Sistema Bidimensional de EDO Lineares de Primeira Ordem
em 22 de Julho de 2017
Uma Equação Diferencial (ED) é uma equação que apresenta derivadas de uma função que depende de uma ou várias variáveis. Se a dependência fosse de só uma variável, a equação se chama de ordinária enquanto que se a dependência fosse de duas ou mais variáveis, a equação seria de derivadas parciais. A ordem de uma ED vem dado por a maior ordem das suas derivadas, assim, vamos estudar as ED cujas derivadas são de ordem 1. A forma geral das Equações Diferencias Ordinárias (EDO) de Primeira Ordem é:
Podemos encontrar 5 casos, vou apresentar cada um explicando um método para resolver. Após apresentar a teoria, serão mostrados exemplos de cada caso.
É a mais simples das equações diferenciais, a solução pode ser encontrada com uma simples integração.
A função obtida é chamada de função primitiva da ED.
Resolver:
separamos as variáveis e fazemos a integração:
assim, a solução final é:
onde C é a constante de integração.
Equação diferencial onde pode se ter separação de variáveis:
Como y depende de x, aparece uma constante c, na solução geral. Essa constante pode ser calculada mediante as condições iniciáis: y(x0)=y0
Resolver:
é possível fazer a separação de variáveis:
resolvendo cada integral:
podemos calcular a constante de integração C apartir da condição inicial: x=0, y=0 e obtemos C=2. Assim, a solução seria:
Equação diferencial da forma:
Fazemos o seguinte:
Essa substituição faz com que a equação original fique mais simples.
Resolver:
fazemos:
substituindo na equação original:
para resolver a integral da esquerda, fazemos a substituição:
onde C é a constante de integração. Lembrando as mudanças de variáveis feitas, devemos deixar tudo só em função de x e y:
resolvendo a equação anterior para y, obtemos finalmente:
sendo B uma constante real.
Equação diferencial da forma:
Fazemos a seguinte mudança de variável:
Ao igual que no caso anterior, a equação original fica consideravelmente mais simples.
Resolver:
fazendo cáculos matemáticos, podemos expressar e ED anterior como:
fazemos a mudança de variável:
substituindo:
para resolver essa integral, aplicamos a teoria de frações parciais:
resolvemos o sistema e obtemos:
assim:
resolvendo as integrais:
onde C é agora uma constante de integração. Voltamos tudo para as variáveis originais:
nesse caso, não é possível obter um resultado final para y, porém, para cada valor de C, temos uma curva solução para x e y.
Uma das formas mais complexas:
Para resolver esse tipo de equações diferenciais, consideramos o seguinte sistema:
seja a solução desse sistema as coordenadas (x0,y0). Definimos as novas variáveis:
Substituindo na equação original, podemos encontrar um caminho para a resolução.
Resolver:
como foi explicado antes, devemos resolver o seguinte sistema de equações:
encontramos que a solução é:
então, as novas variáveis são definidas como:
substituindo na equação original:
fazemos o seguinte:
podemos notar que essa forma corresponde ao quarto caso, sendo assim devemos fazer o seguinte:
substituindo na equação diferencial com as novas variáveis:
fazemos a separação de variáveis e integramos:
a integral da esquerda, pode ser separada:
sendo C a constante de integração. Para expressar a solução de uma forma mais compacta, podemos fazer:
onde a seria uma constante qualquer. Assim, a solução seria:
agora, substituimos o valor da variável u:
finalmente, voltamos para as variáveis originais:
como no caso anterior, não é possível obter uma expressão para y, mas a igualdade anterior mostra que para cada valor da constante a, temos uma curva solução para os valores de x e y.