Behaviorismo x Análise do Comportamento
Por: Gustavo R.
04 de Setembro de 2020

Behaviorismo x Análise do Comportamento

Quais são as diferenças? Será que são a mesma coisa?

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"A ideia central do behaviorismo

pode ser formulada de maneira simples:

É possível uma ciência do comportamento."

(Baum, 2006).

Um dos maiores problemas que vejo em relação ao aprendizado de Análise do Comportamento, é o intenso foco nos princípios básicos (Reforço, Punição, etc.) em detrimento dos fundamentos epistemológicos da abordagem. Ao seguir esse caminho, a caminhada em direção ao conhecimento é passível de muitos desvios e acidentes desnecessários, que podem até influenciar o indivíduo a não terminar sua trajetória.

Uma boa formação em fundamentos epistemológicos de Análise do Comportamento, não só facilita todo o processo e aprendizagem, como também propicia uma maior noção histórica e filosófica, facilitando também a aprendizagem sobre outras áreas do conhecimento. Evitar que o caminho que se seguirá possua desvios desnecessários, também disponibiliza uma eficiência de tempo ideal para aqueles que estudam, dessa forma, o mesmo pode direcionar seu tempo extra a algo que realmente tenha interesse de aprender, reduzindo a famosa angústia de graduandos: estudar algo que não lhe pareça interessante. Dito isso, o que é de fato o Behaviorismo? Essa é uma pergunta que possui muitas especificidades, e para fins didáticos, direcionarei minhas atenções ao básico que considero importante para a compreensão do tema.

Uma das principais características do que atualmente chamamos como ciência, é suas raízes: A filosofia. O método filosófico, caracterizado por partir das suposições para então chegar a uma conclusão, é mais conhecido popularmente por seus expoentes gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles. A especulação é um traço comum da filosofia: Aristóteles refletia acerca das propriedades físicas e químicas da matéria, Sócrates sobre política, amor, virtude e conhecimento e Platão elaborava sua Teoria das Ideias, além de discutir e refletir sobre ética e justiça. Além disso, a verdade filosófica é absoluta: se o raciocínio elaborado for coerente, a conclusão segue-se necessariamente, a partir de suas premissas.

Já quando falamos no método científico, o raciocínio parte da observação para conclusão e suposição. Dessa forma, a observação e experimentação, são as duas principais características desse método, traços que podem ser exemplificados respectivamente com Darwin e sua observação da natureza e animais para elaboração de sua teoria da evolução, e Mendel com sua experimentação com plantas e elaboração das leis sobre hereditariedade. Além disso, a verdade científica é caracterizada pela por ser relativa e provisória, pois é relativa à observação e suscetível a ser comprovada ou não através de novas observações.

Partindo dessa breve distinção entre filosofia e ciência, definimos o Behaviorismo como uma filosofia que orienta a ciência do comportamento.  Um importante ponto a se destacar, é que existem vários Behaviorismos e características diferentes entre cada um. A filosofia que orienta a Análise do Comportamento, é chamada de Behaviorismo Radical, estabelecida primordialmente por Skinner, e é extremamente distinta do Behaviorismo Metodológico de Watson ou o Behaviorismo de Tolman e Hull. Um exemplo comum de confusão é fazerem críticas à Análise do Comportamento, baseando-se em premissas elaboradas por Watson, e não de Skinner.

 

B. F. Skinner, principal desenvolvedor do Behaviorismo Radical

B.F Skinner (1904 - 1990) - Principal desenvolver do Behaviorismo Radical.

Por fim, as descrições aqui realizadas, acabam por levantar mais questões do que responder: O que é ciência?  Como ela se desenvolveu? Qual a diferença entre os diversos behaviorismos? Em quais premissas filosóficas tais behaviorismos se baseiam? O presente texto teve como objetivo realizar uma breve apresentação do tema, visando instigar e explicitar a principal diferença entre Behaviorismo e Análise do Comportamento. Recomenda-se um estudo mais minucioso para que as perguntas aqui feitas sejam respondida com o grau de atenção e complexidade que merecem, a fim de não prejudicar o desenvolvimento desse campo de estudo, que tem origens complexas e continua a se desenvolver.

 

Referências:

  1. Baum, W. M. (2006). Compreender o behaviorismo: ciência, comportamento e cultura. (2ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
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Gustavo R.
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Psicólogo Profissional Psicologia - Psicologia Análise Experimental do Comportamento
Mestrado: Análise do Comportamento (Universidade Federal de São Carlos (UFSCar))
Professor de Psicologia com ênfase em Análise do Comportamento
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