resenha do capitulo II- livro o que é ciencia afinal
Por: Uelder S.
05 de Abril de 2017

resenha do capitulo II- livro o que é ciencia afinal

Química EM Geral Bases Fundamentos

Resenha do capítulo II -O PROBLEMA DA INDUÇÃO; da obra: O que é Ciência afinal? Alan F. Chalmers

Por: Uelder Jeferson Luís dos santos 1

  1. Graduando em química, pela universidade federal da Bahia e membro da empresa júnior em química- AtomusJR

Contatos - E-mail: uelderkld2015@gmail.com – telefone 71 9- 96473932

 

Certamente muitos de nós já ouvimos de nossos familiares, geralmente aqueles que residem na zona rural: “chuvas regulares em época de plantio lhe garantem boa colheita ’’ mesmo sem instrução, ele certamente alcançara tal conclusão após muitas repetições na lavoura. Diz-se que no caso exemplificado a conclusão obtida o foi por indução. De acordo com o professor Altamir Souto Dias em seu trabalho sobre - o indutivíssimo no ensino das ciências e a inconsistência do argumento indutivista. O raciocínio indutivo:

Consiste em se admitir uma proposição geral a partir de observações singulares, busca-se uma lei para um número indefinido de ocorrências a partir de um número definido de observações. [1]

 

Tais discussões são apresentas no Capítulo II, onde, enfaticamente, Chalmers destaca a lógica indutivista, como um argumento rigoroso, assim como, considera uma ingenuidade estabelecer que uma determinada observação e consequentemente um experimento sejam uma base para estabelecer o conhecimento cientifico. Para Chalmers, esses processos não constituem fundamentos para o conhecimento cientifico, tornando-as indiscutíveis e considerando refutáveis que as teorias são propostas através do acumulo de dados observados e uma proposta indução.

De acordo com Chalmers em sua obra, capitulo II:

“Observou-se que o corvo x erapreto no período p”, e nós tomámos todas como sendo verdadeiras. Mas nãohá garantia lógica de que o próximo corvo que observarei não seja cor-de-rosa. Se for este caso, então a conclusão “Todos os corvos são pretos” seráfalsa. Isto é, a inferência indutiva inicial, que era legítima na medida em quesatisfazia os critérios especificados pelo princípio de indução, teria levado auma conclusão falsa, a despeito do fato de que todas as premissas dainferência eram verdadeiras. Não há nenhuma contradição lógica em afirmarque todos os corvos observados se revelaram pretos e também que nem todosos corvos são pretos. [2]

Desse modo, a invalidação ao problema da indução tem canais relacionados aos meios de extrair as afirmações singulares, considerando que serão os vetores resultantes para as observações, as afirmações muitas vezes universais, que constituem o conhecimento cientifico. Para Chalmers, não se pode fazer afirmações universais, utilizando dados particulares e aponta a generalização como uma extrapolação.

 

Quando Chalmers afirma:

(...)os argumentos indutivos não são argumentos logicamente válidos(...) [2]

Ele fornece o entendimento que o raciocínio indutivista não pode recorrer á logica, haja vista que, um argumento considerado logico valido se caracteriza pelo fato de que, se a premissa do argumento é verdadeira, então, a conclusão deve ser verdadeira. No entanto, um argumento indutivo não possui tal característica, pois deixa em aberto a possibilidade de um argumento indutivo ser falso mesmo que suas premissas sejam verdadeiras, mesmo que não haja uma contradição envolvida.

 

 

Outra deficiência destacada por Chalmers é a tentativa do programa de justificar oprincípio da indução, definindo a exigência de um grande número de observações que deveser feita sob uma ampla variedade de circunstâncias, o que seria para o autor- o recuo a probabilidade. A objeção a estas suposições confere àcompreensão de que “proposições de observação são feitas na linguagem de alguma teoria eserão tão precisas quanto à estrutura teórica ou conceitual que utilizam”, mesmo que osindutivistas mais sofisticados não prescindam dessa afirmação.

Pois de acordo com ele:

Mesmo que o princípio de indução em sua versão probabilística pudesse ser justificado, existem ainda problemas subsequentes que devem ser enfrentados pelo nosso indutivista mais cauteloso. Esses problemas estão associados às dificuldades encontradas quando se tenta ser preciso a respeito justamente de quão provável é uma lei ou teoria à luz de evidência especificada. [2]

 

Sendo assim, conforme a crítica ao princípio da indução, vimos que não importa o número de observações particulares, pois estes não serão capazes de serem bases logicas verdadeiras para uma conclusão geral e torna-se um conhecimento cientifico valido de acordo com as premissas que a fundamentalizam, gerando uma conclusão geral. No entanto, esse problema possa ser solucionado de uma forma alternativa, utilizando uma particularidade logica envolvida.

(...)uma resposta ao problema da indução envolve a negação de que aciência se baseie em indução. O problema da indução será evitado sepudermos estabelecer que a ciência não envolve indução(...) [2]

Essa particularidade logica é conhecida como falsificacionismo e são consideradas a base filosóficas da ciência de Karl Popper e seus discípulos, dentre ele o próprio Chalmers. Uma filosofia que se contrapõem ao princípio do indutivíssimo.

 

Popper (2001) observa que o princípio da indução deve constituir um enunciado universal, mas, buscando justificá-lo, há de se recorrer à inferência indutiva abarcada por um princípio indutivo de ordem mais elevada, e, assim, “(...) a tentativa de alicerçar o princípio de indução na experiência malogra, pois conduz a uma regressão infinita” (Popper, 2001; p. 29). [1]

 

Portanto, ao meu ver, é valido as afirmações feitas por Chalmers. Mesmo que sejam validas para situações comuns ao dia a dia, o indutivíssimo é um procedimento logicamente falho. Pois, não alcança os mais elevados ideais da ciência- pois não é capaz de inserir uma proposição geral e infalível, e sim, um somatório de observações de casos semelhantes mais que podem ser inválidos por qualquer interferência ao meio de observação.

 

Referencias consultadas.

 

  •  [1].  VIIENPEC- DIAS, ALTAMIR SOUTO e outros. O INDUTIVISMO NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E A INCONSISTÊNCIA DO ARGUMENTO INDUTIVISTA. Disponível em : < http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/1237.pdf> acesso em 14 de março de 2017.
  • [2].  ALAN F. CHALMERS.O QUE É CIÊNCIA AFINAL?Tradução: Raul FilkerEditora Brasiliense1993. Capitulo II.

 

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