Aprenda como conciliar o sono com os estudos
em 15 de Janeiro de 2021
Nosso cérebro tem um ritmo próprio de aprendizagem. O estudo intensivo nem sempre traz bons resultados, pelo menos não a longo prazo. Atenha-se a esse ritmo, com a técnica da aprendizagem distribuída, e melhore seu desempenho nos estudos.
A prova é amanhã e você percebe que não está nem um pouco preparado. Nervoso, se entrega aos estudos desesperadamente, intensamente, virando a noite, até. Na hora da prova, o conteúdo ainda está fresco em sua mente, graças a essa angustiante maratona de estudos, e (alívio!) você se livra de mais uma reprovação.
Esse é um episódio comum na vida de todo estudante. Mas, ainda que o estudo de véspera dê bons resultados quando se trata de uma emergência como essa, ele peca em termos de confiabilidade, porque só é útil a curto prazo. É provável que em um ou dois dias depois da prova tudo se desvaneça em sua memória: outro episódio comum na vida de um estudante é começar um novo semestre sem se lembrar de nada do que estudou no semestre passado.
Talvez a dica mais útil para assimilar um assunto na memória por muito tempo (e nossas mães sabem disso) é: em vez de tentar aprender tudo agora, de uma vez só, é melhor estudar um pouco hoje e um pouco amanhã. As pessoas aprendem e mantêm um conteúdo por mais tempo quando distribuem – ou espaçam – seu tempo de estudo que quando o concentram. Isso é chamado Efeito do Espaçamento.
Para entender esse efeito melhor, imagine sua memória como um músculo. Fazer intensos exercícios físicos hoje, horas seguidas, e passar os próximos dias em completo sedentarismo não vai fazer muita diferença em seu corpo, a não ser dores musculares ao se movimentar. Porém, seguir uma rotina regular de exercícios físicos, com alguns dias de folga, é muito benéfico para o corpo. A prática diária vai fortalecendo seus músculos e o descanso é importante para que eles se regenerem.
Assim é a memória: para lembrar melhor, precisamos exercitá-la e também ter momentos de repouso. Parece ser vantajoso terminar todo um capítulo sobre genética hoje para passar logo para um novo assunto, mas não é. O conteúdo vai ficar retido na memória por alguns dias, é verdade, mas só. É como encher uma mala com roupas demais, até ela se rasgar. O melhor é espaçar o estudo, em intervalos de dias, e revisá-lo algum tempo depois, assim o cérebro terá tempo para criar novas conexões, associando o que você estudou com outras coisas.
Estudar um assunto nos traz a ilusão de que o retemos na memória para sempre. Talvez isso seja verdade. Afinal, nada do que uma vez se formou na mente se perde. Nossas memórias da infância ainda estão lá, no fundo da consciência. O difícil é ter acesso a todas elas. Essas são as duas faces da memória: retenção e recuperação.
Daí, mais importante que reter um assunto na memória é poder recuperá-lo facilmente depois. Esse é um dos benefícios da distribuição de estudos: a fluência, poder recuperar um fato quando se precisa dele. Sem falar que é menos cansativo estudar um pouco hoje e um pouco amanhã do que tudo de uma vez.
A aprendizagem de longo prazo, obviamente, requer tempo, e (acredite) o esquecimento assume um papel essencial nisso. O papel do esquecimento é ativo, ao reciclar o que é relevante do que não é, e passivo, ao mostrar o que precisamos fixar quando estudarmos o assunto novamente. Ou seja, é preciso esquecer para lembrar. Não fique triste ao perceber que já não consegue calcular uma integral de duas variáveis. Talvez só seja tempo de revisar.
Mas, dito tudo isso, como distribuir os estudos? Isso depende de quanto tempo temos para estudar e de quanto tempo queremos nos lembrar de algo. Intervalos de estudos longos, de semanas a meses, são eficientes para se fixar algo por muito tempo.
Caso esteja se preparando para um teste, as seguintes dicas são úteis.
Tempo até o teste | Primeiro intervalo de estudo |
1 semana | Entre 1 e 2 dias |
1 mês | 1 semana |
3 meses | 2 semanas |
6 meses | 3 semanas |
1 ano | 1 mês |
Imagine que você tem três meses até a prova. Durante dois meses você aprende os conteúdos necessários para a prova, restando algumas semanas para revisão. Suponha que sejam 15 dias e que o tempo total de estudos é de nove horas. O cronograma ideal é estudar três horas no dia 1, três no dia 8 e mais três na véspera da prova. Certamente, estudar nove horas seguidas na véspera da prova pode trazer o mesmo resultado. Mas a diferença é que, agora, você assimilou o assunto melhor e poderá lembra-lo por muito mais tempo.
A aprendizagem de qualquer coisa requer paciência e é importante lembrar do fato de que grande parte do processo de aprendizagem é inconsciente. Acontece sem nos darmos conta, até quando não estamos estudando. A técnica de distribuição de estudos ajuda esse processo.
massa hein
só uma crítica construtiva :)
Olha, o assunto é interessante, mas podia desenvolver mais.
pode detalhar isso mais?
mas não entendi como se faz esses cronogramas de revisão
interessante
que massa!
aeeeeeee