Ensinando sobre intervalos

Entender como formar e classificar intervalos é imprescindível para uma boa formação de um músico. É um conhecimento necessário para compreender outros conceitos teóricos como a formação de escalas e acordes, para analisar uma obra, no campo da interpretação, saber classificar intervalos auxilia na hora de decidir como frasear determinado trecho e pode determinar como estudar uma passagem.

Assim que o aluno já está mais familiarizado com a partitura e já domina as primeiras escalas, começo a introduzir o conceito de intervalo. A forma que eu acho mais fácil de explicar o que é intervalo, é que é a distância entre dois sons, e que podemos medir essa distância. Utilizando apenas teclas brancas é possível ensinar o aluno a classificar os intervalos de uníssono a oitava, aproveito para explicar que os intervalos podem ser harmônicos ou melódicos, e quando melódicos podem ser ascendentes ou descendentes.

A partir deste ponto, já é possível formular vários exercícios nas seguintes categorias:

1.          Teóricos: identificação e classificação de intervalos harmônicos e melódicos;
2.          Práticos: pedir ao aluno que toque, utilizando apenas teclas brancas, intervalos harmônicos e melódicos, por exemplo: pedir para tocar 3 intervalos harmônicos de segunda cada um iniciando em uma nota diferente, pedir para encontrar uma quinta a partir de uma nota diferente do dó central etc.;
3.          Perceptivos: treinar a capacidade do aluno de perceber auralmente os intervalos. Neste ponto, como ainda não expliquei como os intervalos podem ser quanto à qualidade (maiores, menores, justos, aumentados, diminutos), procuro tocar intervalos apenas em teclas brancas dentro de uma oitava, geralmente partindo do dó central.

O próximo passo é explicar como classificar os intervalos quanto à qualidade. Esta parte do conteúdo é destinada a alunos intermediários, uma vez que, é importante que o aluno já domine bem o conceito de acidentes e semitons, uma revisão rápida é sempre bem-vinda. Costumo começar com as 4ᵃˢ, 5ᵃˢ e 8ᵃˢ, justas, aumentadas e diminutas e os mesmos exercícios podem ser praticados com os novos intervalos, é importante que a aprendizagem envolva ouvir, ver (na pauta e no teclado) e tocar.

Por último, os intervalos maiores, menores: 2ᵃˢ, 3ᵃˢ, 6ᵃˢ e 7ᵃˢ. É legal começar a praticar bastante a percepção dos intervalos agora que o aluno já conhece e sabe como classificar todos os intervalos simples. Eu gosto de montar alguns exercícios de ditado para praticar durante a aula e algumas fichas de exercícios teóricos. É bom lembrar de sempre pedir aos alunos que toquem os intervalos depois de resolver os exercícios no caderno para irem se familiarizando com a sonoridade de cada intervalo. Outra ideia é ir se distanciando aos poucos da região central do piano nos exercícios de percepção atingindo a oitava mais aguda e a mais grave. Já pensando na prova específica do vestibular de música, é um ótimo momento para praticar escrever intervalos em claves diferentes.

Gostaria de deixar uma lista de exercícios aqui

Obrigado por ler até aqui! Comentários e sugestões são sempre bem vindos.

Daniel

Texto adaptado de https://danielpadovanpiano.wordpress.com/2020/03/06/ensinando-sobre-intervalos/