Ciência, Tecnologia e Sociedade
Por: Diego O.
08 de Maio de 2021

Ciência, Tecnologia e Sociedade

Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem CTS no contexto da sociedade brasileira

Ciências da Terra

O currículo dos cursos de ciência tem por escopo preparar o futuro profissional para abordar conteúdos científicos em seu contexto social. O fenômeno do cientificismo deu à ciência um status de necessidade humana. O perigo, aqui, é que a humanidade passe a servir à ciência, e não o contrário. O conhecimento científico deve ser instrumento de análise, e não um fim em si mesmo. Entendendo essa necessidade, após a II Guerra Mundial fortalece a preocupação com a interdisciplinaridade entre a ciência e demais áreas, tais como política, sociedade e economia. Assim, o desafio do currículo com ênfase em CTS é formar o cidadão tal qual no processo de alfabetização, isto é, de modo que consiga compreender o papel da ciência e suas implicações éticas e sociais.

A proposta, por sua vez, é integrar a educação científica, a tecnológica e a social, de modo que o operador seja capaz de compatibilizar o ensino e o conhecimento científico com as necessidades do cotidiano, democratizando o saber. Tal mudança de paradigma advém da necessidade de colocar os interesses da sociedade no centro da ciência, e não a esvaziar de sentido.

A transformação curricular se dá com o intuito de capacitar o aluno a adquirir conhecimento, utilizar suas habilidades e desenvolver valores ético sociais. Um dos primeiros passos é, justamente, que o aluno perceba que a ciência não é neutra, ela serve a interesses. Tal consciência permite o questionamento dos agentes influenciadores, o que se dá a partir da compreensão do contexto histórico, social, político, filosófico, econômico e humanístico)

A tecnologia, por sua vez, é analisada sob a perspectiva técnica, organizacional e cultural. Como consequência, o aluno é estimulado à participação democrática, por meio do estudo de problemas locais, primeiramente, e posteriormente aos de caráter regional e global. A multidisciplinariedade deve guiar as estratégias de ensino, de modo a evitar que o aluno caia na falácia do cientificismo. Pode-se analisar as categorias curriculares (em oito tipos) justamente para mostrar as trajetórias possíveis para alcançar os objetivos supramencionados.

O currículo a ser escolhido depende de alguns prévios questionamentos sobre qual tipo de operador se deseja formar, ou seja, qual patamar social se deseja alcançar com o conhecimento científico que será produzido? Será mantido o atual modelo capitalista de desperdício de recursos, ou se adotará uma perspectiva mais moderada, ecológica? No caso desta última, como seria feita? Seguirá o aluno o modelo tecnocrático ou o pragmático-político? A realidade de países em desenvolvimento exige um modelo curricular próprio, diferente dos países desenvolvidos, ou não se prestará à função de transformador social. Por fim, necessário também formar o educador. A educação em ciências é ampla e transformadora, e a pedagogia é parte essencial do processo.

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Diego O.
Rio de Janeiro / RJ
Diego O.
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Doutorado: Doutorado em Física (Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ))
Professor de física - mestre e doutor pela universidade federal do rio de janeiro
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em 8 de maio de 2021

Bem isso, a realidade brasileira difere, logo precisa de um olhar específico no modelo curricular.

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