Como construir e responder uma pergunta clínica?
Por: Lucas C.
28 de Abril de 2023

Como construir e responder uma pergunta clínica?

Medicina Metodologia de pesquisa Perguntas clínica Prognóstico Prevalência Incidência Ensaio clínico randomizado Estudo coorte Estudo transversal Estudo de caso Série de casos Caso e controle Coorte prospectivo Coorte retrospectivo TCC Projeto de pesquisa Revisão e Formatação de Monografia e TCC Estudos em laboratório Estudo analítico Prática Baseada em Evidência

Para responder esse tipo de pergunta, utiliza-se o acrônimo PICO OU PECO.

PICO OU PECO

Detalhes

Exemplo

P

Participante

Fratura cominutiva de úmero

I ou E

Intervenção ou Exposição

Cirurgia

C

Comparação

Não fazer nada

O

Outcome*

Dor e qualidade da consolidação óssea

*outcome=desfecho

Neste exemplo da tabela acima, temos uma pergunta clínica de intervenção, portanto o único estudo que pode responder essa pergunta é um ensaio clínico randomizado ou aleatorizado ou uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados ou aleatorizados.

Nota: as palavras randomizado e aleatorizado são as mesmas coisas.

 

Ademais, uma pergunta clínica não se limita a eficácia de determinada intervenção para um desfecho específico. Por exemplo, minha pergunta é: em quanto tempo uma pessoas que sofreu um entorse de tornozelo vai melhorar (ou piorar) se ela não procurar uma atendimento médico? Apenas um estudo observacional (neste caso, um coorte), poderá responder essa pergunta.

Dependendo da pergunta, só um estudo espeficico poderá responder. Exstem alguns tipos de estudos, dê uma olhada: 

imgNota: figura recortada do estudo [1]. 

 

Estudos descritivos: Estudo de caso, serie de casos e estudo de prevalência (transversal).

Estudo de caso: faz uma descrição de caso clínico. Isso tipo de estudo é consideradao bom para descrever casos “fora da curva”. Basicamente, neste tipo de estudo é feita a descrição exata de tudo que foi feito com o paciente e o que aconteceu com ele.   

Série de casos: Esse tipo de estudo é muito parecido com o estudo de caso, a única diferença é que é feito com um grupo igual ou superior a 3 pessoas, abaixo disso, considera-se como estudo de caso.

Estudo transversal: O estudo transversal é bom para verificar a prevalência de um condição, a associação e para diagnóstico.

 

Estudo analítico (observacional): estudo de incidência (coorte prospectivo ou retrospectivo), estudo transversal e caso controle.

Estudo de incidência (coorte): no estudo coorte é feito um acompanhamento do paciente que possui uma condição clínica por um período de tempo para observar o que acontece com um desfecho especifico. É um ótimo estudo para entender se a incidência de determinada doença está aumentando, ou para verificar o prognóstico de determinado desfecho para uma doença específica.

Por exemplo, existe estudo coorte que teve como objetivo saber qual subtipo da doença de Parkinson (grupos I: instabilidade postural e dificuldade na marcha; grupos II: tremor dominante) possui a maior recorrência de queda em 12 meses. Neste periodo foram relatadas o total de 2043 quedas, desta 1919 quedas (94%) foram reportadas pelo grupo de instabilidade postural e dificuldade na marcha. Com isso, concluimos que individuos com a doença de Parkinson do subtipo de instabilidade postural e dificuldade na marcha tendem a cair mais. Ademais, foi reportado o que causou a queda (eg., freezing) e o local em que a queda ocorreu, poderia trazer mais detalhes, mas te convido a ler o estudo [2]. 

Coorte prospectivo: neste desenho, acompanhamos o paciente para “frente”, ou seja, de hoje até maio de 2024.

Coorte retrospectivo: neste desenho, analisamos dados de prontuários (ou uma base de dados) já coletados anteriormente. Por exemplo, queremos saber a quantidade de diagnósticos de encefalopatia crônica não progressiva no Hospital XXXX no período de 2012 a 2022.

Estudo de caso e controle: Neste tipo de estudo você precisa ter pelo menos 2 grupos (i.e., caso [pacientes que você está estudando com a mesma patologia que você está estudando um desfecho específico] e controles [pessoas sadias, parecidas em termos de idade e gênero com os casos, mas que não possui a patologia]. Basicamente, esses dios grupos serão comprados para analisar um desfecho de forma observacional.

 

Estudo analítico (experimental): Estudos em laboratório e ensaios clínicos randomizados.

Nestes tipos de estudo necessária vai haver uma exposição, seja para intervenção (e.g., eficácia de paracetamol para dor lombar) ou não intervencional (e.g., efeito do toque suave com a ponta do dedo indicador em uma estrutura externa e rigida sobre a oscilação postural).

Estudos em laboratório: os estudos experimentais em laboratórios, geralmente são destinados a avaliar os mecanismos de um determinado fenômeno. Eles podem ter um ou mais grupos. Geralmente, são considerados como estudos pré-clínicos ou básicos.

Ensaios clínicos randomizados ou aleatorizados: Neste tipo de estudo necessariamente haverá pelo menos 2 grupos e será realizado a comparação entre duas intervenções para uma mesma população.

Por exemplo, qual a eficácia da Levodopa comparada com Placebo para diminuição da bradicinesia em indivíduos com a doença de Parkinson? Isso foi apenas um exemplo, mas aqui aqui temos: duas intervenções; um desfecho; e uma população. 

 

Por fim...

Entender qual o desenho de estudo é mais adequado para responder pergunta específicas é extramente importante. Você precisa desta compreensão no momento de escrever um projeto de pesquisa, de escrever o TCC, de tirar uma dúvida do paciente e para escolher o tratamento para uma condição específica. 

Fique à vontade para tirar dúvidas e discutir.

Até a próxima

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Lucas C.
São Paulo / SP
Lucas C.
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