Não existe o "erro" na linguística!

A linguística é uma disciplina fascinante porque a mesma tem caráter transdisciplinar, ou seja, ela não somente se delimitou somente na jornada interdisciplinar. Ela se aventurou a se justificar na psicologia, na biologia, na política, na antropologia, etc.

Este post é em homenagem ao Linguista Marcos Bagno que me forneceu muitos insights para a minha atuação como professor com o seu livro "Preconceito Linguístico" e, se você é pedagogo, psicologo ou simplesmente um english teacher que desconhece a *sociolinguistica* indico a você ter por perto o conhecimento desta visão de mundo.

Ainda estamos muito habituados a ensinar língua com *gramática*, quer seja na escola ou em qualquer outra lugar e a gramática é, por vezes, engessada. Por que? Ela é normativa.
Eventualmente ela não respeita as diversas variacões linguísticas por justamente ter uma percepção de língua pautada em regras.

Um exemplo clássico é o seguinte:

Imagine um aluno que pergunta ao professor: posso sair ao banheiro?

O professor responde: Não, você não pode.
Essa seria a resposta de alguém do estado de São Paulo mas, poderiamos dizer que alguém já do norte responderia da seguinte maneira:

Pode não!

Veja como a posição foi inversa.

Há uma séria de valores sociais atribuidos às formas como determinados grupos demográficos falam, que é o que nesta área da linguística cham de extratos. Mas para não entrarmos em termos técnicos aqui, o conceito de "certo e errado" não cabe dentro da linguística, contudo... falamos sim de contexto.

A noção de erro é elevada a usos diferentes em contextos específicos do emprego da língua, ou tentativa de acerto que destaca essa abordagem como pedagogicamente mais proveitosa.

Contudo, há muitas pessoas que falam "errado" o português, como norma padrão, ou seja, aquele português que tentam nos impor na escola ideologicamente falando mas isso é um assunto eterno de debate... mas o fato de que falem com colocações inaqueadas, quer seja de forma escrita ou oral, isso não nos justifica que sejam que vivem de forma errada.

E você o que acha disto?