Brainerd foi um missionário norte americano entre os índios ligado a igreja congregacional. Nasceu a 20 de abril de 1718, no estado de Connecticut, nos Estados Unidos da América. Seu pai se chamava Ezequias Brainerd, um advogado e sua mãe, Dorothy Hobart, era filha do Pr. Jeremias Hobart. A precocidade foi a principal marca da vida deste jovem missionário. Sua saúde inspirava cuidados, motivo que levou a privação de uma infância normal. Seu pai morreu quando ele estava com apenas nove anos, e aos catorze anos ele perdeu também sua mãe. O que parece é que Deus desde cedo estava preparando seu porta voz para uma grande obra, obra essa que terminaria aos 29 anos; parece paradoxal, mas não é. Como entender um ministério bem sucedido desta forma, terminando deste jeito. Com toda certeza qualquer um de nós teria motivos de sobra para retroceder a um lugar de tranquilidade e tratar-se nos melhores centros disponíveis; porém com David não fora assim, ele preferiu queimar ate o fim.
O desejo veemente da vida de Davi Brainerd era o de arder como uma chama, por Deus, até o último momento, como ele mesmo dizia: “Anelo ser uma chama de fogo, constantemente ardendo no serviço divino, até o último momento, o momento de falecer.” (Herois da Fé/Orlando S. Boyer pg. 66)
Falar sobre esse prodigo servo de Deus requer o cuidado de não recitar todo seu diário, pois todo ele é muito inspirador e proveitoso, fato que desafia o biografo na seleção dos aforismos mais valiosos, uma vez que todos são. A lição transmitida a todos quanto leem os seus escritos é deveras impressionante, poucos homens na historia do cristianismo se deu tanto e pouco se amou como Brainerd. Em uma época em que grande parte dos ministros estão vaidosos e indolentes envolvidos por uma camada de cristal finíssima prestes a quebrar ao mínimo excesso de esforço, a perseverança, superação e a resiliência extraordinária demonstrada por esse grande missionário norte americano comove-nos. Muitos em meio as labutas e lutas constantes desertam e abandonam seus ministérios por coisas minimas e insignificantes como salários, igrejas mal localizadas distantes dos grandes centros ou ate mesmo crises depressivas, que sinceramente não vejo justificativas; que apontam objetivamente para sua intromissão em assuntos que não deveria se meter, porque não fora chamado, contudo, atraído pelas vantagens do ministério se auto vocacionou. Outra lição apreendida nesta biografia é o amor nutrido por Brainerd pelas almas que estavam se perdendo, algo digno e endêmico de um genuíno missionário. Da mesma forma, destacamos a vida riquíssima de oração que os grandes, e principalmente Brainerd possuía.
“Designei um dia para jejuar e orar, e passei esse dia clamando quase incessantemente a Deus, pedindo misericórdia e que ele abrisse meus olhos para a enormidade do pecado e o caminho para a vida em Jesus Cristo… Contudo, continuei a confiar nas boas obras… Então, uma noite andando na roça, foi me dada uma visão da grandeza do meu pecado, parecendo-me que a terra se abrira por baixo dos meus pès para me sepultar e que a minha alma iria ao Inferno antes de eu chegar em casa… Certo dia, estando longe do colégio, no campo, sozinho em oração, senti tanto gozo e doçura em Deus, que, se eu devesse ficar neste mundo vil, queria permanecer contemplando a glória de Deus. Senti na alma um profundo amor ardente para com todos os homens e anelava que eles desfrutassem desse mesmo amor de Deus”.
Era um grande intercessor pelas almas perdidas
“Retirei-me cedo, de manhã, para a floresta, e foi-me concedido fervor em rogar pelo avanço do reino de Cristo no mundo. Ao meio-dia, ainda ombatia em oração a Deus, e sentia o poder do divino amor na intercessão…….. “Passei o dia em jejum e oração, implorando que Deus me preparasse para o ministério, e me concedesse auxílio divino e direção, e que ele me enviasse para a seara no dia que ele designasse. Pela manhã, senti poder na intercessão pelas almas imortais e pelo progresso do reino do querido Senhor e Salvador no mundo… À tarde, Deus estava comigo de verdade. Quão bendita a sua companhia! Ele me concedeu agonizar em oração até ficar com a roupa encharcada de suor, apesar de eu me achar na sombra, e de soprar um vento fresco. Sentia a minha alma grandemente extenuada pela condição do mundo: esforçava-me para arrebatar multidões de almas. Sentia-me mais dilatado pelos pecadores do que pelos filhos de Deus, contudo anelava gastar a minha vida clamando por ambos.”Passei duas horas agonizando pelas almas imortais. Apesar de ser ainda muito cedo, meu corpo estava molhado de suor… Se eu tivesse mil vidas, a minha alma as teria dado pelo gozo de estar com Cristo…”
Confesso que fico impressionado com os diários desses santos, pois é algo que rapidamente, qualquer leitor, por mais distraído que seja, percebe a disposição e perseverança em oração contida neles. Não estou falando apenas em oração, pois entendo que podemos orar das mais diversas maneiras e lugares; contudo falo de uma disposição diferente, continua e ate mesmo extenuante, esta é a palavra correta a se usar. Eles permaneciam na presença de Deus por longo tempo ate perderem completamente o sentido e as forças. Isso é uma constante na vida dos santos de Deus que marcaram épocas. Não há outra forma de impactar uma geração, sem antes sermos homens de intensa oração. Exemplos abaixo confirmam o que estamos afirmando.
“A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar tomado de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor… Só Deus sabe quantas noites fiquei prostrado, de cama, gemendo, por causa do que sentia, e ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes passei dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos pensamentos diabólicos que me distraíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer. Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles”. (George Whitefield)
Outro testemunho de oração interessantíssimo esta no depoimento James EdwionOrr, que na época do ocorrido era professor da Faculdade Wheaton. Segundo consta, levou alguns de seus alunos numa rápida viagem a à Inglaterra, em 1940. Eles visitaram a antiga reitoria de Epworth, onde residia a família de John Wesley, famoso pregador anglicano. Ao lado da cama de John Wesley vê-se dois pequenos círculos onde o tapete está bem desgastado, marcas que seus joelhos deixaram após tanto orar pela renovação espiritual da Inglaterra. Ao embarcar no ônibus para deixar o local, o professor notou que faltava um aluno. Voltou, subiu as escadas e encontrou o aluno ajoelhado sobre as marcas, orando: “Faz de novo, Senhor! Faz de novo!”. O professor pôs a mão sobre o ombro do rapaz e disse: “Vamos, Billy, temos que ir embora”. Este Billy é nada mais e nada menos do que o maior evangelista do sec. 20, Billy Graham.
Outro que não poderia deixar de fazer menção é Jonathan Edwards, um dos maiores pregadores de todos os tempos. Em um dos seu diários podemos notar a importância da oração em sua vida e ministério.
“Uma vez, quando cavalgava nas matas pela minha saúde, em 1737, tendo apeado do meu cavalo num lugar retirado, como tem sido o meu costume comumente, para buscar contemplação divina e oração, tive uma visão, para mim extraordinária, da glória do Filho de Deus, como Mediador entre Deus e o homem, e a Sua maravilhosa, grande, plena,pura e suave graça e amor, e o Seu terno e gentil amparo. Esta graça que parecia tão calma e suave, parecia também grande, acima dos céus. A Pessoa de Cristo parecia inefavelmente excelente, com uma excelência bastante grande para absorver todo o pensamento e concepção – o que continuou, quantoposso julgar, cerca de uma hora; o que me manteve a maior parte do tempo num mar de lágrimas, e chorando em voz alta. Senti uma ardência na alma, um anseio por ser, o que não sei expressar doutro modo, esvaziado e aniquilado; jazer no pó e encher- me unicamente de Cristo; amá-lO com um amor santo e puro; confiar nEle; viver dEle; servi-lO e segui-lO; e ser perfeitamente santificado e tornado puro, com uma pureza divina e celestial”.
Gilbert Tennent pastor presbiteriano em Nova Jersey foi outro grande luzeiro do grande avivamento que varreu tanto a Europa como America; protagonizou juntamente com Edwards e Whitefield momentos memoráveis e inesquecíveis a sua época.
Eu tenho me sentido muito infeliz por que fiz tão pouco para Deus…De hoje em diante clamarei ao Todo Poderoso para ele me agraciar com pelo menos mais meio ano de vida e eu então zelarei pelo evangelho com toda a minha força.”……..Sua oração foi atendida, Ele foi curado e tennent se tornou uma chama a queimar e um dos pilares do grande avivamento do século XVIII nos Estados Unidos.
Contexto Religioso
Brainerd, como supracitado, nasceu no ano de 1718 próximo as imigrações puritanas para America do norte, devido as diversas perseguições religiosas ocorridas na Inglaterra no sec. XVII. A primeira ocorreu em 1607 na região da Virginia. A segunda a partir do ano de 1620 nas regiões comumente conhecidas como Massachusetts, Connecticut (região onde Jonathan Edwards e Brainerd nasceram), Rhode Island e New Hampshire. Como podemos observar a base de Brainerd foi muito boa e determinante para sua formação e ministério. Ninguém chegar ser alguém sozinho, e no caso de Brainerd não fora diferente, o legado deixado pelos puritanos na America foi pujante e longevo que inequivocamente produziu grandes e renomados pastores e avivalistas como Gilbert Tennent, Jonathan Edwards e o próprio. Na medida que avançando na construção biográfica desse grande instrumento de Deus, chegamos a conclusão que o seu testemunho não é nenhuma surpresa; surpresa seria se fosse diferente do que foi. O evangelho estava bem representado em solo americano, gigantes habitavam aquela terra e as trevas estavam completamente neutralizadas em sua ação. Não é de se admirar a posição de liderança e hegemonia ocupado pelos Estados Unidos da America por muitos anos, e com certeza permanecera por muitos outros. Todavia, em questão de fé e pratica cristã é lamentável, pois pouco se há da America do sec XVII, completamente desviada das suas origens cristã.
Outro ponto importante que, sem duvidas, contribuiu exponencialmente na vida deste grande personagem foi sua aproximação com Jonathan Edwards (dezoito anos mais velho). Este foi um grande pastor, teólogo, filosofo e avivalista muitíssimo usado por Deus, que por varias vezes pregou juntamente com Whitefield na universidade onde Brainerd estudou. Este veio a ser noivo de Jerusa uma jovem piedosa filha de Jonathan Edwards, o que estreitou ainda mais os lanços entre ambos. Quando Edwards assumiu em 1729, com a morte do seu avô, a posição de pastor titular da Igreja Congregacional de Northampton, na qual cinco anos depois ocorreria um grande avivamento, entre 1734-35, Brainerd tinha aproximadamente 18 anos de idade, e residia cerca de 100 KM de onde Edwards exercera seu ministério. Brainerd teve uma oportunidade que poucos indivíduos da historia teve; em primeiro lugar de ter vivido próximo a uma época fértil como poucas na historia. Segundo, de ter como referencial nada mais e nada menos que Jonathan Edwards, um dos maiores avivalistas, filósofos e pregador de todos os tempos. Terceiro, o período em que Brainerd exerceu seu ministério foi prolífico demais, grandes pregadores atuavam no cenário como o próprio Edwards, Whitefield (com varias incursões na America ao lado de Edwards), Gilbert Tennent, os irmãos Wesleys na Inglaterra e Daniel Rowland em Gales, demonstra-nos que o Senhor estava avivando seu povo através de grandes pregadores.
Ministério
Brainerd iniciou seus estudos em 1739 no Yale College (Seminário fundado pelos congregacionais), após algumas interrupções devido sua frágil saúde
“No mês de agosto, depois, senti-me tão fraco e doente, como resultado de aplicar-me demais aos estudos, que o diretor do colégio me aconselhou a voltar para casa. Estava tão fraco que tive algumas hemorragias. Senti-me perto da morte, mas Deus renovou em mim o conhecimento e o gosto das coisas divinas. Anelava tanto a presença de Deus e ficar livre do pecado, que, ao melhorar, preferia morrer a voltar ao colégio, e me afastar de Deus…Oh! uma hora com Deus excede infinitamente todos os prazeres do mundo.” (Herois da fé pg 60)
Outro ponto a destacar em sua vida foi a expulsão da faculdade acusado de destratar o tutor em um caloroso desafeto em relação ao grande avivamento que estava iniciando naquela instituição; pois a direção da faculdade não vi com bons olhos as manifestações decorrentes. Finalmente em 08 de novembro de 1742 recebe o convite para trabalhar entre os índios, que prontamente em 25 de novembro do mesmo mês e ano aceitou. Após seis meses de preparação, e mais um curto período, que separou para visitar parentes e amigos despedindo-se, em 01 de abril de 1743 começou seu ministério com os índios na Mohegan Kaunaumeek. Entretanto, nem tudo era flores, aquele jovem ansioso em ver a gloria de Deus manifestada entre os índios, se deparou com um inimigo peso pesado em seu caminho, que por pouco não o impediu de realizar sua missão; pelo contrario o enobreceu ainda mais. Este inimigo foi a tuberculose que muito debilitou sua saúde e desde sua mocidade dava sinais evidentes da sua existência. Todavia, aquilo que podia ser um grande motivo para sua deserção, fora a mola propulsora para seu sucesso.
Quando ouvimos falar em missões, não temos a ideia de como realmente isso se dá. Brainerd é um arquétipo de um verdadeiro missionário, que enfrentou as condições mais inóspitas e sub-humana para pregar o Evangelho aos isolados. Desde suas próprias limitações, como no caso sua saúde delicadíssima ate as condições naturais que teve que enfrentar para alcançar seu objetivo. A baixo nota de uma das inúmeras biografia encontradas a respeito desse jovem missionário.
Quando tinha vinte e quatro anos ele escreveu em seu diário: “Quero esgotar minha vida neste serviço, para a glória de Deus”. No ano seguinte ele começou a dedicar sua vida pregando aos índios nas florestas solitárias e frias. Vendeu seus livros e roupas que não usaria, e começou a vida bastante isolada e marcada por uma trajetória de auto-sacrifício e sofrimento. Mas Deus o abençoou ricamente. Como um “grão de trigo que morre ao cair na terra”, Brainerd não ficou só; a morte deste “grão de trigo” produziu muito fruto – tendo tido o privilégio de visitar alguns lugares relacionados à vida de Brainerd, inclusive o local em que ele primeiramente pregou aos índios, fiquei pessoalmente impressionado ao tomar ciência do seu caráter e renúncia, fruto da poderosa graça de Deus em sua vida. Freqüentemente, Brainerd ficou exposto ao frio e à fome. Não podia ter o conforto da vida normal. Viajava a pé ou cavalgando por longas distâncias, dia e noite. As viagens eram sempre perigosas. Para atingir algumas tribos distantes, devia passar por montanhas íngremes na escuridão da noite. Atravessou pântanos perigosos, rios de forte correnteza, ou florestas infestadas de animais selvagens. Tinha de viajar quinze a vinte e cinco quilômetros para comprar pão, e, às vezes, antes de comê-lo, o pão estava azedo ou mofado. Dormia sobre um monte de palha que estendia sobre tábuas erguidas um pouco acima do chão. Em muitos momentos estava só, e ficava feliz quando podia contar com seu intérprete para conversar. Não tinha companheiros cristãos com quem pudesse dividir o fardo em momentos de comunhão e oração. “Não tenho nenhum conforto, a não ser o que me vem de Deus”, escreveu ele. (http://centroglobaldemissoes.blogspot.com.br/2014/09/david-brainerd-missionario-entre-os.html)
Morreu cedo, porém poucos homens na historia foram tão lembrado pela paixão, zelo e sede Divina como Brainerd. Ele realmente deixou sua marca profunda na historia estando arrolado entre os grandes do cristianismo, motivando e incentivando muitos jovens a carreira cristã ate nossos dias.
Assim o jovem e ardente missionário partiu para o território dos peles vermelhas, com a cara, coragem, um convite e um chamado rsrsrsrsrs; foi exatamente assim o que aconteceu. Montado em um cavalo aos passos viageiro, nutrido por uma grande expectativa de como seria o primeiro contato, meninamente cruza os limite dos agressivos nativos e como se adivinhasse o conluio para tirar sua vida apeia do cavalo e levanta uma espirituosa oração. Aqueles índios prestes ataca-lo repentinamente decide deixa-lo.
Os guerreiros da vila resolveram matá-lo, sem demora, pois, diziam, os brancos davam uma aguardente aos peles-vermelhas, para, enquanto bêbados, levar-lhes as cestas e as peles de animais, e roubar-lhes as terras. Mas depois de cercarem furtivamente o missionário, que orava,prostrado, e ouvirem como clamava ao “Grande Espírito”, insistindo que lhes salvasse a alma, eles partiram tão secretamente como chegaram.
Enfim, o Senhor se agradou desse jovem e resolveu derramar sua gloria em território indígena e chamar muitos a salvação.
O fato é que Deus honrou sobremaneira o ministério de Brainerd. O Espírito de Deus desceu poderosamente sobre os índios, num grande avivamento que afetou tribos inteiras. Por volta de 1745, mesmo os índios que viviam de forma impiedosa, opondo-se à pregação do Evangelho, se convenceram do pecado. Vários se converteram. Muitos brancos, que apareciam por curiosidade para ouvir o que Brainerd dizia aos índios, também foram convertidos. Índios de toda floresta ouviram falar de Brainerd e vinham em grande número ouvi-lo. Era muito comum ouvir os altos brados dos índios pela misericórdia de Deus, toda vez que Brainerd pregava. Seu ministério influenciou também as crianças índias. Ele criou escolas em que elas eram ensinadas a lavrar a terra e a semear, além de receberem os ensinos do Evangelho de Cristo. (http://centroglobaldemissoes.blogspot.com.br/2014/09/david-brainerd-missionario-entre-os.html)
Valeu cada esforço, cada tempo aplicado, cada perda, cada energia empregada e ate mesmo abreviação da sua vida. Alguns deixaram sua marca na historia mortos nas arenas, ao fio da espada, queimados, torturados de variadas formas e maneiras ate a morte; David porem deixou seu testemunho ardendo ate o fim como realmente desejou. Para muitos perder a vida desta maneira e na flor da idade é uma grande loucura, principalmente em uma época como a nossa em que a vida virou sinônimo de deleite e lascívia; e mesmo entre aqueles que estão inseridos em uma igreja com pretensões ministeriais, o testemunho de Brainerd é apenas elogiável e admiravel, porém na verdade desnecessário e despretendido. Brainerd é tido como um mito, como necessário ao cristianismo, porém não pra se viver. É um símbolo de existência, porém não de vivencia. Entre tantos, sua vida e testemunho traduz perfeitamente na pratica o que o Senhor Jesus proferiu em Mc 8: 35 – 38.
35 – Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. 36 – Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? 37 – Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? 38 – Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.
Finalmente, a voz entre os silvícolas deixou de ser ouvida e um grande silencio se espalhou por toda aquela região, que antes era só festa e jubilo. David já muito debilitado devido sua saúde e os demasiados esforços empregados em sua missão, (sabia que assim seria e desta forma desejou) teve que deixar o campo e se recolher, a fim de se recuperar, fato que nunca aconteceu. Seus últimos dias foram ao lado de sua amada noiva Jerusa que o consolou em meio fogo ardente da tuberculose. Em 09 de outubro de 1747, tendo sido sepultado em Northampton, Massachusetts. Jonathan Edwards foi quem conduziu o funeral. Sobre seu genro escreve:
….dotado de um gênio penetrante, de pensamento claro, de raciocínio lógico e de julgamento muito exato, como era patente para todos que o conheciam. Possuidor de grande discernimento da natureza humana, perscrutador e judicioso em geral, ele também sobressaía em juízo e conhecimento teológico, e, sobretudo, na religião experimental.
Espero que esta breve biografia possa despertar em primeiro lugar em todos que a lerem o mesmo espírito sedento, quebrantado, altruísta e indômito pela implantação do Reino de Deus entre os homens que Brainerd. Em segundo, ao contrario que todos pensam a obra missionária não é nada romântico, requer certas qualidades e virtudes indispensáveis ao vocacionado; desde o chamado, ao preparo, a ida ate o final. Virtude e qualidades dadas por Deus na dose certa para o sucesso da missão. No caso de Brainerd percebemos uma ação poderosa de Deus em sua vida enchendo-o de amor pelos índios, perseverança para continuar em meio a precariedade da sua saúde, a solidão que o acompanhava e os diversos confrontos que teve com os sacerdotes indígenas logo no inicio da sua chegada, e acima de tudo, o raro talento dado por Deus na transmissão da Verdade foram essenciais para o seu êxito. Percebemos essas mesmas características no Apostolo Paulo, o grande propagandista e entusiasta de missões.
24 – Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. 25 – Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; 26 – Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; 27 – Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. 28 – Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. 2 Coríntios 11:24-28
I Co 15: 58
Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. 1 Coríntios 15:58
Que o Senhor nos Abençoe…
F. S. Machado