O MITO DE SÍSIFO
Por: Marcelo M.
30 de Janeiro de 2015

O MITO DE SÍSIFO

Filosofia

 

 

Imagine alguém que tem como função empurrar uma pedra pesada até o topo de uma montanha,de onde ela rola de volta,fazendo com que esse trabalho seja repetido,eternamente.Esse foi o castigo dado a Sísifo, personagem da mitologia grega, por ter enganado os deuses. Agora, imagine uma pessoa qualquer que acorda todos os dias, escova os dentes, arruma-se, toma um ônibus, trabalha,almoça,volta para casa, dorme e no dia seguinte fará tudo,novamente.

Em o Mito de Sísifo,obra de Albert Camus, o filósofo argeliano compara a vida humana com o trabalho realizado pelo personagem mitológico.Como Sísifo, o ser humano está sempre tentando concluir uma tarefa chamada “realização pessoal”.Sendo assim, está sempre em busca de algo que o complete totalmente mas,constantemente,percebe-se o vazio e, essa busca parece não terminar,gerando no homem um sentimento que Camus chama de Absurdo.

 Sísifo não se sente frustrado com seu trabalho inútil e  até sorri,pois já sabe que a pedra sempre cairá e ele terá que empurrá-la de novo, ao contrário de nós, que nos decepcionamos ao perceber que a realização de um projeto não elimina o nosso vazio. Esperamos uma satisfação total e lutamos por ela,mas nunca a alcançamos,enquanto Sísifo não espera nada de seu trabalho.

O fim do nosso esforço em busca da realização chama-se morte,enquanto Sísifo passa a eternidade praticando uma tarefa inútil e interminável.Se a morte for mesmo o encontro com o nada,viver torna-se tão sem sentido quanto o trabalho de Sísifo. Para combater essa nonsense,o homem se arma da crença na eternidade após a morte e da fé em um criador. Tendo Deus como o projetor de sua vida,o ser humano encontra o significado para a existência. A fé,então, baseia-se numa realidade ou numa necessidade humana de extinguir o que Camus chama de Absurdo?

Em Filosofia, Absurdo é o conflito entre a busca por um sentido para a vida e a incapacidade de encontrar esse sentido. Para Camus, os humanos só descobrem esse sentimento quando se deparam com a irracionalidade da existência e passam a buscar uma satisfação para a nonsense, pois viver sem uma “razão” significa viver sem valor. A crença em  Deus supera esse absurdo,ou assim como o amor o consolida ainda mais? Então, qual seria a solução para o Absurdo;o suicídio?

Camus, diz que não; o Absurdo exige aceitação e há três consequências para a aceitação: a revolta, no que tange à constatação de que a vida é absurda, sem sentido; a liberdade, haja vista a nossa condição humana (estamos sós e escolhemos) e; a paixão, já que não se vive a vida de outro modo. Aceitar o Absurdo é aceitar a insensatez que o mundo nos oferece,sem esperar o amanhã,pois o amanhã nos aproxima cada vez mais da morte e não buscar um sentido para a vida.

Camus é um filósofo complexo e,em alguns momentos em”O Mito de Sísifo”,parece estar se contradizendo.Uma pesquisa prévia sobre o autor e sua obra é necessária para um melhor entendimento de suas palavras.

 

 

 

 

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Marcelo M.
Ribeirão das Neves / MG
Marcelo M.
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Graduação: licenciatura em filosofia (Centro Universitário Claretiano)
Curso Completo de Português : da Fonologia à tecinicas de Redação;História da Filosofia.
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