Síntese de Capítulo:
em 15 de Janeiro de 2025
Por que, de acordo com a teoria do Inatismo, apenas os seres humanos, entre todas as espécies conhecidas na natureza, são capazes de adquirir competência linguística?
A teoria do inatismo sugere que somos os únicos seres na natureza que possuem uma predisposição biológica inata para adquirir competência linguística. Isso nos permite aprender qualquer língua natural à qual somos expostos. Segundo Noam Chomsky (1957), nascemos com uma capacidade biológica específica que nos permite aprender uma língua natural.
Segundo a teoria inatista, existe uma “gramática universal” inerente à estrutura cerebral dos seres humanos. Esta gramática contém regras e princípios que são comuns a todas as línguas naturais. A capacidade de aprender qualquer língua natural, independentemente da língua falada pelos pais, é atribuída a essa predisposição inata, desde que haja exposição à língua durante o desenvolvimento do indivíduo.
O mistério de por que somente os humanos possuem essa habilidade linguística inata é intrincado e ainda não foi completamente desvendado. Contudo, os inatistas defendem que a aptidão para aprender uma língua é uma particularidade única da biologia humana. Isso pode estar associado à complexidade do nosso cérebro e à nossa capacidade singular de processar informações linguísticas de forma abstrata e inventiva.
Segundo o INATISMO, por que, outros animais, ainda que sejam exaustivamente treinados, nunca conseguem alcançar uma competência linguística próxima à humana?
A visão inatista sustenta que a habilidade linguística humana é singular, resultante de uma combinação de fatores biológicos, cognitivos e culturais que não são observados em outros animais. Mesmo com treinamento intensivo, a linguagem humana permanece sendo uma competência profundamente arraigada em nossa biologia e evolução.
Complexidade cerebral: Possuímos um cérebro de grande volume e áreas especializadas para o processamento da linguagem. Estruturas cerebrais únicas possibilitam o processamento de informações linguísticas de maneira extremamente sofisticada, algo que não é encontrado em outros animais.
Gramática universal: Segundo o inatismo, os seres humanos nascem com uma predisposição inata para aprender a linguagem, que inclui uma “gramática universal” incorporada em seus cérebros. Essa gramática universal contém princípios e regras comuns a todas as línguas naturais. Os outros animais não possuem essa gramática universal incorporada, o que dificulta a aquisição de sistemas linguísticos complexos.
Segundo o INATISMO, como é possível que as crianças adquiram a língua do seu ambiente tão rapidamente e de maneira tão espontânea e sem esforço aparente?
A teoria do inatismo defende que as crianças adquirem a língua do ambiente de forma rápida e aparentemente espontânea, graças à existência de uma predisposição inata para a linguagem, à exposição constante à linguagem, aos mecanismos de processamento cerebral e ao instinto social. Esses elementos, atuando em conjunto, possibilitam que as crianças desenvolvam habilidades linguísticas de maneira eficiente e aparentemente sem esforço.
Essa predisposição inata é entendida como a existência de uma “gramática universal” incorporada na estrutura cognitiva das crianças, que engloba princípios e regras comuns a todas as línguas naturais.
Predisposição inata: Habilidade biológica específica para a aquisição da linguagem.
Exposição constante: As crianças estão constantemente envolvidas em um ambiente linguístico.
Mecanismos de processamento: O cérebro humano possui mecanismos de processamento de linguagem, incluindo a habilidade de identificar padrões gramaticais e sintáticos.
Período crítico: O inatismo propõe a existência de um período crítico durante o desenvolvimento infantil, no qual a aquisição da língua ocorre de forma mais eficiente. Durante esse período, as crianças são especialmente receptivas à aprendizagem linguística e podem adquirir a língua de maneira mais rápida e eficaz.
Segundo o INATISMO, elas conseguem construir o seu conhecimento linguístico se os dados a que são expostas não contêm todas as informações necessárias para esse feito?
Sim, conforme a visão do inatismo na linguística, as crianças conseguem construir seu conhecimento linguístico mesmo quando os dados aos quais são expostas não fornecem todas as informações necessárias para tal. Isso é conhecido como o “problema da pobreza do estímulo”, que é uma das questões centrais abordadas pelo inatismo.
De acordo com o inatismo, as crianças não precisam de uma exposição completa ou perfeita à língua para adquirir competência linguística. Elas possuem uma predisposição inata para processar informações linguísticas de maneira eficiente e construir um conhecimento linguístico adequado com base nas pistas linguísticas disponíveis. Essa habilidade é vista como uma demonstração da robustez e adaptabilidade do mecanismo inato de aquisição da linguagem.
O argumento central é que as crianças não têm exposição direta a todas as informações necessárias para adquirir uma língua completa. No entanto, elas conseguem aprender a língua de maneira eficiente, mesmo quando se deparam com lacunas ou ambiguidades na entrada linguística que recebem. Isso sugere que as crianças possuem uma habilidade inata para preencher essas lacunas e inferir as regras gramaticais e as estruturas linguísticas ausentes.
Os inatistas defendem que essa habilidade de preencher as lacunas nos dados linguísticos se deve à presença da “gramática universal” incorporada na mente das crianças.
Inatismo Platônico
Platão diz que recordarmos a verdade que existe em nós. É despertar a razão para que ela se exerça por si mesma.
Como saber se temos uma vida verdadeira se não nascêssemos com a razão e a verdade?
O inatismo platônico, defendido por Platão, um dos primeiros filósofos a abordar a ideia de conhecimento inato, afirma que “a alma precede o corpo”. Isso significa que todo ser humano já possui o conhecimento armazenado em sua alma desde suas encarnações passadas. Sempre que o indivíduo encarna, já teria sua base de conhecimentos pronta. Platão acreditava que esses “conhecimentos adormecidos” deveriam ser trabalhados e organizados ao longo da vida para se transformarem em "conhecimentos verdadeiros".
Chomsky, Noam. Syntactic Structures. Mouton, 1957.
Chomsky, Noam. Aspects of the Theory of Syntax. MIT Press, 1965.
Pinker, Steven. The Language Instinct. William Morrow and Company, 1994.