Filosofia da Educação no Ambiente Escolar
Por: Geraldo M.
11 de Janeiro de 2020

Filosofia da Educação no Ambiente Escolar

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Escola: Ciência, Religião e Filosofia na busca do ser

 

“Se algo em mim pode ser chamado de religioso, é minha ilimitada admiração pela estrutura do mundo que nossa ciência é capaz de revelar”.(1)

Numa carta a Gutkind, Einstein relata que a palavra “Deus” era nada mais do que “a expressão e produto da fraqueza humana, e a Bíblia uma coleção de honoráveis, porém primitivas, lendas que eram, no entanto, bastante infantis”.

O relato de Einstein é sintomática daquilo que é intrínseco no homem que é a busca pela origem de tudo e, conse-quentemente, a busca pela sua própria origem, e resposta à clássicas perguntas filosóficas tais como  ‘quem sou eu’ e ‘de onde eu vim’?

Neste caminho, Lorieri define filosofia(s) como “Concepções (...) podem ser consideradas como sistemas teóricos que procuram apresentar entendimentos, produzidos de certa maneira sobre: o que é a realidade ou o mundo; o ser humano; o conhecimento; a verdade; (...). E acrescenta que “Sua produção se dá, sempre, no interior de situações históricas concretas com todos os condicionamentos sociais, econômicos e políticos ali presentes, e se constitui num esforço (...)de busca de respostas a necessidades de cada formação histórica ou de cada formação social, em cada época.”

Em pinturas rupestres e na tradição oral, de remotas eras, vemos resquícios desta busca tão ancestral quanto o surgimento da humanidade. Como entender o mundo no qual estamos? O que é ‘ser gente’? A partir destas singelas questões, Lorieri sugere que o currículo escolar deveria contar com mais apoio da Filosofia no desvendamento de tais dúvidas. Assim, como esperar que a juventude desenvolva “(...)uma concepção de ser humano que os convide, por exemplo, ao respeito pelas pessoas?”. Minimamente, tal busca leva a uma reflexão sobre o que é o ‘ser’ e sobre o que é ‘respeito’. Para isso, Lorieri une-se à antropologia, filha da Filosofia. E se ancora em dois ilustres pesquisadores brasileiros quando afirma que “Com relação à importância da Antropologia Filosófica no campo da Filosofia da Educação, dois pensadores brasileiros, Severino e Saviani, são enfáticos. Ambos apontam como primeira tarefa da Filosofia da Educação indagar sobre o ser humano e o sentido da educação.” (1)

Ser ou não ser, teria dito Shakeaspeare. Complementarmente, “Como entender o “entender”, isto é, como entender o pensar, o ter ideias, o conhecer, o saber a respeito de tudo, inclusive do próprio saber?”(1), perguntam todos os que buscam o conhecimento, diz Lorieri, a partir de SAVIANI e SEVERINO.

Na correlação da prática educativa e filosofia, Lorieri aduz que “O que se pretende com a ação educativa é, de certa maneira, “influenciar” na maneira de ser das pessoas, nas suas relações consigo próprias, nas relações umas com as outras e com a natureza, ou seja, “influenciar” na maneira de ser da vida humana, no modo de produção social da existência humana.” Ou seja, a ação educativa implica na “maneira de ser das pessoas, nas suas relações consigo próprias, nas relações umas com as outras e com a natureza(...)”.

O campo de vivência humano é vasto e, portanto, variadas são as espécies de questionamentos. Daí depreende-se que categorizações ou categorizações são relevantes no ordenamento das buscas ou estudos. Referimo-nos aos campos filosóficos da ética, da estética, do social, da política, etc. Lorieri diz, referindo-se ao compromisso educacional na formação pedagógica que “Se quisermos ajudar a formar seres humanos bons, ou influenciar e lutar por uma sociedade boa e justa, precisamos ter claro o que significam as palavras “boa” e “justa”. Isto nos leva a novas investigações sobre o que é o bem e o justo. Estamos em outro campo das investigações filosóficas: o campo da Ética.” Para se compreender ‘o como se compreende o ser’, deduz-se, a partir de Lorieri, que o indivíduo precisa de um certo distanciamento de si próprio, como que ‘emergir’ da realidade na qual se encontra “encharcado” e, assim, não só se autoavaliar mas avaliar ‘ aquilo’ que o compõe e como o faz. Isto é, transcender o seu ‘eu’. Talvez o tal de ‘eu’ seria visto mais como um ‘nós’.

É o ser navegando nas feéricas esferas da sua própria criação nos campos estéticos, éticos, religiosos, sociais, políticos, tecnológicos, filosóficos, antropológicos, deontológicos, ontológicos, etc., além de se ver envolto pela matéria escura, energia escura, forças gravitacionais, neutrinos, radiações provindas do sol e do universo misterioso. Alguns conceitos são novos mas a busca por eles são ancestrais.

No contexto formativo educacional, as atitudes entre os mais diversos ‘players’, expressão contemporânea para designar os mais diversos agrupamentos de pessoas, entidades e interesses, devem seguir, ontológica e deontologicamente, um padrão Bentham-Kantiano no inter-relacionamento humano. Ou seja, respeitar um conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres profissionais e, assim, autorregular-se no exercício da profissão, de acordo com o Código de Ética de sua categoria, sempre visando o interesse comum.

 

Referências

  1.     HORKEIMER, M. Teoria tradicional e teoria crítica. In: HORKHEIMER, M.;
  2.     ADORNO, W. T. Textos escolhidos. Tradução Zeljko Loparick e outros. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (Os Pensadores).
  3.     JAPIASSU, H. Um desafio à filosofia: pensar-se nos dias de hoje. São Paulo: Letras e Letras, 1997.
  4.     LIPMAN, M. A filosofia vai à escola. São Paulo: Summus, 1990.
  5.     MORAIS, M. C. M. de. Indagações sobre o conhecimento no campo da educação. In: ALMEIDA, M. L. P. de e MENDES, V. H. (Org.). Educação e racionalidade: questões de ontologia e método em educação. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009, p. 21-53.
  6.     MORIN, E. O método 5. A humanidade da humanidade: a identidade humana. 2. ed. Tradução de Juremir Machado da Silva. Porto Alegre: Sulina, 2003.
  7.     RIOS, T. A. e LORIERI, M. A. Filosofia na escola: o prazer da reflexão. São Paulo: Moderna, 2008. SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1980.
  8.     SEVERINO, A. J. A filosofia da educação no Brasil: esboço de uma trajetória. In: GHIRALDELLI Jr., P. (Org.). O que é filosofia da educação?. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 265-326. ______. Educação, sujeito e história. São Paulo: Olho d’Água, 2001. Marcos Antônio Lorieri Programa de Pós-Graduação em Educação da Uninove.
  9.    LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia e educação: um entendimento possível desta relação.
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