As sonatas para piano de Mozart
Por: Daniel P.
09 de Agosto de 2020

As sonatas para piano de Mozart

Piano Iniciante Intermediário Avançado Erudito Clássico

Wolfgang Amadeus Mozart compôs um total de 18 sonatas para piano em um período de 15 anos, entre 1774 e 1789, e são até hoje objetos de estudo de pianistas dos mais variados níveis. As sonatas integram as mais de 600 obras do compositor que contêm sinfonias, óperas, peças camerísticas, concertos, peças solo, coral, etc,.

Mozart nasceu em Salzburg em 27 de Janeiro de 1756, foi batizado como Joahannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, mas preferia Wofgang Amadeus Mozart quando adulto. O pai, Leopold Mozart, era músico e compositor, mais conhecido por ser professor. Foi ele quem começou a dar instruções para Wolfgang quando ele tinha apenas 4 anos. Aos 5 , ele já compunha suas primeiras peças para teclado. O pai era muito dedicado ao ensino de Mozart e de sua irmã mais velha, Maria Anna Mozart, e além de música, ensinava aos filhos matérias acadêmicas e diferentes idiomas.

Os dois fizeram uma turnê pela Europa como crianças prodígios. Visitaram Viena, Praga, Londres, Paris, Munique, Zurique, entre outros grandes centros europeus. As viagens deram a Wolfgang a chance de conhecer a obra de diversos compositores, entre eles Johann Christian Bach (1735-1782). Aos 8 anos, Mozart compôs sua primeira sinfonia, que foi transcrita pelo pai.

Leopold também levou Mozart à Itália para exibir o talento do filho, a turnê durou 2 anos. Em Bologna, Mozart foi aceito como membro da Accademia Filarmonica e estreiou sua ópera Mitridate, re di Ponto em Milão em 1770. A ópera fez tanto sucesso que chegou a ser exibida vinte e uma vezes, parte do sucesso deu-se ao fato do jovem compositor ter apenas 14 anos.

Salzburg (1773-1777)

Entre 1773 e 1777, Mozart foi músico da corte do príncipe e arcebispo Hieronymus Colloredo. Durante este período, ele compôs para gêneros diversos como sonatas, concertos, sinfonias, quartetos para cordas, missas, serenatas e ópera. Com destaque para os 5 concertos para violino, as sinfonias de número 22 ao 30, a Serenata Notturna K. 239, as missas K. 258 Piccolomini e K. 259 Organ Solo, os concertos para piano do número 5 ao 9 com destaque para o concerto no. 9 em mi bemor maior K. 271 e para o concerto para três pianos e orquestra K. 242, o concerto para fagote K.191, e as seis primeiras sonatas para piano:

  • Sonata para piano no. 1 em dó maior K. 279
  • Sonata para piano no. 2 em fá maior K. 280
  • Sonata para piano no. 3 em si bemol maior K. 281
  • Sonara para piano no. 4 em mi bemol maior K. 282
  • Sonata para piano no. 5 em sol maior K. 283
  • Sonata para piano no. 6 em ré maior K. 284

Mozart não estava contente com o trabalho em Salzburg e desistiu do emprego em 1777.

Ouça abaixo as sonatas no. 1 e no. 3 gravadas pela pianista Mitsuko Uchida (1948):


 


 

Manheim, Paris e Estrasburgo (1777-1778)

Ao desistir do cargo que ocupava em Salzburg, Mozart passou a procurar emprego em outras cidades. Dentre as cidades por onde passou estavam Mannheim, Paris e Estrasburgo. No tempo que passou em Mannheim, Mozart compôs a sonata para piano no 7 em dó maior. Durante o período em Paris, a mãe de Mozart – Anna Maria Mozart, que já estava doente, veio a falecer. Especula-se que a morte da mãe tenha sido a razão do compositor ter escrito a sonata para piano e violino no. 21 K. 304 em mi menor, uma vez que a obra é a única obra instrumental de na tonalidade de mi menor. Data deste período também a sonata para piano no. 8 em lá menor K. 310, Mozart compôs apenas 2 sonatas para piano em tonalidade menor Mozart é possível que a morte da mãe tenha o tenha influenciado na escolha da tonalidade. O compositor ficou em Paris entre Março e Setembro de 1778 e depois partiu para Estrasburgo. Durante este período, seu pai continuava procurando emprego para o filho em Salzburg. Entre as obras do período que passou em Paris a sinfonia “Paris” em ré maior K. 297, o concerto para flauta e harpa em dó maior K. 299.

As sonatas para piano compostas neste período foram as seguintes:

  • Sonata para piano no. 7 em dó maior K. 309 (Mannheim)
  • Sonata para piano no. 8 em lá menor K. 310 (Paris)
  • Sonata para piano no. 9 em ré maior K. 311 (Estrasburgo)

Apesar do desejo de abandonar Salzburgo, o compositor enfrentava dificuldades financeiras e como não conseguiu outro cargo que lhe deixasse satisfeito, se viu forçado a retornar à Salzburgo em 1779 com o cargo de músico de corte.

Ouça abaixo a sonata no. 8 em lá menor K. 310 interpretada pelo pianista Daniel Barenboim (1942):

 

Vienna (1782-1787)

De volta a Salzburgo, Mozart voltou a trabalhar para o arcebispo Hieronymus Colloredo mas o compositor continuou em busca de outros cargos e oportunidades, inclusive em uma tentativa bastante ambiciosa, chegou a conhecer o imperador. O arcebispo, contudo, foi bastante inflexível, e impedia a saída do compositor para se apresentar em outros lugares. Chegou até mesmo a recusar uma tentativa do compositor de abandonar o cargo. Um mês depois, Mozart conseguiu pedir demissão e mudou-se para Viena.

A estadia em Viena foi um dos períodos mais prósperos da carreira de Mozart. Ele se apresentou bastante como pianista e ficou conhecido como um dos melhores pianistas da cidade e também ganhou notoriedade como compositor devido ao bom desempenho das óperas. Em 1782, Mozart casou-se com Constanze Weber com quem teve 6 filhos. Infelizmente, apenas 2 dos filhos do compositor chegaram à idade adulta.

Durante este período, Mozart se familiarizou com a obra dos compositores Johann Sebastian Bach e George Frideric Handel. O estudo das obras de compositores barrocos o influenciou em suas composições como é possível observar no emprego de técnicas de contraponto e até mesmo passagens de fuga em composições posteriores. O compositor conheceu Joseph Haydn em 1784 e a amizade dos dois rendeu seis quartetos de cordas dedicados a ele. Também em 1784 o compositor passou a fazer parte da maçonaria, resultando em inúmeras obras maçônicas.

Mozart realizou intensa atividade como solista entre 1782 e 1785 sempre apresentando novos concertos. Como os teatros eram pequenos, ele passou a se apresentar em salões de outros recintos como restaurantes, e prédios residenciais. Mozart cultivou uma plateia fiel ao seu trabalho e atingiu equilíbrio entre compor, tocar e apresentar as novas composições ao público. Devido ao sucesso, o compositor passou a adotar um estilo de vida luxuoso. Mudou-se com a família para um apartamento de luxo alugado, adquiriu um fortepiano e uma mesa de billhar. Os gastos da família também incluíam colégio interno para os filhos e despesa com empregados.

As sonatas para piano compostas entre 1782 e 1784 foram:

  • Piano sonata no. 10 em dó maior K. 330
  • Piano sonata no. 11 em lá maior K. 331
  • Piano sonata no. 12 em fá maior K. 332
  • Piano sonata no. 13 em si bemol maior K. 333
  • Piano sonata no. 14 em dó menor K. 457

Ouça abaixo, a sonata no. 10 em dó maior K. 330 interpretada pelo pianista Vladimir Horowitz (1903-1989):

 

Acompanhe abaixo a interpretação do pianista brasileiro Nelson Freire (1944) da sonata no. 11 em lá maior K. 331:

 

Abaixo, a interpretação de Alfred Brendel (1931) da sonata no. 14 em dó menor K. 457

 

1788

As próximas sonatas para piano compostas por Mozart foram a sonata no. 15 em fá maior K. 533 e a sonata no. 16 em dó maior K. 545. entre 1786 e 1787 o compositor se dedicou a escrever óperas, e compôs duas de suas óperas mais famosas Le nozze di figaro e Don Giovani em colaboração com o libretista Lorenzo Da Ponte (1749-1838). Em 1787 Mozart conseguiu o cargo de compositor da corte do imperador Joseph II, cargo que foi muito importante quando a família passou por dificuldades financeiras. Também foi o ano em que seu pai Leopold faceleu.

Acompanhe abaixo, a interpretação da pianista Maria João Pires (1944) da sonata no. 15 em fá maior K. 533/494. O terceiro movimento Rondo: allegretto foi composto separadamente em 1786 – Rondo no. 2 K. 494. Em 1788, Mozart escreveu o primeiro e o segundo movimento e após revisão incluiu o rondó como terceiro movimento:

 

Abaixo, a sonata no. 16 em dó maior K. 545 interpretada pelo pianista Daniel Barenboim:

 

1788–1791

No ano de 1788, em meio à dificuldades financeiras, a família Mozart mudou-se de Viena para Alsergrund. Mozart passou a emprestar dinheiro do amigo Michael Puchberg (1741-1822) ara cobrir as despesas da família, 1788 foi o ano das últimas sinfonias do compositor no. 39, no. 40 e no. 41.

Datam de 1789 as últimas sonatas para piano do compositor:

  • Piano sonata no. 17 em si bemol maior K. 570
  • Piano sonata no. 18 em ré maior K. 576

Acompanhe abaixo a interpretação da pianista Mitsuko Uchida da sonata no. 18 em ré maior K. 576:

 

Em 1790 a ópera Così fan tutte estreiou, o libreto também foi escrito por Da Ponte. A situação financeira começou a melhorar, o compositor encontrou benfeitores da Hungria e de Amsterdã além de ter ganhado dinheiro compondo música para dança com seu trabalho para a corte

O último ano de vida do compositor foi um ano bastante produtivo. Datam de 1791 a ópera A flauta mágica, o último concerto para piano em si bemol maior K. 595, o concerto para clarinete em lá maior K. 622, o moteto Ave Verum Corpus K. 618 e o Requiem K. 626.

Mozart faleceu em 5 de dezembro de 1791, apesar das inúmeras especulações, a causa da morte não foi confirmada.

 

Obrigado por ler até aqui! Comentários e sugestões são sempre bem vindos!

Daniel

 

Texto adaptado de: https://danielpadovanpiano.wordpress.com/2020/08/09/as-sonatas-para-piano-de-mozart/

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