A REFUTAÇÃO DE SARTRE AO SOLIPSISMO
Por: Marcelo M.
05 de Fevereiro de 2015

A REFUTAÇÃO DE SARTRE AO SOLIPSISMO

Filosofia Natureza Dúvida

Solipsismo( do latim “solu:só + ipse: mesmo) é uma teoria filosófica que prega que o conhecimento está fundado em experiências interiores e pessoais, não estabelecendo uma relação direta entre esses estados e o conhecimento objetivo. O ceticismo solipsista é tão extremo,que os defensores dessa teoria acreditam que só há o “eu presente”, sendo o passado uma criação mental. Influenciado pelo proposição cartesiana, “cogito,ergo sum”, a única certeza do solipsismo é o pensar do próprio eu, colocando em dúvida tudo o mais.De acordo com o Solipsismo,o sujeito pode ser a única coisa real e que o objeto pode ser mera ilusão. Nada existe além do Eu.

O filósofo francês Jean Paul Sartre, em “O Ser e o nada” refuta o solipsismo, dizendo que “a consciência é consciência de alguma coisa: significa que a trans­cendência é estrutura constitutiva da consciência, quer dizer, a consciência nasce tendo por objeto um ser que ela não é .”(SARTRE, p. 34).

Para Sartre, a Consciência é consciência de alguma coisa, e necessita de um objeto para se formar. A imagem que está na Consciência não pode ser considrerada como uma coisa, mas sim como um ato. Dessa forma, não há como haver uma adequação absoluta da consciência consigo mesma, já que ela apresenta a presentificação de uma percepção passada. O Eu psiqúico não existe a priori, mas é constituido pela vivência concreta do homem.

A consciência está sempre ligada a algo exterior e mesmo a consciência reflexiva não é uma coisa em si á priori,mas a reflexão de uma coisa externa. No entanto, essa reflexão externa de um objeto dará a consciência a capacidade de ser uma coisa em si mesma. Essa capacidade é a responsável pela formação do Ego, um objeto que transcende a própria vivência, devido ao seu efeito de interioridade fechada sobre si mesma.

   O Ego muitas vezes parece agir por si próprio, sem necessitar de nossa permissão para isso. É como se fosse um outro Eu, uma personalidade desconhecida pela própria pessoa, na qual está constituído. Dessa forma, cometemos atos que nos levam a questões como: “Por que fui dizer isso?”, “Como fui capaz de fazer aquilo?”, “Como posso amar tal pessoa?”.

No entanto, apesar dessa obscuridade do objeto chamado Eu, somos nós quem garantimos sua estrutura, sua realidade definida: eu, Ego, natureza psíquica. É bom ressaltar que o Ego irá sofrer alterações de acordo com as vivências refletidas, que também criam novos egos, que podem se voltar uns contra os outros. Todos esses egos se transformam, mas mantendo parte do que eram antes. Daí, o sentimento de remorso, perda, euforia,etc.

Ao contrário de Descartes, que defende o cogito como o próprio fundamentador de sua existência, em Sartre não há essa adequação absoluta da consciência consigo mesma, visto que ela se intui apenas na exterioridade. A origem da consciência não está em si mesma, mas em um objeto que ela não é. Sendo assim, o mundo não é uma representação do Eu, mas sim o formador deste.

 

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Marcelo M.
Ribeirão das Neves / MG
Marcelo M.
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Graduação: licenciatura em filosofia (Centro Universitário Claretiano)
Curso Completo de Português : da Fonologia à tecinicas de Redação;História da Filosofia.
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