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Augusto perguntou há 4 dias em Filosofia

Por que em Kant e Schopenhauer a coisa-em-si não pode possui

Por que em Kant e Schopenhauer a coisa-em-si não pode possuir as formas dos fenômenos (tempo, espaço e causalidade)? Já tenho compreensão que estas são exclusivamente princípios dos fenômenos, geradas pela mente, incompatíveis com a coisa-em-si, o que quero saber é o porquê de a coisa-em-si não poder ter qualquer vestígio destes, uma razão para isso ou um exemplo. Desde já agradeço.
Filosofia
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A questão da coisa-em-si em Kant e Schopenhauer é complexa, mas fundamental para entender suas filosofias. Vamos examinar brevemente como cada um trata o assunto:

  1. Kant: Para Immanuel Kant, as categorias do entendimento humano — como espaço, tempo e causalidade — são formas a priori, estruturas que nossa mente utiliza para organizar a experiência sensorial. Esses elementos não são atributos das coisas em si mesmas, mas sim das coisas como as percebemos (os fenômenos). A coisa-em-si (Ding an sich) é, por definição, aquilo que existe independentemente de nossa percepção e, portanto, além de nossa capacidade de conhecimento direto.

Kant argumenta que não podemos atribuir as formas dos fenômenos à coisa-em-si justamente porque elas são as condições sob as quais nós experienciamos o mundo, e não características do mundo em si mesmo. Se a coisa-em-si tivesse essas formas, significaria que nosso conhecimento fenomenal acessa diretamente a coisa-em-si, o que contradiz a própria distinção kantiana entre fenômeno e númeno.

  1. Schopenhauer: Arthur Schopenhauer, que foi fortemente influenciado por Kant, também adota a distinção entre fenômeno e coisa-em-si. Para ele, a coisa-em-si é a vontade, uma força irracional básica que subjaz toda a realidade. Schopenhauer concorda com Kant que o tempo, o espaço e a causalidade são formas da nossa percepção, não aspectos da realidade última. Enquanto seres humanos, somos incapazes de perceber a coisa-em-si diretamente porque nossas mentes estão estruturadas de tal forma que apenas captam o mundo fenomenal, regido por essas categorias.

A razão central pela qual a coisa-em-si não pode ter vestígios das formas dos fenômenos (tempo, espaço e causalidade), em ambos os filósofos, é que essas formas são inerentes à nossa maneira de perceber e compreender o mundo, não características das próprias coisas que existem independentemente de nós. A coisa-em-si, por essência, está além dessas formas e, portanto, inacessível ao conhecimento empírico-humano. Em suma, a coisa-em-si não pode possuir as formas dos fenômenos porque seria uma contradição lógica no sistema filosófico de Kant: estamos tratando de domínios diferentes da realidade — o que conhecemos e como conhecemos (fenômenos) versus o que é (coisa-em-si).

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