Histologia Básica
Por: Camila L.
03 de Março de 2015

Histologia Básica

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Histologia

A histologia é a ciência que estuda os tecidos biológicos desde a sua formação (origem), estruturas (tipos diferenciados de células) e funcionamento.

Tecido

Definição – são células com determinado tipo de especialização  que se organizam em grupos, constituindo os tecidos. Os tecidos podem ser formados por células que possuem a mesma estrutura; ou por células que possuem diferentes formas e funções , porém quando juntas colaboram na realização de uma função geral maior.

Tipos – Nos animais vertebrados há quatro grandes grupos de tecido: o muscular, o nervoso, o conjuntivo (o qual abrange o tecido ósseo, cartilaginoso e sanguíneo), e o epitelial.

Origem – Todos os tecidos presentes no vertebrados adultos são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: 

  • Endoderma:

Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas);

Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula espinhal);

Epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.

  • Ectoderma:

Forma a camada interna da pele (derme);

Músculos lisos e esqueléticos;

Sistema circulatório (coração, vasos sangüíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo);

Sistema esquelético (ossos e cartilagem);

Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas).

  • Mesoderma:

Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal;

Sistema respiratório (pulmão);

Fígado e pâncreas.

 

Especificações dos tecidos básicos

 

Tecido epitelial

O tecido epitelial desempenha várias funções no organismo, como proteção do corpo (pele), absorção de substâncias úteis (epitélio do intestino) e percepção de sensações (pele), dependendo do órgão aonde se localizam.

Esse tecido possui células perfeitamente justapostas, unidas por pequena quantidade de material cimentante, com pouquíssimo espaço intercelular. Os epitélios não são vascularizados e não sangram quando feridos. A nutrição das células se faz por difusão a partir dos capilares existentes em outro tecido, o conjuntivo, adjacente ao epitélio a ele ligado. O arranjo das células epiteliais pode ser comparado ao de ladrilhos ou tijolos bem encaixados.

O tecido epitelial pode ser subdivido pelos tipos: simples escamoso, simples cúbico, simples colunar, estratificados escamoso, estratificado cúbico, pseudoestratificado colunar, e transitorial.

Os epitélios ainda podem ser classificados quanto ao número de células:

  • Simples ou uniestratificados: quando os epitélios são formados por uma só camada de células.
  • Estratificados: são os epitélios formados por mais de uma camada de células.
  • Pseudo-estraticados: são os epitélios que apesar de formados por uma única camada celular, têm células de diferentes alturas, o que dá a impressão de serem estratificados.

Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em:

  • Pavimentosos: quando as células são achatadas como ladrilhos.
  • Cúbicos: quando as células tem forma de cubo.
  • Prismáticos: quando as células são alongadas , em forma de coluna.

OBS.: No epitélio que reveste a bexiga, a forma das células é originalmente cúbica, mas elas se tornam achatadas quando submetidas ao estiramento causado pela dilatação do órgão. Por isso, esse tipo de epitélio é de denominado, por alguns autores, epitélio de transição.

Os tecidos epiteliais, são ainda classificados em dois tipos principais: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. O epitélio de revestimento funciona como uma membrana que isola o organismo, ou parte dele, do meio externo. Está relacionado ao revestimento e proteção de superfícies externas (por exemplo, na pele) e internas (por exemplo, no estômago). Atua, também, na absorção de substâncias, na secreção de diversos produtos, na remoção de impurezas e pode conter vários tipos de receptores sensoriais (notadamente na pele).

Já o tecido epitelial glandular produz substâncias chamadas secreções, que podem ser utilizadas e outras partes do corpo ou eliminadas do organismo. Essas secreções podem ser:

  • Mucosas: quando espessas e ricas em muco, Ex. glândulas salivares
  • Serosas: quando fluidas, aquosas, claras e ricas e proteínas. Ex. glândulas secretoras do pâncreas
  • Mistas: quando ocorrem secreções mucosas e serosas juntas. Ex. Glândulas salivares parótidas.

As glândulas podem ser unicelulares, como a glândula caliciforme (que ocorre por exemplo, no epitélio da traquéia), ou multicelulares, como a maioria das glândulas.

 

Tecido conjuntivo

Os tecidos conjuntivos tem origem mesodérmica. Caracterizam-se morfologicamente por apresentarem diversos tipos de células imersas em grande quantidade de material extracelular, substância amorfa ou matriz, que é sintetizado pelas próprias células do tecido.

A matriz é uma massa amorfa, de aspecto gelatinoso e transparente. É constituída principalmente por água e glicoproteínas e uma parte fibrosa, de natureza protéica, as fibras do conjuntivo.

As células conjuntivas são de diversos tipos. As principais são os fibroblastos, os macrófagos, os mastócitos e os plasmócitos.

Os diferentes tipos de tecido conjuntivo estão amplamente distribuídos pelo corpo, podendo desempenhar funções de preenchimento de espaços entre órgãos, função de sustentação, função de defesa e função de nutrição.

A classificação desses tecidos baseia-se na composição de suas células e na proporção relativa entre os elementos da matriz extracelular. Os principais tipos de tecidos conjuntivos são:

  • Frouxo:  O tecido conjuntivo frouxo preenche espaços não-ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos. Além disso, faz parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha importante papel em processos de cicatrização.
  • Denso: No tecido conjuntivo denso há predomínio de fibroblastos e fibras colágenas. Dependendo do modo de organização dessas fibras, esse tecido pode ser classificado em: modelado (formado por fibras colágenas dispostas em feixes com orientação fixa, dando ao tecido características de maior resistência à tensão do que a dos tecidos não-modelados e frouxo; ocorre nos tendões, que ligam os músculos aos ossos, e nos ligamentos, que ligam os ossos entre si) e não modelado(formado por fibras colágenas entrelaçadas, dispostas em feixes que não apresentam orientação fixa, o que confere resistência e elasticidade. Esse tecido forma as cápsulas envoltórias de diversos órgãos internos, e forma também um a derme, tecido conjuntivo da pele).
  • Adiposo: Nesse tecido a substância intracelular é reduzida, e as células, ricas em lipídios, são denominadas células adiposas. Ocorre principalmente sob a pele, exercendo funções de reserva de energia, proteção contra choques mecânicos e isolamento térmico. Ocorre também ao redor de alguns órgãos como os rins e o coração.
  •  Reticular ou hematopoiético: O sangue (originado pelo tecido hemocitopoiético) é um tecido altamente especializado, formado por alguns tipos de células, que compõem a parte figurada, dispersas num meio líquido – o plasma -, que corresponde à parte amorfa. Os constituintes celulares são: glóbulos vermelhos (também denominados hemácias ou eritrócitos); glóbulos brancos (também chamados de leucócitos).
  • Cartilaginoso: O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, apresentam consistência firme, mas não é rígido como o tecido ósseo. Tem função de sustentação, reveste superfícies articulares facilitando os movimentos e é fundamental para o crescimento dos ossos longos.
  • Ósseo: O tecido ósseo tem a função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados. É um tecido rígido graças à presença de matriz rica em sais de cálcio, fósforo e magnésio. Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem certa flexibilidade ao osso.

 

Tecido muscular

Os tecidos musculares são de origem mesodérmica e relacionam-se com a locomoção e outros movimentos do corpo, como a contração dos órgãos do tubo digestório, do coração e das artérias.

As células dos tecidos musculares são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos. Em seu citoplasma, são ricas em dois tipos de filamento protéico: os de actina e os de miosina, responsáveis pela grande capacidade de contração e distensão dessas células. Quando um músculo é estimulado a se contrair, os filamentos de actina deslizam entre os filamentos de miosina. A célula diminui em tamanho, caracterizando a contração.

Tipos de tecido muscular

Há três tipos de tecido muscular:

  • Estriado esquelético: O tecido muscular estriado esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo dos vertebrados, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, daí ser chamada de esquelética. Esse tipo de tecido apresenta contração voluntária (que depende da vontade do indivíduo).
  • Estriado cardíaco: Apresenta miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais. Esse tecido ocorre apenas no coração e apresenta contração independente da vontade do indivíduo (contração involuntária). No músculo cardíaco essa contração é vigorosa e rítmica.
  • Liso: As células musculares lisas não apresentam estriação transversal, característica das células musculares esqueléticas e cardíacas. A razão disso é que os filamentos de actina e miosina não se encontram alinhados ao longo do comprimento da célula. Acredita-se que eles estejam arranjados em espiral dentro da fibra muscular lisa. Os miócitos se apresentam uninucleados e fusiformes, isto é, alongadas e coam as extremidades afiladas. Nessas células a contração é involuntária e lenta. Você pode decidir quando lavar as suas mãos, mas não controla conscientemente os movimentos de seu estômago ou a contração de seu coração. Ocorre nas artérias, sendo responsável por sua contração; ocorre também no esôfago, no estômago e nos intestinos, sendo responsável pelo peristaltismo (ou peristalse) nesses órgãos. Os movimentos peristálticos são contrações em ondas que deslocam o material alimentar dentro desses órgãos do sistema digestório.

Cada um deles tem características próprias, adequadas ao papel que desempenham no organismo.

 

 

Tecido nervoso

Formado por células que constituem o sistema nervoso central e periférico (o cérebro, a medula espinhal e os nervos). Embora sejam os músculos que respondem aos estímulos, é o tecido nervoso o responsável por sua recepção e escolha da resposta adequada.

O tecido nervoso tem origem ectodérmica, nele a substância intercelular praticamente não existe. Os principais componentes celulares são os neurônios e as células da glia.

As células da glia ou neuroglia são vários tipos celulares relacionados com a sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de mielina e com a fagocitose.

Os neurônios, ou células nervosas, têm a propriedade de receber e transmitir estímulos nervosos, permitindo ao organismo responder a alteração do meio. Os neurônios são alongados, podendo atingir, em alguns casos, cerca de 1 metro de comprimento, como nos neurônios que se estendem desde nossas costas até o pé. São células formadas por um corpo celular ou pericário, de onde partem dois tipos de prolongamento: dendritos e axônio.

 

Referências

JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

HISTOLOGIA. 2015. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio.php>. Acesso em: 02 mar. 2015.

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