A vitamina D é um daqueles suplementos amplamente prescritos e utilizados com intuito de prevenir vários tipos de problemas de saúde, tais como melhorar o sistema imunológico, prevenir a perda de massa óssea e reduzir a ansiedade, sendo esses alguns dos benefícios mais comuns. As principais fontes naturais de vitamina D são peixes gordurosos como o salmão, ovos, laticínios, cogumelos, cereais e principalmente o próprio corpo humano, a nossa pele é capaz de sintetizar a vitamina D na forma ativa de modo mais eficiente do que o consumo na forma de alimentos. A forma ativa para o corpo humano é a vitamina D3, 25-hidroxi-vitamina D, tem como valor de referência em indivíduos saudáveis maior do que 20 ng/mL. O benefício na suplementação de vitamina D3 tem respaldo na fisiopatologia de vários problemas de saúde, mas será que a suplementação é capaz de reduzir a mortalidade dos pacientes?
A resposta para essa pergunta saiu na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology no dia 10 de Janeiro, através do estudo clínico The D-Health Trial e a conclusão foi que
"A suplementação de vitamina D3 não mostrou um efeito claro na mortalidade"
Esse foi um estudo randomizado, duplo cego e controlado, conduzido em idosos australianos, com mais de 60 anos, que estavam suplementando com vitamina D3 na dose de 60.000UI (1 comprimido) uma vez ao mês, durante 5 anos do estudo. E o resultado obtido pelo estudo foi que a suplementação com vitamina D3 não reduziu o risco de mortalidade de um modo geral.
Uma comparação interessante a ser feita é que a dose semanal recomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBE) é de 50.000 UI, distribuído em dias alternados na semana, essa dose arbitrária pode ser diferente de acordo com prescrição do médico(a).
Então a vitamina D não deve ser administrada em nenhum paciente porque não tem benefício? A resposta é NÃO! A vitamina D3 é importante para o controle de vários distúrbios como pacientes idosos que sofrem de quedas frequentes, em mulheres no período gestacional e com risco de doenças ósseas como a osteoporose, diabetes, doença renal crônica e câncer.
Resta destacar que todo estudo científico deve ser analisado com cuidado para que a conclusão não seja usada de forma precipitada. A resposta para um estudo pode não ser a resposta para todos os outros pacientes, a população geral. Essa filtragem é feita por meio da saúde baseada em evidência.
Referências:
https://www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(21)00345-4/fulltext
https://www.endocrino.org.br/wp-content/uploads/2021/06/Valores-de-Referencia-Vitamina-D.pdf