Prezados, tudo bem?
Vocês podem ajudar-me a elucidar a diferença entre o Deus de Husserl e o Deus de Kierkgaard?
Quando do Camus utiliza a palavra nostagial, ele a usa em que sentido?
Grato!
Oi Felipe, como sua pergunta envolve um conhecimento relativamente específico sobre esse filósofo e as obras dele (apesar de ter lido um pouco ele, não saberia responder essa sua dúvida), indico colocar sua pergunta na seção Tarefas, aí vários professores de Filosofia verão sua dúvida e um professor que saiba sobre isso no pensamento do Camus vai te responder por escrito (muitos não veem o tira-dúvidas, logo podem ter alguns professores da plataforma que saibam, mas não vejam sua pergunta (talvez um veja, mas como já se passaram 5 horas que perguntasse, pode ser que demore vários dias para um deles olhar sua pergunta). Sou professor de História e começarei uma turma de resolução ao vivo de questões de História do ENEM no final deste mês, você poderá acessá-lo através desse link onde tem todas as informações, abraços: https://profes.com.br/turmas/historia/historia-para-o-enem-2
Deus é “um 'absoluto' num sentido totalmente diferente do absoluto da consciência, assim como, por outro lado, um transcendente num sentido totalmente diferente do transcendente no sentido do mundo” (HUSSERL, 2006, p. 134).
Para Kierkegaard, Deus é sinónimo de amor, já que a prática do bem é, por si só, a expressão do divino, numa síntese entre a finitude e o infinito; já o pecado não é mais do que, perante o desespero em relação ao absurdo, escolher um caminho que vai contra a vontade divina.
A nostalgia humana é esse fruto amargo da irracionalidade do mundo. Não o compreendemos, e nessa má compreensão, construímos a nossa impotência. A desproporção entre o homem e o mundo nos empurra à beira de um abismo. Nostálgicos, vamos tentando dar passos para trás, contra a corrente, na esperança de ter a força para vencer. Mas a realidade é que não a temos. A realidade é que a vida é esse momento fugaz onde experimentamos a existência efêmera do mundo. “A realidade é a risada insensata de um homem sadio provocando um deus que não existe“.
O homem nostálgico e esperançoso busca uma cura para si e para o mundo. Mas desconhece que o principal não é se curar, mas conviver com os próprios males. Todo o esforço de um homem em escapar de sua condição torna-o mais e mais escravo dela. É como a areia movediça, que quanto mais reluta a presa mais depressa afunda. A revolta sem consciência do absurdo é apenas uma rebeldia sem causa. É a profissão de besteiras ao vento.
A razão, desde tenra idade, aprendeu a afastar-se da contradição. O conhecimento nem se considera como tal a não ser quando encontra princípios imutáveis. O pensamento se confunde todo quando encontra os paradoxos. E assim inventamos o princípio, totalmente mágico, da unidade: a mãe de todos os ideais. Camus desconfia de toda lógica muito bem fundamentada, ele sabia bem como funcionava o Nazismo.
Temos um apetite pelo absoluto, queremos saltar. Temos um apetite pela unidade, somos nostálgicos. Mas temos a certeza de que isso não basta, isso não dá conta. Sabemos que esse mundo não pode ser reduzido a um princípio racional e razoável. Sabemos que somos totalmente superados por ele. É por isso que encontramos o absurdo e não o queremos esquecer. Viver à beira do abismo: há de se inventar uma bela maneira de se fazer isso.
https://razaoinadequada.com/2018/02/07/camus-a-nostalgia/
Sugiro colocar esta dúvida na forma de" tarefa Profes".