BIOÉTICA- Origem, importância e princípios
em 31 de Março de 2021
Tipos de bioindicadores
Os bioindicadores se dividem de acordo com os objetivos de cada projeto, podendo ser:
1.Indicadores ou bioindicadores ambientais: Estes são espécies ou conjunto delas com capacidade de reagirem aos distúrbios ambientais, incluindo as alterações no ambiente. Esse tipo de bioindicador é utilizado na mensuração de fatores abióticos, como por exemplo, a mensuração da poluição nos diversos compartimentos ambientais.
2.Indicadores ou bioindicadores ecológicos: Um indicador ou bioindicador ecológico pode ser representado por uma espécie, um conjunto de espécies ou determinado táxon que se mostra sensível aos processos ocorridos no ambiente. Servem de sinal de alerta precoce de mudanças ambientais, além de poderem ser usados no diagnóstico de problemas no ambiente.
3.Indicadores ou bioindicadores de biodiversidade: São considerados indicadores ou bioindicadores de biodiversidade um grupo de taxa, representado por gênero, tribo, família ou ordem; ou mesmo um grupo de espécies considerado medida da diversidade de um grupo mais amplo no ambiente. Assim, os dados obtidos por esse grupo são extrapolados a toda diversidade da espécie avaliada.
Existem bioindicadores de acumulação e de reação. De acordo com a literatura, um bioindicador de acumulação, também chamado de organismo resistente, é aquele que reage ao estresse pela acumulação de substâncias tóxicas nos tecidos; já um bioindicador de reação é considerado um organismo sensível, pois reage ao estresse por alterações morfológicas, fisiológicas, genéticas e etológicas.
Como podemos ver, existe uma infinita lista de bioindicadores de diferentes táxons que atestam a qualidade do ambiente (ar, água, solo) de diferentes formas.
Nas plantas os contaminantes químicos são assimilados por meio de três vias: por translocação, a partir do solo, pela ação das raízes; por assimilação de substâncias presentes na fase gasosa e; por assimilação de deposições atmosféricas.
A resposta das plantas à exposição de poluentes tóxicos pode ser usada como método de verificação da toxicidade ambiental. As plantas podem apresentar sinais em curto prazo como: injúrias nas folhas, perda de folhas, redução do crescimento e/ou alterações nos padrões de floração; bem como alterações a médio e longo prazo, como: composição química, modificações nos processos fisiológicos e alterações genéticas. Portanto, as alterações podem ser visíveis ou necessitarem de análises laboratoriais que comprovem a presença desses poluentes em seus tecidos.
Exemplo de organismos bioindicadores
Trutas Oncorhynchus clarkii, habitam riachos de aguas frias nos estados unidos, eles toleram temperaturas máximas entre 20 e 25ºC. Acima dessa faixa de temperatura as trutas produzem uma proteína que tem como função proteger as funções vitais celulares do estresse térmico, a medida da quantidade dessa proteína pode ser usada para medir o quanto o ambiente foi alterado, pois o aumento da temperatura nesses riachos está relacionados a atividades humanas como pastoreio, queimadas e exploração madeireira
Quanto a avaliação da qualidade do ar, os liquens mostram alta sensibilidade a poluentes, não somente pela diminuição da sua vitalidade, como por sintomas externos característicos. Em locais mais próximos de cidades e não preservados encontra-se apenas líquens de coloração esverdeada, enquanto em florestas e locais preservados há mais cores, como os líquens vermelhos.
A grande sensibilidade está estreitamente relacionada com sua biologia. A alteração do balanço simbiótico entre o fotobionte e o micobionte pode ser evidenciada com rapidez através da ruptura desta associação. Anatomicamente, os liquens não possuem estomas nem cutícula, o que significa que os gases e aerossóis podem ser absorvidos pelo talo e difundir-se rapidamente pelo tecido onde está o fotobionte.
Dentre os efeitos que os poluentes podem ocasionar na comunidade liquênica estão à inibição do crescimento e desenvolvimento do talo, alterações nos processos metabólicos , mudanças anatômicas e morfofisiológicas até o desaparecimento total de líquens de uma floresta; isso pode ocorrer devido ao aumento dos níveis de dióxido de enxofre, poluentes à base de enxofre e óxidos de nitrogênio. Portanto, a presença de determinadas espécies de líquens no ambiente indica que existe zero ou quase nada de poluição.
Mas é bom ressaltar que mesmo que os líquens indiquem que exista poluição no ar, eles não podem ser única medida de monitoramento, devem ser complemento, já que eles são apenas qualitativos e não indicam a quantidade de poluição existente no ambiente.
A presença ou abundancia de determinadas espécies em um ambiente podem ser um indicativo da quantidade de caça que ocorre no local, como as aves cinegéticas, em geral pertencem as famílias Tinamidae, Cracidae, Columbidae e Anatidae. Normalmente são aves grandes e com voo limitado, por isso nidificam no chão, por isso são alvos fáceis para caçadores. Sendo assim, a abundancia dessas aves na região é um indicativo que não há pressão de caça na região ou ela não é intensa.
Outros grupos de mamíferos, borboletas, plantas e outros, podem ser indicativos de qualidade da preservação de florestas
Tinamidae
Cracidae
Anatidae
Macroinvertebrados bentônicos são bons bioindicadores
Macroinvertebrados bentônicos são amplamente utilizados como bioindicadores de qualidade de agua e saúde dos ecossistemas pelas seguintes características:
Bioindicadores de ambientes aquáticos
O fenômeno da maré vermelha é provocado pelo desequilíbrio ecológico resultante da excessiva proliferação da população de certas algas tóxicas, principalmente as dinoflageladas Gonyaulax catenella.
As causas relacionadas a esse acontecimento podem ser a alteração na salinidade, oscilação térmica da água mas principalmente o excesso de sais minerais decorrente do escoamento de esgoto doméstico nas regiões de estuário, alterando as condições abióticas da zona pelágica (de 0 a 200 metros de profundidade), consequentemente afetando o comportamento das espécies planctônicas.
A acelerada reprodução e aglomeração das algas dinoflageladas, com proporcional morte das mesmas, desencadeiam um efeito catastrófico na fauna aquática local, liberando substâncias tóxicas em alta concentração, capazes de envenenar a água e os organismos ali viventes: por exemplo, a morte em larga escala de peixes e moluscos. Em geral, os organismos filtradores são os mais atingidos.
Um aumento ou diminuição em uma população animal pode indicar danos ao ecossistema causados pela poluição. Por exemplo, se a poluição causa decréscimo de importantes fontes de comida, as espécies animais dependentes destas fontes também irão ser reduzidas em número. Já a superpopulação pode ser o resultado de aumento de espécies oportunistas.
Liberação de Toxinas
*Muito alimento *Proliferação de microalgas devido a grande *Pouco alimento
quantidade de alimento *Zona fótica pequena
*Poucas microalgas *Diminuição da zona fótica devido a grande *Morte das microalgas devido a falta de alimento e luz
quantidade de algas *Liberação das toxinas que estavam dentro das microalgas
Programa de biomonitoramento
O termo biomonitoramento pode ser definido como o uso sistemático de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais com o objetivo de utilizar esta informação em um programa de controle de qualidade. Essas mudanças novamente estão associadas a fontes antropogênicas
Macroinvertebrados bentônicos são utilizados no monitoramento de reservatórios, trechos de importantes bacias hidrográficas sob diferentes níveis de impacto antrópico.
Submetidos a condições adversas os organismos podem sobreviver ou morrer, portanto a composição em espécies e a distribuição espaço-temporal dos organismos aquáticos alteram-se pela ação dos impactos. Quanto mais intensos forem, mais pronunciadas serão as respostas ecológicas dos organismos aquáticos bioindicadores, podendo haver a extinção local, ou seja, exclusão de organismos sensíveis a poluição (como formas imaturas de muitas espécies de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera).
Muito bom