As externalidades das crenças
Por: Ricardo C.
29 de Agosto de 2014

As externalidades das crenças

Economia Problemas Ajuda

Texto retirado de https://www.facebook.com/sobreeconomiapoliticaesociedade

É difícil imaginar que exista alguém que não tenha uma crença. E não estamos falando de uma crença como religião, mas sim no emprego generalizado do termo: qualquer tipo de convicção que não precisa de nenhum tipo de evidência favorável, comprovação ou justificativa plausível, para uma pessoa acreditar nela. Se parar pra pensar, todo mundo tem alguma coisa que é bem surreal e que se acredita sem muito questionamento.

Mas estas crenças fazem sentido? Bem, utlizando um raciocínio econômico, pode-se dizer que são e que não são. Primeiro, pode-se imaginar que as crenças ajudam um bocado a economizar tempo e esforço. Segundo, pode-se afirmar que as crenças geram imprecisões e comportamentos que podem se tornar sérios problemas futuros.

Se aceitarmos por um instante a hipótese da seleção natural, é bastante plausível justificar as crenças como algo necessário à nossa sobrevivência: se não aprendermos rápido a relação de causalidade que atrai predadores, nossas chances de sobrevivência em um meio selvagem caem significativamente. Também, caso aceitemos a teoria utilitarista, é bastante plausível pensar que as crenças nos servem como um conforto ou justificativa quando algo dá errado, ou um bônus quando as coisas vão bem. Isso nos ajuda a pensar que algo muito ruim, ou muito bom, tem uma razão superior para acontecer, que somos especiais, quando na (cruel) verdade é só uma consequência do acaso.

Por outro lado, aceitando cegamente um conjunto de proposições e hipóteses, que não são necessariamente verdadeiras, podemos acabar tomando atitudes prejudiciais, para nós e para outros. Em economia, isso é paralelo às externalidades negativas: as minhas ações geram alguns custos e benefícios para mim, mas também geram custos para pessoas que nada têm a ver com elas - e que não podem me cobrar por estes custos. Estas crenças, portanto, são problemáticas: ao invés de ajudar a cada um de nós, acaba prejudicando a todos nós.

Como saber se uma crença é boa ou ruim? Bem, é difícil dizer. Se utilizarmos como régua o bem-estar (termo em economia utilizado para designar satisfação ou, mais metafisicamente, felicidade) da sociedade, então todas aquelas crenças que limitem as ações de outras pessoas são ruins. Por outro lado, se pensarmos apenas no que é importante para cada pessoa, isoladamente, então as crenças válidas são todas aquelas que nos ajudem a sermos mais felizes - gastando menos tempo com raciocínios etéreos e mais tempo aproveitando o dia.

Mas, bem, como todo o resto, este texto reflete minha crença. E talvez o tenha escrito para que vocês, leitores, se preocupem também com nosso bem-estar. Principalmente agora, nas eleições.

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Ricardo C.
São Paulo / SP
Ricardo C.
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Mestrado: Matemática Aplicada (Universidade de São Paulo (USP))
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