Lei de Lavoisier
em 26 de Junho de 2020
Você já se perguntou qual a relação entre a química e a filosofia? Já ouviu falar na teoria dos 4 elementos, 3 princípios ou na teoria do flogístico?
Neste blog você vai aprender como que a alquimia influenciou a sociedade no período medieval e como ela contribuiu para o desenvolvimento da química e de áreas como a mineralogia e medicina.
Introdução
O conhecimento da matéria e suas transformações sempre foi alvo de interesse da humanidade desde a antiguidade, como por exemplo os gregos que já teorizavam sobre a constituição da matéria 500 anos antes de cristo. A química como a conhecemos hoje teve seu berço na alquimia, uma forma de ciência primitiva que consistia em manipulações de substâncias com o intuito de tratar poucas doenças e alguns processos para produzir vinho, vinagre e etc.
A principal aspiração dos alquimistas era transmutar metais inferiores em ouro e encontrar o Elixir da longa vida. Por este motivo a alquimia foi banalizada por séculos, enquanto que outras áreas da ciência como a matemática e a filosofia se desenvolviam.
Somente em 1600 d.C, surgiu um estudioso chamado Robert Boyle que escreveu o livro chamado “O químico cético”. Esse livro representa uma mudança de paradigma, a passagem da alquimia para a química, onde prevalece o método cientifico. Neste período a ideia da transmutação e da busca do Elixir da longa vida foi abandonada, dando lugar ao estudo da matéria e suas transformações.
Nos séculos seguintes o conhecimento sobre a natureza aumentou significativamente com o advento da química. Os químicos ganharam cada vez mais notoriedade, contribuindo para o desenvolvimento da farmacologia, medicina, biologia, mineralogia e outras áreas.
Vamos enter melhor qual é a relação entre os filósofos, a alquimia e a química nos tópicos a seguir.
Teoria dos 4 elementos
Durante muito tempo o mistério da origem do fogo foi objeto de especulação filosófica. Várias teorias surgiram para explicar o que ocorre com os materiais no momento em que entram em combustão.
Na Grécia antiga surgiu a teoria dos 4 elementos, que afirmava que tudo que existe é uma combinação de 4 elementos da natureza: água, terra, ar e fogo. Segundo essa teoria, tudo era formado por uma combinação desses quatro 4 elementos.
Apesar de parecer simplória, com essa teoria os filósofos adeptos conseguiam explicar diversos fenômenos da natureza, como o fogo. Segundo eles os materiais combustíveis, como madeira e o papel, continham em si o elemento fogo, que em condição adequada o liberavam. Se um material não pegasse fogo, é por que então era formado por outro elemento, como água, terra ou ar.
Além disso existiam “qualidades” associadas a esses elementos. Por exemplo se um material tivesse a qualidade de úmido, é por que ele seria formado pelos elementos água e ar. Se fosse seco, seria formado por fogo e terra, se fosse frio, seria formado por terra e água e se fosse quente, seria formado por ar e fogo.
Essa teoria foi aceita e modificada várias vezes, mas foi uma das primeiras teorias sobre a constituição da matéria, sendo base para a elaboração de outras teorias que viriam a ser propostas nos séculos seguintes.
Teoria dos 3 princípios
Em 1500 d.C. os adeptos da alquimia acreditavam na teoria dos 3 princípios, que vinha dos alquimistas árabes que afirmava que todos os objetos eram formados por mercúrio, enxofre e sal. Paracelso, um médico e alquimista, acreditava que não só os objetos eram formados por esses 3 princípios, mas também o corpo humano, cujo o equilíbrio dependia da quantidade e da interação entre eles.
Algumas dessas interações poderiam ser maléficas, originando doenças. Por exemplo, a sublimação de mercúrio dentro do organismo poderia ocasionar seu depósito nas paredes dos vasos sanguíneos, provocando apoplexia. A expansão e a secreção de sal em lugares indesejáveis, como a pele por exemplo, causariam ulcerações, câncer ou gangrena.
Assim as doenças eram classificadas como: sulfurosas, mercuriais e salinas. Paracelso acreditava que usando os medicamentos apropriados, o equilíbrio entre esses princípios que formam o corpo seria reestabelecido.
Para tanto Paracelso usou seus conhecimentos sobre alquimia para produzir remédios, criando um novo campo chamado de iatroquímica. Enquanto a maioria dos alquimistas continuava na busca da transmutação e do Elixir da longa vida, Paracelso e seus discípulos se aplicavam a produção de medicamentos para tratar doenças, aumentando significativamente o conhecimento sobre as propriedades e manipulação de minerais e vegetais.
Todavia seus métodos nada convencionais não agradavam muitos dos médicos da época, principalmente por ser oriunda da alquimia.
Teoria do flogístico
Anos depois a ideia de Paracelso foi deixada de lado e substituída pela teoria do Flogístico criada por Georg Ernst Stahl (1660-1734). Os materiais combustíveis, como papel, madeira, enxofre, carvão e óleos vegetais, possuíam um princípio comum inflamável presente apenas nos materiais combustíveis, o flogístico. Se algum material não queimasse, é porque não teria flogístico em sua composição.
Essa teoria foi bem aceita, pois explicava 3 fenômenos conhecidos da época a combustão, calcinação e a corrosão. Segundo essa teoria na combustão o flogístico saia do corpo e passaria para o ar, que faria o papel de transporta-lo para outro corpo. Assim se um corpo em combustão fosse abafado, o fogo cessaria, pois, o flogístico não teria para onde ir.
Essa teoria foi aceita por mais de um século e tudo que foi descoberto a respeito da composição do ar era referenciado ao flogístico. Foi quando Antoine Lavoisier viu um ponto fraco da teoria. Lavoisier foi um dos primeiros a inserir o uso da balança nos experimentos e era conhecido por ser muito meticuloso. Ao calcinar mercúrio metálico ele percebeu que a massa do produto final era maior que a do reagente em ambiente aberto. Se o flogístico saia do mercúrio na queima, como a massa do produto era maior que a do reagente? Hoje sabemos o produto é o oxido de mercúrio.
Anos depois Lavoisier propôs que a combustão não ocorria pela presença de flogístico, mas sim pela reação do material com oxigênio. Lavoisier demonstrou que para qualquer material pegar fogo é necessária a presença. Para Lavoisier, a combustão seria o resultado da combinação do oxigênio com o material que queimava.
Se o mesmo processo fosse realizado em ambiente fechado a massa antes e depois era a mesma. Além disso Lavoisier descobriu que o oxigênio estava presente na própria água, que até então acreditava-se ser um elemento. Tudo era pesado antes e depois e seus resultados eram sempre associados a ganho e perda de massa. Baseado nisso Lavoisier propôs sua lei ponderal, a lei da conservação das massas.
A partir dos trabalhos de Boyle e Lavoisier a química passou a ser reconhecida como ciência moderna. Ainda sim podemos considera a química como ciência exata e também filosófica, já que o uso do pensamento crítico e raciocíneo lógico são a base do método científico até hoje.
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