Uma pessoa doente, mesmo que seja obrigada a trabalhar, por mais que se esforce não conseguirá dar o melhor de si no ambiente de trabalho e, pelo contrário, poderá devido à descuidos involuntários, ocasionar acidentes com possíveis lesões para si e terceiros, havendo o risco até mesmo de óbitos. Fatos estes que podem ocorrer em qualquer empresa que não priorize a saúde e segurança dos trabalhadores e, em caso de acidentes ou óbitos, gerarem muitos gastos extras para a empresa. Segundo o site do TRT, acidentes de trabalho matam ao menos uma pessoa a cada 3h47min no Brasil. Número diz respeito apenas a empregos formais. Homens de 18 a 24 anos e mulheres de 30 a 34 anos são as principais vítimas. Mais ainda, um acidente de trabalho é registrado a cada 51 segundos no Brasil, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O problema dos riscos em ambientes ocupacionais é tão grave que a data de 28 de abril foi escolhida como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Aqui no Brasil, também é o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Dados da OIT e do Ministério Público do Trabalho (MPT) mostram que as principais causas de acidentes laborais no Brasil são o descumprimento de normas básicas de proteção aos trabalhadores e as más condições nos ambientes de trabalho. Por ano, os acidentes de trabalho representam perdas financeiras na média de R$ 13 bilhões. Caro empresário, caro gestor ou administrador, você sabia que você e sua empresa também pagam esta conta? Isto vale para as empresas privadas, pequenas ou grandes e também para as empresas públicas. Importante se frisar que as situações de precarização do trabalho tendem a gerar mais acidentes, e estudos mostram que trabalhadores terceirizados estão mais suscetíveis a condições de risco e à falta de políticas adequadas de prevenção. Além disso, situações de crise levam empregadores a, inadvertidamente, esquecer ou não investir em equipamentos de proteção individual (EPIs) e medidas de proteção coletiva e eliminação de riscos. O adoecimento também pode decorrer de problemas como sobrecarga física e mental. E aqui, ao falar de sobrecarga de trabalho, pensamos na síndrome de Burnout e no stress ocupacional. Falando assim, da saúde mental do trabalhador como uma preocupação da psicologia. A síndrome de Burnout foi designada como um problema derivado de um estresse crônico mal gerenciado de uma sobrecarga no ambiente de trabalho. A sobrecarga ocupacional, as cobranças, geram o stress emocional. Exaustão emocional e/ou física (esgotamento); Sensação progressiva de distanciamento e desrealização profissional, podendo provocar diferentes quadros psicopatológicos como depressão, transtornos de ansiedade e pânico. Bom, mas a superação deste quadro é possível e falaremos disto em outro momento. Não obstante, é importante que as empresas invistam na realização de treinamentos regulares para que os seus trabalhadores aprendam a identificar – e a lidar com – situações de risco. Colaboradores com saúde mental preservada produzem melhor, ficam mais motivados e menos doentes, por isso o gerenciamento do estresse ocupacional evita prejuízo às empresas e deve ser uma prioridade.
Giocemar N. Santos Corrêa (psicólogo e téc. segurança do trabalho)
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