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em 01 de Maio de 2025
"A ideia central do behaviorismo
pode ser formulada de maneira simples:
É possível uma ciência do comportamento."
(Baum, 2006).
Um dos maiores problemas que vejo em relação ao aprendizado de Análise do Comportamento, é o intenso foco nos princípios básicos (Reforço, Punição, etc.) em detrimento dos fundamentos epistemológicos da abordagem. Ao seguir esse caminho, a caminhada em direção ao conhecimento é passível de muitos desvios e acidentes desnecessários, que podem até influenciar o indivíduo a não terminar sua trajetória.
Uma boa formação em fundamentos epistemológicos de Análise do Comportamento, não só facilita todo o processo e aprendizagem, como também propicia uma maior noção histórica e filosófica, facilitando também a aprendizagem sobre outras áreas do conhecimento. Evitar que o caminho que se seguirá possua desvios desnecessários, também disponibiliza uma eficiência de tempo ideal para aqueles que estudam, dessa forma, o mesmo pode direcionar seu tempo extra a algo que realmente tenha interesse de aprender, reduzindo a famosa angústia de graduandos: estudar algo que não lhe pareça interessante. Dito isso, o que é de fato o Behaviorismo? Essa é uma pergunta que possui muitas especificidades, e para fins didáticos, direcionarei minhas atenções ao básico que considero importante para a compreensão do tema.
Uma das principais características do que atualmente chamamos como ciência, é suas raízes: A filosofia. O método filosófico, caracterizado por partir das suposições para então chegar a uma conclusão, é mais conhecido popularmente por seus expoentes gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles. A especulação é um traço comum da filosofia: Aristóteles refletia acerca das propriedades físicas e químicas da matéria, Sócrates sobre política, amor, virtude e conhecimento e Platão elaborava sua Teoria das Ideias, além de discutir e refletir sobre ética e justiça. Além disso, a verdade filosófica é absoluta: se o raciocínio elaborado for coerente, a conclusão segue-se necessariamente, a partir de suas premissas.
Já quando falamos no método científico, o raciocínio parte da observação para conclusão e suposição. Dessa forma, a observação e experimentação, são as duas principais características desse método, traços que podem ser exemplificados respectivamente com Darwin e sua observação da natureza e animais para elaboração de sua teoria da evolução, e Mendel com sua experimentação com plantas e elaboração das leis sobre hereditariedade. Além disso, a verdade científica é caracterizada pela por ser relativa e provisória, pois é relativa à observação e suscetível a ser comprovada ou não através de novas observações.
Partindo dessa breve distinção entre filosofia e ciência, definimos o Behaviorismo como uma filosofia que orienta a ciência do comportamento. Um importante ponto a se destacar, é que existem vários Behaviorismos e características diferentes entre cada um. A filosofia que orienta a Análise do Comportamento, é chamada de Behaviorismo Radical, estabelecida primordialmente por Skinner, e é extremamente distinta do Behaviorismo Metodológico de Watson ou o Behaviorismo de Tolman e Hull. Um exemplo comum de confusão é fazerem críticas à Análise do Comportamento, baseando-se em premissas elaboradas por Watson, e não de Skinner.
B.F Skinner (1904 - 1990) - Principal desenvolver do Behaviorismo Radical.
Por fim, as descrições aqui realizadas, acabam por levantar mais questões do que responder: O que é ciência? Como ela se desenvolveu? Qual a diferença entre os diversos behaviorismos? Em quais premissas filosóficas tais behaviorismos se baseiam? O presente texto teve como objetivo realizar uma breve apresentação do tema, visando instigar e explicitar a principal diferença entre Behaviorismo e Análise do Comportamento. Recomenda-se um estudo mais minucioso para que as perguntas aqui feitas sejam respondida com o grau de atenção e complexidade que merecem, a fim de não prejudicar o desenvolvimento desse campo de estudo, que tem origens complexas e continua a se desenvolver.
Referências: