Este artigo discute os méritos e limitações do ensino implícito e explícito da gramática no aprendizado de inglês como segunda língua. Analisa evidências teóricas e práticas que sustentam ambas as abordagens e propõe caminhos híbridos para a aplicação em sala de aula.
O ensino de gramática sempre gerou debates entre os defensores da abordagem explícita, baseada em explicações diretas das regras, e os da abordagem implícita, que favorece a exposição natural ao uso da língua e a dedução das estruturas por meio do contexto.
A gramática explícita permite que os alunos compreendam conscientemente as regras gramaticais. Esse método é especialmente útil para adultos e para contextos escolares que valorizam a metalinguagem e a correção formal. Por outro lado, a gramática implícita apoia-se na aquisição natural, semelhante à forma como aprendemos a língua materna, promovendo fluência e intuição linguística.
Pesquisas como as de Ellis (2005) e Krashen (1982) indicam que ambos os métodos têm valor, mas funcionam melhor quando combinados. A chamada abordagem integrada ou intervenção mista utiliza a exposição ao input autêntico (vídeos, músicas, textos) como ponto de partida, seguido de atividades que levam à conscientização gramatical e à prática controlada.
Por exemplo, após assistir a um diálogo real contendo uso de going to para planos futuros, o professor pode explorar as estruturas usadas, propor uma reflexão e, depois, conduzir os alunos a produzir frases similares ou simular situações.
Esse equilíbrio entre input significativo e foco na forma permite que o aluno internalize a gramática de maneira natural e também aprenda a manipulá-la com precisão.
Referências Bibliográficas:
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Ellis, R. (2005). Implicit and Explicit Learning of Languages. Oxford University Press.
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Krashen, S. D. (1982). Principles and Practice in Second Language Acquisition. Pergamon Press.
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DeKeyser, R. (1995). Learning second language grammar rules: An experiment with a miniature linguistic system. Studies in Second Language Acquisition, 17(3), 379–410.
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Norris, J. M., & Ortega, L. (2000). Effectiveness of L2 instruction: A research synthesis and quantitative meta-analysis. Language Learning, 50(3), 417–528.