Introdução ao estudo dos movimentos
em 15 de Julho de 2018
1. Tensão
A tensão é uma resposta interna de um material quando forças externas são aplicadas sobre ele, representando o quão intenso é o esforço que uma área específica está suportando. A tensão é essencial no design estrutural e no desenvolvimento de componentes, pois determina até onde o material poderá resistir sem falhas.
Os principais tipos de tensão incluem:
- Tensão Normal: Ocorre quando a força age perpendicularmente à superfície do material. Esse tipo de tensão se manifesta quando se comprime ou estica um material, como numa coluna sustentando um prédio (compressão) ou numa barra sendo puxada (tração). O cálculo é feito pela razão entre a força aplicada e a área da seção transversal onde atua. No cotidiano, a tensão normal é vista em parafusos, cabos e em vigas que suportam pesos de construção.
- Tensão de Cisalhamento: Surge quando as forças são aplicadas paralelamente à superfície do material, fazendo com que camadas adjacentes do material deslizem uma em relação à outra. Esse tipo de tensão é comum em rebites e parafusos que seguram placas metálicas, nos quais as forças atuam de maneira a “cortar” a seção. Um exemplo simples seria uma tesoura cortando uma folha de papel, onde as lâminas exercem tensão de cisalhamento sobre a superfície do papel.
A análise de tensão permite prever como o material reagirá sob certas condições de carga e qual a sua capacidade de suportar essas condições sem romper, proporcionando mais segurança e eficácia na construção de componentes e estruturas.
2. Deformação
Deformação é a alteração na forma ou tamanho de um material quando ele é submetido a uma carga. Ela nos mostra como o material se ajusta à aplicação de forças, o que é fundamental para assegurar que estruturas permaneçam estáveis e funcionais ao longo do tempo.
A deformação pode ser:
- Elástica: Na deformação elástica, o material retorna ao seu formato original após a remoção da carga. Isso ocorre devido à resistência interna que as ligações moleculares oferecem, como no caso de uma mola que volta ao seu tamanho inicial após ser esticada. Materiais como aço e alumínio geralmente exibem esse comportamento até certo limite, conhecido como o limite de elasticidade. A Lei de Hooke, que define a relação entre tensão e deformação, aplica-se nesse estágio. Ela afirma que a deformação é proporcional à tensão aplicada, ou seja, a relação entre tensão e deformação é linear dentro dos limites elásticos do material.
- Plástica: Na deformação plástica, a alteração na forma é permanente, mesmo após a remoção da carga. Isso significa que as ligações internas do material se rearranjaram de forma irreversível. Exemplos desse tipo de deformação incluem o dobramento de um arame ou o amassamento de uma lata de alumínio. A deformação plástica é um comportamento desejado em alguns casos, como na moldagem de metais, mas indesejada em estruturas que precisam manter sua forma original.
No diagrama tensão-deformação, é possível visualizar a relação entre tensão e deformação em diferentes fases: a fase elástica, onde a deformação é reversível; o ponto de escoamento, onde começa a deformação plástica; e a fase plástica, onde o material continua a deformar-se até romper.
3. Propriedades Mecânicas dos Materiais
As propriedades mecânicas dos materiais definem como cada material reage quando submetido a diferentes tensões e deformações. Isso inclui fatores como rigidez, capacidade de alongamento e resistência a impactos. Compreender essas propriedades ajuda engenheiros a escolher os materiais corretos para cada aplicação.
Algumas das propriedades mecânicas mais importantes incluem:
- Módulo de Elasticidade (ou Módulo de Young): Esse é o índice de rigidez do material, indicando sua resistência à deformação elástica. Um módulo de elasticidade elevado significa que o material é rígido e pouco flexível. Materiais como o aço têm um módulo de elasticidade alto, o que os torna adequados para suportar grandes tensões sem grandes deformações. Em contraste, materiais como a borracha têm um módulo de elasticidade baixo, o que lhes confere uma grande capacidade de deformação.
- Ductilidade: Mede o quanto o material pode se deformar antes de romper. Materiais dúcteis, como o cobre e o aço, são capazes de se alongar bastante, permitindo, por exemplo, que sejam transformados em fios sem romper. Já materiais frágeis, como o vidro, quebram com uma deformação mínima. Na engenharia, a ductilidade é importante para determinar a capacidade de um material de absorver energia de impacto ou se deformar sem fraturar.
- Resiliência: Refere-se à capacidade do material de absorver energia quando deformado elasticamente e, então, liberar essa energia ao retornar ao seu estado original. A resiliência é uma propriedade essencial para materiais usados em aplicações onde há impactos ou choques, como molas de automóveis e pneus, que precisam dissipar energia sem sofrer danos.
- Tenacidade: Mede a quantidade de energia que o material pode absorver até a ruptura. Materiais tenazes, como alguns tipos de aço, suportam deformações significativas antes de romper, tornando-os ideais para situações que exigem resistência a impactos e cargas dinâmicas. Ao contrário, materiais frágeis como o vidro e a cerâmica têm baixa tenacidade, quebrando sob menor esforço de impacto.
Essas propriedades permitem que engenheiros e projetistas escolham os materiais mais apropriados para cada aplicação, de forma a garantir segurança, eficiência e durabilidade nos projetos.
Referência:
HIBBELER, R. C. *Resistência dos Materiais*. 7ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.