Fundamentos de Resistência dos Materiais
em 30 de Outubro de 2024
Salve, salve Alunos, eu sou Nelcimar Cardoso, seu professor particular e hoje vamos falar sobre os fungos.
1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FUNGOS
Os fungos – reino Fungi – são organismos procarióticos heterotróficos cuja parede celular contem quitina, substancia também presente no reino Animal, constituindo o esqueleto dos artrópodes (crustáceos, insetos, aranha, entre outros). Os fungos vivem no solo, na água ou no corpo de outros seres vivos. Seus principais representantes são os bolores, os cogumelos, as orelhas-de-pau e as leveduras, estas últimas também chamadas levedos ou fermento.
Com poucas exceções, os fungos são seres multicelulares, constituídos por longos filamentos ramificados, de parede quitinosa, as hifas, nas quais se encontra o conteúdo celular do fungo. O conjunto de hifas constitui o micélio, o “corpo” do fungo.
Na maioria das espécies, as hifas são septadas, isto é, apresentam paredes transversais-septos-que delimitam compartimento celulares onde pode haver um núcleo (hifas septadas monocarióticas) ou dois núcleos (hifas septadas dicarióticas). Os septados não separam completamente as células: eles têm uma perfuração central, o poro septal, pela qual organelas citoplasmáticas e mesmo núcleos podem passar de um compartimento para outro. Certos fungos são constituídos pelas chamadas hifas cenocíticas, que não possuem septos, sendo preenchidas por citoplasma com inúmeros núcleos.
O emaranhado de hifas que forma o micélio pode crescer indefinidamente, enquanto houver alimento disponível e condições favoráveis. O crescimento das hifas ocorre apenas nas extremidades; nas regiões mais antigas, o conteúdo citoplasmático pode desaparecer, restando apenas as paredes das hifas.
A reprodução dos fungos ocorre por meio de esporos, que podem ser produzidos de modo assexuado ou após fusão de núcleos celulares e formação do zigoto. Quando encontra condições apropriadas, o esporo germina uma hifa, que cresce e se ramifica, produzindo um novo mecélio.
2 A DIVERSIDADE DOS FUNGOS
Há cerca de 60 mil espécies de fungo descritas pelos especialistas, mas estima-se que exista pelo menos 1 milhão de espécies a serem descobertas. Uma classificação moderna agrupa os fungos em quatro filos: Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomicota. Nos doi últimos grupos, muitas espécies formam estruturas reprodutivas denominadas corpos de frutificação, constituídos por hifas especiais densamente aglomeradas e onde ocorre a meiose, com formação de esporos sexuados.
Os quitridiomicetos, ou quitridios – filo Chytridiomycota - , vivem em ambientes terrestres ou de agua doce, com poucas espécies marinhas. Podem ser unicelulares ou multicelulares e sua principal substancia de reserva, como nos demais fungos e em animais, é o glicogênio, um polissacarídio.
A maioria dos quitridios é saprofágica; há espécies parasitas de plantas, de algas, de protozoários, e de animais. Um exemplo de quitrídio parasita é Batrachochytrium dendrobatidis, apostado como responsável pelo desaparecimento de anfíbios em vários continentes e cuja ocorrência já foi relatada no Brasil.
Os zigomicetos - filo – Zygomycota – são fungos dotados de hifas cenocíticas e que não formam corpo de frutificação. Um representante do grupo é Rhizopus stolonifer, bolor que cresce sobre superfícies de alimentos ricos em carboidratos, como pão, frutas e verduras. Certos zigomicetos parasitam plantas, protozoários, vermes e insetos; algumas espécies podem causar infecção em seres humanos.
Os ascomicetos - filo Ascomycota – caracterizam-se pela presença de ascos, estruturas especializadas onde se formam esporos sexuados, os ascósporos. Um conhecido ascomiceto, embora não seja o mais típico do grupo, padaria ou fermento biológico. Os ascomicetos constituem cerca de metade das espécies descritas de fungo.
Em muitas espécies de ascomicetos, os ascos localizam-se em corpos de frutificação compactos, os ascocarpos. Em algumas espécies, o ascocarpo é comestível e utilizado em culinária.
Certos ascomicetos vivem em associações mutualísticas com algas ou cianobactérias, formando liquens.
Os basidiomicetos - filo Basidiomycota – são fungos que apresentam basídios, estruturas especializadas onde se formam esporos sexuados, basidiósporos.
3. REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
Os fungos podem se reproduzir por fragmentação do micélio; os fragmentos crescem em novos micélios.
Zigomicetos formam hifas especiais – esporangióforos – em cujas extremidades diferenciam-se esporângios onde se formam esporos assexuados haploides. Ao cair em local com condições adequadas, o esporo germina originando um novo micélio.
Ascomicetos possuem hifas especializada onde se formam esporo assexuados denominadas conídios. O conídio, como os esporos em geral, é revestido por uma parede celular e pode permanecer em estado de dormência por longo período de tempo, até encontrar ambiente favorável e germinar.
Leveduras como Saccharomyces cerevisiae reproduzem-se por brotamento ou gemulação. Os brotos separam-se da célula original, embora eventualmente possam permanecer unidos, formando cadeias de células, conhecidas como pseudomicélios.
De tempos em tempos, a maioria dos fungos passa por um estágio sexuado, em que se formam zigotos diploides. O zigoto sofre meiose e origina células haploides que se diferenciam em esporos sexuados.
Nos fungos, a reprodução sexuada inicia-se pela conjugação de duas hifas sexualmente maduras e compatíveis, que se aproximam e se fundem. A hifa resultante da fusão é uma hifa dicariótica, tendo dois núcleos haploides por célula, um de cada hifa parental. Durante o crescimento e ramificação dessa hifa, os núcleos se multiplicam diversas vezes no citoplasma, mantendo-se emparelhados, mas sem se fundir. As hifas dicarióticas originam um micélio, que pode formar corpos de frutificação.