Estrutura verbal
em 07 de Janeiro de 2024
Quando falamos de regência, tanto nominal quanto verbal, há muitas regrinhas que precisam ser decoradas, além de que, na linguagem coloquial, não usamos a maioria delas de acordo com a norma culta.
Por isso, a seguir, você verá os erros de regência verbal mais comuns, a fim de que você não cometa erros como esses na sua redação do concurso ou nas questões de linguagem da prova. Confira alguns verbos e como usá-los corretamente!
O verbo “agradar” é um daqueles que podem ser tanto transitivo direto quanto transitivo indireto. Dessa forma, ele pode necessitar da preposição “a” ou não. Isso dependerá do sentido que ele tem na frase.
Ou seja, caso ele esteja se referindo ao ato de fazer carinho, fica sem a preposição: “O menino agradou o cachorro.”. Já se for no sentido de “ser agradável”, “satisfazer”, ele precisa da preposição “a”: “A presença do filho agradou muito aos pais.”.
Esse é um erro de regência verbal muito comum. Sempre vemos “atentar-se a algo” ou “atentar-se em algo” em diversos tipos de texto. Isso não é aceito pela norma culta. Esse verbo aceita, sim, as preposições “a” e “em”, bem como “para”, porém, ele não é pronominal, ou seja, o uso dele ocorre sem pronome oblíquo (considerando o exemplo citado, sem o “se”).
Dessa forma, uma oração possível seria “Você deve atentar aos/nos/para os detalhes.”, e não “Você deve atentar-se aos/nos/para os detalhes.”.
O verbo “assistir” apresenta a mesma situação do verbo “agradar”, mudando completamente o sentido dele dependendo da regência.
Quando queremos nos referir ao ato de ver alguma coisa, como um filme ou até mesmo uma situação, usamos o verbo “assistir” como transitivo indireto: “Assistimos ao documentário.”, e não “Assistimos o documentário.” como é frequentemente falado na linguagem coloquial. Já esse verbo no sentido de “ajudar” é transitivo direto: “Assistimos os meninos nas lições.”.
O verbo “lembrar” é um verbo pronominal acidental, isto é, pode ser conjugado com ou sem pronome oblíquo, e isso influenciará em sua regência. Em sua forma pronominal, ele pede a preposição “de”: “Ele não se lembrou de sair de casa.”, exceto em casos de construções como “lembre-se de que”, em que a preposição é facultativa.
Já esse verbo com um sentido de “recordar” é usado sem pronome e, então, sem preposição, sendo um transitivo direto: “Esse gosto lembra a minha infância.” ou “Esse homem lembra meu pai.”.
Vale ressaltar que a regência do verbo “esquecer” funciona de forma parecida, sendo que ele só é transitivo indireto quando está em sua forma pronominal.
O uso do verbo “implicar” com a preposição “em” é recorrente. Porém, é importante notar que esse verbo não pede essa preposição em nenhuma situação, nem naquelas em que ele é transitivo indireto.
Sendo assim, no sentido de “acarretar”, “levar a”, esse verbo é transitivo direto: “O barulho no condomínio implicará multa.”. Por outro lado, se você quiser dizer “provocar”, “importunar”, use o “implicar” com a preposição “com”: “Ela implicou comigo.”.
O verbo “obedecer” é frequentemente usado como transitivo direto: “Eu obedeci meu pai.”. Empregá-lo dessa forma é errado. Ele sempre pedirá a preposição “a”, seja para se referir a coisas, seja para se referir a pessoas. Veja exemplos: “Eu obedeci ao meu irmão.” ou “Eu obedeci aos pedidos da minha mãe.”.
Viu como há alguns erros de regência verbal que nem percebemos que cometemos? Agora você já sabe como usar corretamente alguns verbos e já evitou que isso atrapalhe seu desempenho na prova.
Continue no blog para pegar mais dicas!