Mais coisas sobre arte
Por: Anderson N.
24 de Agosto de 2023

Mais coisas sobre arte

História da Arte Geral Ensino Médio Ensino Fundamental Teoria da Arte ENEM Contemporânea Vestibular Pré-Vestibular Moderna a Domicílio Ensino Superior Concurso História da Arte
Em épocas antigas da humanidade, na era primitiva a arte era vista como algo mágico, e o xamã era quem tinha os conhecimentos sobre a arte. Ele era quem passava as outras pessoas a herança cultural do grupo ou tribo.
A arte é parte fundamental da nossa espiritualidade, e os primitivos pintavam aquilo que viam na natureza, e o seu cotidiano. Com isso a arte faz parte da sociabilidade das pessoas e depende da interação com meio ambiente. Eles pintavam porque dava um sentido de pertencimento ao mundo, e imitavam a beleza da natureza. Uma criança quando aprende a desenhar começa rabiscando, mas na fase dos 3 a 4 anos ela começa a desenhar os símbolos que ela vê no seu cotidiano. E isso melhora a coordenação motora da criança e ela passa a ter linhas mais curvas, e a desenhar com uma exatidão melhor. E assim os desenhos vão cada vez mais alcançando uma imitação da natureza. Entretanto com o advento do modernismo que explicarei mais à frente, nas primeiras décadas do século XX, a arte alcançou um patamar de mais liberdade artística. E um dos grandes pintores do século XX é Picasso, que fazia parte do cubismo (formas geométricas), e ele desenhava de uma maneira mais individual e com um estilo próprio. As vanguardas (estilos diferentes de arte) do século XX começaram a pintar coisas em formas geométricas ou ver o mundo em formas mais abstratas. E tudo na natureza pode ter uma forma abstrata ou geométrica e isso pode produzir desenhos de acordo com a técnica que você utilizar. Portanto a arte ela pode ser vista como uma parte do mundo e uma imaginação do artista, nem sempre o que desenhamos da natureza é a sua forma original, mas mudamos algumas coisas de acordo com a imaginação ou a técnica que você saiba. A arte é uma complexidade porque ela faz parte de uma sociedade e muitas artes vem de épocas diferentes, e cada sociedade vivia de uma maneira. A arte de nossos dias como o graffit que também falarei, ela faz parte da sociedade. E os artistas eles produzem aquilo que está de acordo com a política no momento ou problemas gerais da sociedade em formas de críticas ou mensagens. Assim a arte nos desperta para o que estamos fazendo de errado com a sociedade ou meio ambiente. A arte tem várias utilidades, e o artesanato também tem a sua particularidade. Ele serve para um uso mais utilitário ou decorativo. Com isso a arte engloba tanta a pintura, gravura, escultura, arquitetura, música, jogos de computador etc.
A arte pode ser vista como uma mercadoria, os gibis ou revistas em quadrinhos são produtos da indústria cultural, só que a indústria cultural foi muito criticada pela escola de Frankfurt (Alemanha), pois eles achavam que isso iria causar uma degeneração na sociedade. Pois a arte não é só um meio de consumo, mas de apreciação e de oportunidades de obter meios culturais. Entretanto, o consumo de gibis faz eu ter o direito sobre algo particular, quando eu acabo comprando o produto. Mas é um direito só sobre o objeto particular, e isso faz eu querer ter mais coisas para mim pois isso gera memórias positivas sobre aquilo que comprei. Então o consumo é tanto positivo quanto negativo. A arte pode ser vista como uma parte da política também, por exemplo, no direito da arte, nós podemos notar que a pessoa ela pode ter um direito subjetivo e objetivo sobre a obra, e essas leis se aplicam a todos os tipos de arte. Porém elas são diferentes para cada arte, ou seja, na performance eu não posso tirar a vida de ninguém e no graffit eu não posso fazer uma arte sem autorização do proprietário do muro.
Os meus direitos subjetivos são limitados de acordo com a constituição. Já o direito objetivo ele é focado na arte, por exemplo, uma pintura. A pintura ela pode ter uma proteção do estado para não ser roubada ou ter danos. A parte dos danos pode ser vista também na restauração da obra de arte, o restaurador não pode causar danos na pintura. E muitas vezes as restaurações anteriores não podem ser alteradas e isso é um pouco complicado para o restaurador.
A arte pode ser vista como uma parte da sociedade, o artista ele está inserido na sociedade e ele pode sofrer críticas de outras pessoas. E isso podia ser visto na era primitiva, de acordo com o desenho que a pessoa fazia, ele podia ser rejeitado. Com isso a arte é vista como algo mágico e o artista precisa ter habilidade para fazer os desenhos ou outros tipos de arte.
A arte pode ser vista como algo do gosto, por exemplo, de acordo com Hume, nós temos gostos diferentes. E cada época da história da arte as pessoas tinham gostos diferentes, e isso englobava vários outros estilos de arte. Portanto cada artista da sociedade fazia as suas artes de acordo com cânone (leis) ou estilos da época. E cada sociedade tinha um estilo diferente de pintura ou arquitetura, por exemplo, na idade média as pessoas tinham uma vida mais centrada nos feudos então existem várias pinturas que retratam feudos. Na sociedade egípcia eles pintavam as figuras de homens e mulheres no estilo chamado “frontalidade”, mas isso não quer dizer que eles pintavam assim porque não sabiam, mas porque era um estilo e cânone da época. Eles queriam representar o corpo na melhor posição, e isso está ligado a espiritualidade ou o que eles acreditavam ser o ideal de beleza.
A presença do artista na obra de arte, também pode ser notada em algumas pinturas. A presença do artista na pintura quer dizer que ele participou da pintura ao vivo, ou seja, ele colocou a presença dele na obra para falar que ele pintou aquilo que ele viu. Antigamente o artista não tinha muitos direitos e a individualidade não estava tão assentada, e com isso ele não podia se expressar tão livremente. Só com advento do modernismo no século XX que o artista fica mais livre para pintar. Mas o individualismo começou no século XIV, no período da renascença, então antes na idade média com os burgos ou castelos, as pessoas começaram a construir cidades e habitar nelas. Os burgueses eram as pessoas que moravam nos burgos (castelos), e com expansão do comércio e ascensão da burguesia, as cidades foram ficando cheias e a riqueza das sociedades foram aumentando, e consequentemente, a expansão dos impérios para as colônias.
A arte é mais complexa do que isso, mas tentei mostrar para vocês alguns requisitos mínimos para entende-la, e existe os estudos dos filósofos sobre o assunto também, mas tentei abordar o assunto com mais fluidez sem ser algo muito rígido. Então é isso, agora iremos partir para como analisar uma obra de arte.
Como analisar obras de arte?
Na análise de pintura, gravura, escultura e arquitetura dependemos de alguns ensinamentos que serão necessários para obtermos um olhar mais aguçado. Não devemos analisar a obra só pela beleza ou só passar o olhar e esquece-la. Mas devemos aproveitar o momento e fazer uma desconstrução da obra a partir do olhar e os elementos que ali estão inseridos.
Portanto pense por um segundo, qual seria a primeira coisa que você analisaria em uma obra? A cor, a forma, a simbologia?
Em uma análise de pintura por exemplo, analisamos pela Gestalt (todo) da pintura, e isso se faz no nosso olhar como um todo, e só através da abstração (separação) das partes que chegamos a um resultado. Então com isso vamos pensar a pintura, gravura a partir do ponto, linha, plano, textura etc.
O ponto é o marco inicial do meu desenho, e até os povos primitivos faziam seus desenhos em uma sucessão de pontos, ou seja, formava uma linha. O ponto seria o que forma a linha, e em muitas pinturas os pintores e gravuristas focam na linha. Em muitas querelas (queixa) do passado entre os desenhistas e os pintores, no período do renascimento e do barroco eles pintavam muitas vezes suas pinturas com o foco no desenho ou no pictórico (massa de tinta) que faziam os desenhos ou a tinta sobressair no todo da pintura. E um artista em específico que usou muito desenho ou os esboços é o Leonardo da Vinci, que sabia muitas coisas e ele criou o sfumato, a técnica que privilegia os volumes do rosto. E muitos artistas pintavam com as cores mais realistas como o Velasquez e o Ticiano, que eram dois grandes pintores dos séculos de outrora.
Então iremos partir para o plano, o plano é o limite onde o artista faz a sua obra de arte, é como se fosse um quadrado, só que existem obras mais modernas que já não focam mais no plano, mas a obra se integra ao espaço expositivo. Mas falarei sobre a arte contemporânea mais à frente. O plano pode ser analisado pelo seguinte: como está distribuído as coisas na pintura ou gravura, estão centradas, ou de lado como uma pintura do Edgar Degas, “ As bailarinas”? O plano depende do ponto de perspectiva, e algumas pinturas nos mostram a ilusão das três dimensões na tela. Muitas pinturas mais modernas começaram a usar a perspectiva e o equilíbrio, e algumas podem ter um peso maior no olhar. Esse peso no olhar pode ser feito usando a cor ou uma perspectiva diferente, e isso é encontrado nas obras do Kandinsky, onde o uso da cor é mais exacerbado, mostrando as variações de cores e suas integrações. Kandinsky nos mostra a importância da cor e as variações do círculo cromático onde algumas cores podem ter harmonia.
Na arte nós devemos analisar pelo seguinte: Existem obras que são mais abstratas ou obras mais concretas ou figurativas e existem também simbólicas e com alegorias. Devemos ver pela forma para saber se ela é simbólica, abstrata ou figurativa. Existem obras que retratam a mitologia grega, para sabermos identificar se é mitológica é olhar pela aura e o que tem nela, é um exemplo é a do Sandro Botticelli. O nascimento de vênus.
Nessa obra já da pra notar que ela é bem estranha pelo seguinte: a concha que a Vênus está em cima. Muitas vezes eles usam uma fantasia ou elementos mitológicos. A Vênus era vista na antiguidade como um ideal de beleza e na era primitiva como um culto de fertilidade, pois existia muita mortalidade infantil naquela época, pois não tínhamos a medicina avançada. Com isso a Vênus para os gregos era um ideal de perfeição da beleza, e na renascença eles faziam os seios menores pois era um ideal de beleza. De acordo com Wolfflin as pinturas da renascença usavam muito a linha para realçar o desenho, mas a partir do barraco a cor passa a ter um sentido maior. Portanto nós notamos que os estilos dos pintores muitas vezes eram baseados em leis ou cânones. Só que a partir do renascimento o artista tem mais liberdade para se expressar. E isso pode ser visto, pela sociedade da época. O comércio era o que prosperava nessa época, porque Florença na Itália era um lugar onde à maioria dos artistas iam pintar. Pois aprendiam com os mestres, e esses mestres lhes ensinavam as técnicas necessárias para obter um resultado, mas os estilos dos artistas variam porque a demanda por arte era maior do que no período da idade média, e muitos mecenas procuravam artistas diferentes. Na idade média a arte não tinha tanta liberdade porque muitas coisas eram proibidas pela igreja, e isso pode ser visto no teatro.
Com uma liberdade maior os artistas podem obter resultados diferentes e a demanda por arte é maior, não devemos pensar só nos grandes renascentistas, mas que existiam muitos pintores.
E muitas vezes a história da arte é baseada nos grandes pintores, mas no impressionismo, por exemplo, existem pintores que tem uma habilidade excepcional, mas muitas vezes não é retratado.
Para analisar pinturas devemos saber também que muitas vezes a cor que o artista usa não é a cor original. Van Gogh alterava as cores que ele usava e isso porque a cor passa a ter simbolismo. Muitas pinturas as cores produzem um ritmo ou movimento de acordo com as cores do mesmo matiz. E isso pode ser visto na obra do Van Gogh “Noite Estrelada”.
Van Gogh tenta nos passar a ideia de movimento ou brilho das estrelas, e podemos analisar as pinturas pelo seguinte também: A cor positiva e cor negativa, muitas vezes a textura é o que vai separar a cor positiva da cor negativa.
A cor negativa seria uma cor mais clara e a cor positiva uma mais escura e isso pode ser visto nos tipos de sombreado.
Outro jeito de analisar pinturas ou gravuras é decorar o estilo do pintor, para isso você deve fazer comparações entre um pintor e outro. Tente olhar pelo uso das cores, a forma, se realça mais a linha ou o pictórico. Se ele usa cor local ou cor simbólica. A cor local pode ser vista na realidade, um exemplo, é as serras ao longe que ficam azuis por causa da distância. O Leonardo da Vinci não retrata muito o ambiente, mas pintores posteriores que vão retratar. Foi feito um estudo sério por Albrecht Durer sobre a natureza. Para analisar pinturas da natureza devemos olhar pela sutileza das pinceladas, se elas mostram uma massa de tinta (pictórico) ou se as folhas estão separadas por exemplo. Mas isso não é um grande fator que pode depreciar a obra, mas um detalhe que podemos olhar se compararmos uma obra com outra.
De acordo com a minha opinião, para ser um critico devemos desconstruir a obra através do olhar, isso pode ser difícil para obras mais contemporâneas. Como cubismo ou futurismo, mas se você tiver uma noção de estética você pode analisa-las.
Para ser um critico de arte, devemos analisar a obra profundamente, mas não colocando a opinião própria, mas fazendo uma dialética interior da estética. Interior no sentido de apreciação. Muitas vezes o artista repete as mesmas cores, num tom amarronzado, mas isso não quer dizer que ele repetiu sem ver, mas pode ser um como um sentido de destaque, dependendo de onde vem à luz.
Continuando de onde paramos, para analisar pinturas, dependemos da analisa das formas, e isso pode parecer fácil, mas existem na modernidade abstrações do movimento, como no futurismo. E a perspectiva de algo completo se esvai, porque eles querem capturar a essência do movimento. Um dos grandes pintores do passado, chamado Paul Cezanne que era um artista impressionista, mas que foi um dos responsáveis pelo cubismo, para ele as formas geométricas era a essência da pintura. O que esses movimentos do século XX têm de diferente das artes da renascença ou barroco?
As vanguardas do século XX surgiram em um século onde a industrialização era um grande fator que alterava a sociedade, então com isso a sociedade era mais ativa no sentido do movimento. O romantismo foi um grande fator que alterou a arte e a parte histórica da sociedade foi vista como algo importante. E isso motivou muitos pintores chamados impressionista que foram a primeira vanguarda moderna. Para os impressionistas como Monet, o impressionismo tinha suas raízes mais românticas, enquanto que para Cezanne o impressionismo já era mais científico porque a sociedade estava se industrializando e a ciência era um grande fator nesse momento com as ideias do positivismo (uma sociedade mais técnica e científica).
Já para Manet, o impressionismo era o momento do estudo da luz e os olhos, porém as pinturas de Manet não foram aceitas no Salão e foram recusadas. Mas os impressionistas não queriam uma arte que abarcasse os problemas sociais e políticos. Não era uma arte mais realista igual a de Courbet, que vê os problemas da sociedade. Com isso devemos pensar que a arte está relacionada a sociedade, antigamente o artista trabalhava para o mecenas e as encomendas estava atrelada ao direito que o mecenas tinha sobre obra, já no século XIX o artista se integra a sociedade e o seu papel é fundamental. E isso pode ser visto nas obras de Jacques Louis David, como por exemplo, o Assassinato de Marat.
Cada época da história existe as artes que vão estar atreladas a alguma coisa, e os impressionistas estavam atrelados mais a parte cientifica então esse cientificismo que vai ser o ponto de apoio para futuras obras de arte. E as obras abstratas de Kandinsky que partem do estudo da cor.
O equilíbrio é um grande fator que também está presente na arte, as esculturas antigas dos gregos e romanos tinham pedestal e o equilíbrio era baseado no pedestal e a posição que a figura ficava. A Vênus de Milo acabou perdendo os braços porque eram sustentados.
A partir do século XIX e XX o pedestal foi se perdendo a obra passa a integrar no espaço expositivo. E podemos ver muitas esculturas em locais importantes dentro e fora dos museus. E algumas esculturas focam no “vazio” e parece que as obras estão sem braços ou que está tudo unido, não tem uma diferença. E as distorções da escultura podem lembrar o barroco ou rococó. Porém essas deformações na escultura já existiam, nas esculturas egeias, com pescoços longos e no maneirismo.
A cor também é um grande fator para analisar obras de arte, e através da natureza e as práticas com pintura ou desenho você acaba notando que algumas cores existem mais harmonia. Por exemplo, os impressionistas usavam muito a cor completar, que passa dar uma real aparência para as pinturas no sentido científico, mas claro existem pinturas impressionistas muito realistas.
Existem pinturas que podem ter a cor mais forte, ou mais saturada ou insaturada. Os fauvistas como Henri Matisse, em “ A dança” usam a cor muito forte e com simbologia, olhe esse azul, por exemplo:
Aqui o azul pode lembrar a inquietação, é como olhar para as ondas do mar elas sempre se movimenta, então na dança esse azul dá destaque ao vermelho dos corpos, e aqui as linhas são destacadas em vermelho. Os corpos são bem gestuais porque o gestual da essa aparência de movimento e de fluidez.
A cor local foi muito importante para os impressionistas, pois eles passavam a ideia de impressão da realidade. Neste caso o cientificismo é um grande fator da percepção da luz. E as obras do Monet nos mostra a importância da luz, na água por exemplo.
Edgar Degas é um impressionista que pintava as bailarinas, ele achava que o importante não era pintar ao ar livre, mas ele queria pintar em ambientes aos quais nenhum outro pintor pintou. E assim as obras de vários impressionistas tem o seu estilo próprio. Outro grande impressionista foi Paul Gauguin, mas ele foi para o lado do primitivismo, e foi pintar no Taiti. Ele usava em algumas das suas pinturas a cor simbólica, a cor simbólica é usar uma cor que não condiz com a aparência real da coisa. Paul e Van Gogh alterava a cor das coisas que eles viam, para dar uma carga simbólica a pintura.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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