O papel do dirigente escolar frente aos desafios
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Por: Aercio C.
07 de Maio de 2018

O papel do dirigente escolar frente aos desafios

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O papel do dirigente escolar frente aos novos desafios da Gestão Democrática. 

 

Observa-se que nos últimos anos as escolas têm notado a positividade de relacionar o trabalho de seus dirigentes à um profissional qualificado que corresponda às exigências educacionais frente ao contexto social contemporâneo, sob o entendimento de que o perfil do gestor é crucial para o empreendimento de práticas democráticas no interior da instituição de ensino, no sentido de mobilizar todos os segmentos que formam a escola em busca de melhores rendimentos.

Ao se tratar da gestão escolar democrática torna-se inteligível trazer para discussão o papel do gestor escolar, frente a essa modalidade de gerir uma instituição de ensino,  levando em conta que a sua figura é de articulador de todo os procedimentos que desencadeiam  dentro das unidades escolares. Por isso, faz-se necessário tal análise, pois possibilita compreender a dialética, o movimento dinâmico, as práticas e a organização desse ambiente educativo, de forma a relacioná-los com a atuação do gestor escolar, uma vez que na concepção de Paro (2000, p. 23), “[...] é a autoridade máxima dentro da escola”, situação que faz dele uma peça elementar na condução do trabalho educativo e na realização de atividades mais democráticas. É considerado um articulador de todo o processo de forma que suas atitudes são voltadas para os objetivos do grupo, rompendo com o autoritarismo.

No cenário educacional vigente, a proposta da gestão democrática é uma constante manifestação, no que se refere à gestão, por se tratar de um modelo gestionário que estimula a participação social nas tomadas de decisões; na utilização e fiscalização dos repasses financeiros e naquilo que se precisa investir, bem como na efetivação das determinações coletivas; e nas atividades de avaliação da escola. Estes fenômenos são significativos no arranjo das atribuições do gestor escolar, o que faz toda diferença. O diretor exerce uma função relevante na gestão democrática, pois ele pode tornar difícil  ou facilitar a instauração de procedimentos participativos. Para Luck (2001), em algumas escolas em que a gestão é participativa, os diretores reservam um tempo expressivo em qualificação de profissionais, no intuito de desenvolver um sistema de orientação escolar e em experiências pedagógicas fundamentadas na reflexão-ação, o que é sumamente imprescindível.

Nos dias atuais, considerando o contexto de inúmeras transformações em que a escola está inserida, é preciso que os dirigentes escolares sejam capazes de desenvolver seu papel e viabilizar a resolução de problema em equipe, sempre envolvendo todos os membros da instituição escolar, nas ações implementadas e nas tomadas de decisão. Outro fator essencial é a capacidade de ouvir e saber canalizar toda e qualquer discussão para o alcance de resultados positivos.

Desta forma, o diretor deve conceder autoridade e compartilhar poder, já que é a ele que os integrantes da comunidade escolar levam suas intenções, suas ideias e seus dilemas, por isso a precisão de ser um gestor que prime pelo diálogo na condução de seu exercício neste cargo, que seja autêntico, equilibrado, que possua discernimento e capacidade para motivar sua equipe.

Nessa direção, a autora (LÜCK, 2000, p.2, grifo nosso), diz que os

dirigentes de escolas eficaz são líderes, estimulam os professores e funcionários da escola, pais, alunos e comunidade a utilizarem o seu potencial na promoção de um  ambiente escolar educacional positivo e no desenvolvimento de seu próprio potencial, orientado para a aprendizagem e construção do conhecimento, a serem criativos e proativos na resolução de problemas e enfrentamento de dificuldades.

Diante do exposto, podemos compreender o quanto é notável o perfil do gestor escolar, frente ao desafio de conduzir as atividades, os eventos que acontecem na escola de maneira a concorrer para o sucesso da instituição educativa. Ainda, para Luck (2001), os diretores participativos firmam-se na concepção da autoridade compartilhada, cujo poderio é conferido aos representantes da comunidade escolar e as responsabilidades são abraçadas por todos.

Ao discutirmos gestão democrática estamos vislumbrando uma educação com um considerável aproveitamento social, ou seja, uma escola edificada a partir de uma ação coletiva, onde todos planejam alinhadamente, para que o desejo comum se concretize, cujo intento maior é compor cidadãos responsáveis e honestos, coincidindo com resultados mais satisfatórios.

Portanto, o dirigente, o diretor de escola, precisa estar antenado às transformações sociais e buscar conhecimento para justificar os impasses que acontecem na escola e se posicionar como o orientador dessa engrenagem, amenizando e/ou propondo soluções cimentadas na coletividade. O gestor deve entender esta organização educativa como um espaço heterogêneo, plural e, a partir daí empreender ações que considerem esse conjunto múltiplo de pretensões, no sentido de democratizar este espaço, envolvendo a comunidade nas atividades e nos debates acerca do futuro da escola, de modo a canalizar todas as contradições para o sucesso da instituição.

 

Prof Aercio Flávio Costa

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