Por que traduzir enquanto você aprende inglês é responsável
Por: Fernando V.
08 de Maio de 2014

Por que traduzir enquanto você aprende inglês é responsável

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 READING PYRAMID

 

Primeiro vamos analisar como você aprendeu sua primeira língua. Basicamente, você utilizou um método audiovisual, ou seja, você viu objetos e os associou aos sons que outras pessoas utilizavam para se referir a tais objetos. Posteriormente, quando você começou a ser alfabetizado, você associou esses sons, já providos de sentido, aos símbolos gráficos que os representavam, constituindo assim a palavra sonora e a palavra escrita, ambas associadas diretamente ao objeto que representavam.  O mesmo aconteceu com os substantivos abstratos, como as emoções, por exemplo.

Assim: objetos, imagens, emoções >> palavra pronunciada >> palavra escrita.

Então, toda vez que você via a palavra escrita ou ouvia o seu som correspondente, você começou a visualizar em milésimos de segundo aquilo que era representado pelas relações que você construíra.

De forma similar, você também aprendeu gramática na infância. Por meio da flexão dos verbos, por exemplo, você começou a relacionar as diversas formas flexionadas com o tempo em que a ação estaria acontecendo. A gramática nada mais é do que as estruturas utilizadas para representar o contexto, sua lógica e perspectiva.

Assim, todo seu processo de memorização de vocabulário foi construído formando relações entre objetos/imagens/emoções e a palavra sonora/escrita. Sem esse processo, não há memorização.

Quando ao aprender uma língua estrangeira como o inglês, você traduz todo o léxico que está aprendendo, você aborta esse processo, prejudicando totalmente a mnemônica de novas palavras. Psicologicamente você se sente confortável, pois tem a impressão de que entendeu tudo. Na próxima oportunidade que você precisar se lembrar do que aprendeu, no entanto, é muito provável que já tenha esquecido.

Além disso, temos muitas distinções entre a estratégia de representação gráfica das palavras no português e no inglês. No inglês não existe b+a= ba, b+e=be, etc..., ou seja, as palavras não são pronunciadas silabicamente, mas sim soletradas, letra por letra, e só então se pronunciam integralmente. Isso significa que será necessário memorizar tanto o som como a forma gráfica da palavra, relacionando-os àquilo que representam.


É comum alunos principiantes acharem que devem ter aulas em português para entenderem os conteúdos. Quando isso acontece, o processo é retardado por muito mais tempo, devido as seguintes razões:


- O processo descrito acima não acontece, utilizando muito tempo com repetições de explicações que poderiam ter sido facilmente memorizadas.
- Perde-se muito tempo das aulas com assuntos em português que nada tem a ver com o aprendizado de inglês.
- O aluno sente-se psicologicamente confortável e adaptado a esse conforto, o que o torna resistente a uma aula somente em inglês.
- Cria-se a impressão de que inglês seja um português traduzido, o que de fato é completamente falso. As estruturas em inglês são independentes das construções em língua portuguesa. Quando traduzimos de uma língua para outra, traduzimos o sentido e não a frase ipsis litteris.

Existem alunos muito inseguros a respeito do entendimento da língua. São tão dependentes da tradução, por causa de experiências em escolas que aceitavam esse procedimento em suas aulas, que mesmo quando estão entendendo, só se satisfazem quando as palavras são traduzidas e confirmam o que têm em mente.

Alguns professores acabam cedendo. Mas isso significa normalmente que eles estão desistindo dos seus alunos. O processo mais eficiente para incrementar seu vocabulário e ter novas palavras explicadas em inglês, tanto pode ser por suas próprias definições, quanto por sinônimos, exemplos, ilustrações, mímicas, gestos, etc, mas sempre por meio da construção de associações.

Então, a menos que você esteja aprendendo inglês instrumental (somente para leitura de textos), é crucial que você entenda que deve tentar se aproximar o máximo possível do modo que você aprendeu sua língua materna, para ter um processo eficiente de aprendizado do inglês. Afinal, quando você aprendeu português ninguém ao seu redor estava falando grego.

 

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