentos é o processo de preparo e introdução de substâncias químicas no organismo, com finalidade terapêutica. Com o objetivo de garantir a segurança na administração de medicamentos, algumas regras gerais devem ser seguidas. Constituem regras de segurança na administração de medicamentos, EXCETO: a) Toda prescrição de medicamento deve conter data, nome do cliente, registro, enfermaria, leito, nome do medicamento, dosagem, via de administração, frequência e assinatura do prescritor. b) A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal, que deve ser transcrita pelo médico logo que possível. c) Deve ser feita a desinfecção concorrente da bandeja antes do preparo e depois da administração do medicamento. d) Para não atrasar o início da terapêutica, o profissional pode administrar o medicamento preparado por outro membro da equipe de enfermagem, desde que o preparo tenha sido realizado por pessoa idônea. e) Após a administração do medicamento, deve-se checar a prescrição imediatamente, evitando a administração dobrada. 51. A administração de medicamentos, embora seja uma técnica baseada na prescrição médica, exige do profissional de enfermagem a habilidade necessária para saber a dose exata a ser administrada ao paciente. Considere o caso a seguir: A técnica de enfermagem Margarete está responsável por administrar uma prescrição de 3000 UI de heparina por via subcutânea (SC) de 12/12h. A apresentação da medicação disponível na unidade é de frasco-ampola de 5000 UI/mL. Qual a quantidade em mL que deverá ser administrada ao paciente a cada 12 horas? a) 0,5 mL b) 0,6 mL c) 0,8 mL d) 1,6 mL e) 2,5 mLUFJF – CONCURSO PÚBLICO TAE 2014 - TÉCNICO EM ENFERMAGEM CÂMPUS DE JUIZ DE FORA – MG

Cuidados na troca do curativo de cateter endovenoso

 Fazer a antissepsia das mãos antes de iniciar o procedimento;

 Ao manusear um cateter venoso central, utilize luvas e campos estéreis. O curativo do cateter deve ser feito pelo enfermeiro.

 Utilizar clorexidina alcoólica 0,5% para antissepsia do local de inserção do cateter;

 Manter o curativo sempre limpo e seco. Recomenda-se que nas primeiras 24

horas após a inserção do cateter, seja utilizado curativo com gaze e fita adesiva. Após este período, podem-se utilizar curativos de filme semipermeável ao vapor, filme de poliuretano, ou o curativo convencional;

 Trocar o curativo sempre que sujo, molhado ou solto. Curativo com gaze e fita adesiva troca a cada 48 -72 horas e os transparentes semipermeáveis a cada 5 - 7 dias;

 Nunca usar antimicrobianos tópicos, para prevenção de infecção. Aumenta o risco de seleção de flora microbiana.Hospitalar em conjunto com a Gerência de Risco e Serviço de Farmácia.

 Agulha, mandril de cateter de teflon, escalpe e outros cateteres, descartar nas caixas de papelão para material perfurocortante;

 Gazes e algodão utilizados na hemostasia ou punção, restos de esparadrapos, ataduras e frascos de soros vazios, descartar em saco de lixo preto;

 Extensões e equipos utilizados na infusão venosa, descartar em saco de lixo branco leitoso;

 Nunca reencapar agulhas ao descartar;

 Não desconectar a agulha da seringa para descartar, colocar ambas no coletor para perfurocortante;

 A caixa para descarte de material perfurocortante deve ser trocada sempre que preenchida na altura do nível indicado, ou quando chegar a 2/3 da capacidade.

As vias de administração diferem-se em alguns parâmetros: rapidez de início de ação, natureza da via, quantidade a ser administrada e as condições do paciente.

 

Via intramuscular - IM

 Administração direta do injetável na massa muscular. A velocidade de absorção do medicamento após a administração IM é dependente do tipo de administração, bem como dos fatores farmacocinéticos. Dentre estes fatores incluem solubilidade do medicamento, efeito do solvente, volume e concentração da solução injetada, tamanho da molécula do fármaco e a perfusão vascular no local da injeção.

Propriedades da via

• músculo estriado é dotado de elevada vascularização, no entanto, é pouco inervado por fibras sensitivas. Estas características conferem-lhe facilidade de absorção dos medicamentos e possibilidade de uma administração menos dolorosa.

• A absorção depende do fluxo sangüíneo no local da injeção e geralmente é rápida, havendo pronto início dos efeitos terapêuticos.

• Fármacos em solução aquosa são absorvidos rapidamente, dependendo do fluxo sangüíneo no local de administração. Massagem e exercício podem aumentar a absorção por essa via.

• A velocidade de absorção no músculo deltóide ou no grande lateral é maior do que a absorção no músculo grande glúteo.

• Volume de líquidos administrados não devem ultrapassar 10mL. Na maioria dos casos o volume administrado é de 1 a 5 mL.

Propriedades dos fármacos

• Os fármacos administrados pela via IM devem permanecer em solução nos líquidos intersticiais até serem absorvidos e por isso se exige suficiente solubilidade em água no pH fisiológico.

• Além disso, algum grau de lipossolubilidade é necessário para permear as células endoteliais dos capilares.

• Em geral, as soluções utilizadas são aquosas, oleosas e suspensões.  Algumas injeções intramusculares são dolorosas, logo é frequente incluir na sua fórmula anestésicos locais, que simultameamente são conservantes. Podem ocorrer efeitos adversos locais como dor e desconforto, dano celular, hematoma, abscessos estéreis ou sépticos e reações alérgicas. Apropriado para volumes médios, veículos oleosos e algumas substâncias irritantes.

 

Via intravenosa - IV

 A administração intravenosa ou endovenosa é caracterizada pela introdução do medicamento diretamente na corrente sangüínea.

 Propriedades da via

• volume de líquidos a serem injetados nesta via pode oscilar entre 1 a 1000mL e, em alguns casos, pode ser superior. A concentração desejada de um fármaco no sangue é obtida com maior precisão e rapidez do que nas demais vias.

• Uso apropriado para grandes volumes e para substâncias irritantes, quando diluídas.

Propriedades dos fármacos

• Preparações aquosas, e em alguns casos, suspensões aquosas ou emulsõesóleo em água. Nestes   últimos tipos de preparações, é importante ressaltar a  importância de que as partículas suspensas ou emulsionadas devem apresentar diâmetros inferiores a 7 µm. Usualmente utilizam-se partículas de 1 a 2 µm, com objetivo de evitar fenômenos do tipo de trombose e/ou embolia.

• Os medicamentos destinados a esta via devem ser isotônicos, isentos de pirogênios e possuir pH neutro (6,0 e 7,5). Contudo, são toleráveis desvios mínimos de isotonia, tanto para o lado hipotônico quanto para o lado hipertônico

 

Via intradérmica - ID

Os medicamentos são administrados na pele entre a derme e a epiderme, especialmente a zona do antebraço. Propriedades da via: o volume injetado é pequeno, na ordem de 0,03 a 0,18mL.

 

Via subcutânea - SC

Os medicamentos são administrados no tecido subcutâneo, abrangendo as áreas abaixo da pele.

Propriedades da via:

• Soluções injetadas pela via subcutânea são influenciadas pela capacidade tamponante dos tecidos e fluídos subcutâneos. A absorção dos medicamentos administrados por esta via é geralmente mais lenta do que a absorção dos fármacos administrados pela via intramuscular (IM) devido ao menor fluxo sangüíneo regional nos tecidos subcutâneos.

• A velocidade de absorção é determinada pelo fluxo sangüíneo da região. O uso de vasoconstritores prolonga os efeitos locais, e a aplicação de calor ou massagem acelera a absorção.

• Esta via prevê uma absorção rápida pois o fármaco só necessita ultrapassar as células endoteliais para chegar à corrente circulatória. O fluxo sangüíneo regional é o maior determinante da velocidade de absorção. • Esta via não é adequada para a administração de grandes volumes (somente de 0,5 a 2,0mL saõ injetados confortavelmente) ou de substâncias irritantes. Seus incovenientes incluem dor local, abscessos estéreis, infecções e fibrose.

Medicamento vesicante: causa destruição do tecido.

Medicamento irritante: causa dor, tensão e flebite com ou sem inflamação.

Extravasamento: Quantidade de líquido do medicamento perdida por vazamento que causa dor,

necrose ou pele de cobra.

Extravasamento tardio: Os sintomas ocorrem 48 horas após a administração.

Medicamentos que são irritantes / vesicantes quando administrados por via periférica, pois irritam e destroem o endotélio venoso nas seguintes concentrações:

Medicamento

Concentração

Aciclovir

Anfotericina B

Ampicilina

Bicarbonato de sódio

Ceftriaxona

Cloreto de potássio

Dopamina

Eritromicina

 

[7 mg/mL]

[0,1 mg/mL]

[250 mg/mL]

[0,5 mEq / mL]

[50 mg/mL]

[2 mEq / mL]

[0,8 mg/mL]

[100 mg/mL]

 

Fenitoína

Gluconato de cálcio

Piperacilina

Vancomicina

 

[50 mg/mL]

[100 mg/mL]

[100 mg/mL]

[5 mg/mL]

 

Flebites – Acesso Periférico: A irritação venosa e o desenvolvimento de flebite química está

associada com a administração de soluções com extremos de pH e/ ou osmolaridade. Medicamentos com pH acima de 4,1, já são irritantes para o sistema venoso, podendo desencadear flebite. Os mais preocupantes são: vancomicina, fenitoína, prometazina, morfina e

Medicamentos irritantes para o acesso periférico

Penicilinas

Cefalosporinas

Anfotericina B

Aciclovir

Ganciclovir

Fenobarbital

Diazepam

Cloreto de potássio

Medicamentos vesicantes para o acesso periférico

Vincristina

Vimblastina

Doxorrubicina

Gluconato de cálcio

Cloreto de potássio

Dopamina

Nitroprussiato de sódio

Glicose 10%, 20%, 50%

Interações medicamentosas

A prescrição médica de dois ou mais medicamentos administrados seqüencialmente ou concomitantemente faz parte da rotina diária. Pode ocorrer interferência de um fármaco na ação de outro ou de um alimento/nutriente na ação de medicamentos. A interação medicamentosa pode ser definida como resposta clínica ou farmacológica à administração de diferentes combinações de medicamentos, uma situação na qual os efeitos de um medicamento são alterados pela administração prévia ou concomitante de outro medicamento. O conceito de interação medicamentosa se estende incluindo situações nas quais:

 

 Alimentos ou outros itens da dieta influenciam a atividade de um medicamento(ou seja,interações fármaco-alimetares);  Substâncias químicas ambientais ou tabagismo influenciam a atividade de um medicamento;  Um medicamento causa alteração dos resultados dos exames laboratoriais (ou seja, interações fármaco-exame laboratorial); Um medicamento causa efeitos indesejáveis em pacientes com determinados processos mórbidos (ou seja, interações fármaco-doença).

• Interações Farmacêuticas (Incompatibilidade Medicamentosa): resulta de reações físico-químicas entre os fármacos, ou com o seu material de acondicionamento e administração.

• Interações Farmacocinéticas: ocorrem durante os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Um exemplo desse tipo de interação é a indução das enzimas hepáticas que fazem a biotransformação, como por exemplo os barbitúricos, que acabam aumentando o metabolismo e diminuindo as concentrações plasmáticas da varfarina e dos antidepressivos, podendo resultar em agravação da doença.

• Interações Farmacodinâmicas: ocorrem nos sítios de ação dos fármacos, quando estes estão envolvidos no mesmo receptor ou enzima. Um fármaco pode aumentar o efeito do agonista por estimular a receptividade do seu receptor celular ou por inibir enzimas que o inativam no seu local de ação, ou diminuir o seu efeito por competir pelo mesmo receptor. Exemplo: ondansetrona e tramadol, que geram um antagonismo por bloqueio de receptores.

 

Exemplos:

Agente precipitante    Agente afetado Interação resultante Mecanismo proposto

Trimetoprima Sulfametoxazol Sinergia Atuação em etapas diferentes

da mesma rota metabólica

Naloxona Morfina antagonismo Competição por receptor

Flumazenil benzodiazepínicos antagonismo Competição por receptor

Ondasentrona Tramadol Antagonismo Bloqureio de receptores

 

• Interações de Efeito: ocorrem quando os fármacos exercem efeitos similares ou opostos sobre uma mesma função do organismo, sem interagir diretamente um sobre o outro. Exemplo: ácido acetilsalicílico e anticoagulantes orais, que aumentam o sangramento.

Significância das Interações:

 A significância é um dos principais interesses quando se avalia o potencial de interação medicamentosa. Está relacionada ao tipo de efeito e sua magnitude e, conseqüentemente, à necessidade de monitoramento do paciente ou de alteração da terapia a fim de evitar efeitos adversos sérios.

 Os principais fatores que definem a significância clínica são:

• Início de efeito: é o tempo que leva para a manifestação dos efeitos clínicos decorrentes de uma interação. Determina a urgência com que medidas preventivas devem ser adotadas. O nível de início de efeito pode ser rápido (os efeitos serão evidentes dentro de 24 horas após a administração), ou lento (os efeitos não são evidentes por um período de dias ou semanas após a administração).

• Severidade ou gravidade: a avaliação da gravidade é importante para se medir os riscos versus os benefícios das alternativas terapêuticas. Existem três graus de severidade: maior (os efeitos oferecem riscos potenciais à vida ou são capazes de causar danos permanentes), moderada (os efeitos podem agravar as condições clínicas do paciente, podendo ser necessário um tratamento adicional ou hospitalização) ou menor (os efeitos são normalmente leves e as conseqüências podem ser desagradáveis ou imperceptíveis, e não devem afetar significativamente o resultado da terapia).

Uma das conseqüências mais importantes da interação medicamentosa é uma resposta excessiva a um ou mais agentes que também estão sendo administrados. Por exemplo, um efeito  significativamente acentuado de agentes como a digoxina e a varfarina pode resultar em efeitos adversos sérios como aumento do risco de sangramento. Não tão bem reconhecidas, mas também muito importantes, são aquelas interações nas quais a atividade do medicamento está diminuída resultando em perda de eficácia. Essas intrerações são especialmente difíceis de detectar, porque podem ser confundidas com fracasso terapêutico ou progressão da doença.

Numerosos estudos têm demonstrado que muitos pacientes são medicados com agentes de potencial risco de interação. À medida que aumenta o número de medicamentos no esquema terapêutico do paciente, maior é o risco de ocorrência de uma interação medicamentosa.

Existe uma possibilidade aumentada de dois medicamentos administrados concomitantemente afetarem algum sistema comum. Quando se considera o potencial de interação entre os

medicamentos, existe freqüentemente uma tendência apenas de se preocupar com os efeitos

primários dos medicamentos envolvidos e deixar passar as atividades secundárias que eles possuem.

Muitos fatores que influenciam na resposta a um medicamento pertencem ao paciente e podem

predispô-lo ao desenvolvimento de reações adversas a um medicamento e influenciar nas interações medicamentosas tais como:Idade, Fatores genéticos, Estados mórbidos, Função renal, Função hepática, Etilismo, Tabagismo, Dieta, Fatores ambientais,Variação individual.

Cuidados de enfermagem

   De acordo com recomendações da ANVISA ( 2010) deve-se trocar o dispositivo em até 96 horas.        O cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações, mau funcionamento ou descontinuidade da terapia deve ser retirado.         Em pacientes neonatais e pediátricos os cateteres não devem ser trocados rotineiramente edevem permanecer até completar a terapia intravenosa, a menos que indicado clinicamente (flebite ou infiltração).

Sempre que possível, indica-se cateteres periféricos providos de sistema de segurança para prevenir acidentes. Durante a escolha da veia, não faça uso de uso de fricção vigorosa ou de múltiplas “batidinhas”  para dilatar a veia. Isto pode causar hematoma e/ou constrição venosa, especialmente em idosos. Para promover a distensão venosa pode-se massagear a extremidade da região distal para a proximal (abaixo do local proposto para a punção venosa) e aplicar aquecimento à extremidade por alguns minutos (compressa morna)

 Deve-se monitorar diariamente o acesso venoso periférico, a fim de avaliar a presença de infecção no sítio de inserção do cateter.    Administrar quando o medicamento estiver em temperatura ambiente;

Se apresentar descoloração, turbidez ou viscosidade não usual, a ampola deverá ser descartada, uma vez que essas mudanças indicam deteriorização e/ou contaminação; Evitar agitação excessiva;

Se após agitação, a solução apresentar modificações na aparência,como sedimento branco no fundo do frasco, presença de grumos ou coágulos suspensos, aderênciada insulina nas paredes do frasco, recomenda-se não utilizar porque pode acarretar em erro de dosagem;

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