Ciclos Reprodutivos
em 29 de Junho de 2014
Na nossa última aula, discutimos diversos tipos de ciclos reprodutivos e dissemos que os grupos vegetais que trataremos nesse módulo seguem, em termos gerais, o ciclo haplodiplobionte. Por isso, vamos utilizar este modelo de ciclo para orientar nossa descrição dos diferentes grupos vegetais.
Nesta aula, vamos conversar sobre o mais simples desses grupos, as briófitas. Estes vegetais não possuem tecidos condutores, de modo que o transporte de substâncias por seu organismo é feito por difusão de célula a célula. Isto limita significativamente o crescimento destas plantas cujos principais representantes, os musgos, não passam de cerca de 8 cm de comprimento. Ainda, esta ausência de vasos condutores faz com que as briófitas sejam capazes de habitar apenas ambientes com uma umidade consideravelmente alta.
Como já explicamos na aula anterior, os vegetais vão apresentar duas geraç?es adultas que se alternam no ciclo de vida, sendo uma delas a haploide e a outra diploide. Em geral, vamos observar também que uma dessas gerações adulta será mais duradoura que a outra, ou seja, ao observarmos o vegetal, é mais provável que estejamos diante desta geração. No caso das briófitas, a geração duradoura é o gametófito (haploide) que, apesar das poucas diferenças morfológicas, pode ser dividido em dois sexos diferentes. Como base geral, seja um gametófito feminino ou um gametófito masculino, a estrutura corporal das briófitas parte de uma rede de filamentos semelhantees a raízes, os rizoides, de onde obervamos a emergência de talos semelhantes a caules, os cauloides, com anexos laminares, os filoides.
No ápice do cauloide, encontramos uma estrutura que diferencia os gametófitos masculinos dos gametófitos femininos, afinal é local onde encontramos os gametas, trata-se do gametângio. No gametófito masculino, ele é chamado de anterídio; enquanto, no gametófito feminino, de arquegônio.
O anterídio contém,em seu interior, o gameta masculino, chamado de anterozoide. Em determinadas condições, normalmente sob o impacto de gotas de chuva, o anterídio se rompe e libera o anterozoide. Este gameta é carregado pela água até um gametófito feminino nas proximidades, ali, ele penetra no arquegônio e encontra o gameta feminino, a oosfera. A fecundação ocorre então dentro do arquegônio e o esporófito germina sobre o gametófito feminino sendo então dependente metabolicamente deste gametófito para sobreviver.
O esporófito é formado por uma haste e uma porção dilatada na sua extremidade, o esporângio. Na ponta do esporângio, encontramos uma parte do gametângio, que foi rompida e carregada durante a germinação do esporófito, a caliptra.
Sob determinadas condições, que envolvem principalmente a presença de tempo seco e de ventos, a caliptra cai e um opérculo se abre na ponta do esporângio. Com isso, os esporos, produzidos por meiose em seu interior, são liberados no ambiente e, ao se depositarem em um local úmido podem germinar.
A germinação de um esporo origina um protonema, um filamento de estrutura semelhante a uma alga. Deste protonema germinam uma série de gametófitos geneticamente iguais e do mesmo sexo. Por isso, dizemos que a determinação sexual dos gametófitos ocorre já na formação dos esporos. Sendo assim, podemos especificar o ciclo haplodiplobionte para as briófitas no seguinte esquema: